Diário
do Bolso
(José Roberto
Torero)
Poxa, Diário, que encheção de saco do cacete!
Só porque eu postei um videozinho de nada estão pegando no meu pé.
Só porque eu postei um videozinho de nada estão pegando no meu pé.
Tudo começou porque eu queria dar um gás no meu twitter. Então perguntei
pro meu filho que entende dessas coisas:
- O que que faz mais sucesso na internet?
- Sacanagem, né, pai?
- Eu já estou postando os atos do governo e não adianta nada.
- Sacanagem de verdade.
- Reforma da Previdência?
- Não. Outro tipo de sacanagem. Essa aqui, olha.
Aí ele me mostrou um monte de vídeos. Nuns até tinha um cara parecido
com ele.
Então, quando o garoto saiu, eu me tranquei no banheiro e comecei a
fuçar na internet. Pesquisei horas e horas, em tudo quanto é site.
Aí eu aprendi o que é bukkake (nossa, que meleca que fica a cara da
pessoa!), chuva negra (como é que pode uma coisa dessas? Vi umas dez vezes para
acreditar), adstringopenispetrafilia (que é amarrar pedras no piupiu), dupla
penetração, fio terra, suruba, catena (que é fazer um trenzinho de sacanagem),
bondage (hum, amarrar o outro...), beijo grego, espanhola, gang-bang etc...
Quando eu percebi, já era de manhã.
Quando eu percebi, já era de manhã.
Aí, para denunciar essa pouca vergonha que é o carnaval (Como eu odiei o
desfile da Paraíso do Tuiuti! Quem foram os marginais que jogaram laranja no
meu boneco de Olinda? E que história é essa dos blocos gritarem “Ei, Bolsonaro,
vtnc!”), eu decidi postar uma golden shower (que é mijar no outro) e um
socratismo (que é enfiar o próprio dedo no olho que não vê).
Mas em vez de me apoiar, o pessoal me criticou. Disseram que eu era
pornográfico.
A gente tenta moralizar a coisa e é isso que recebe de volta?
Francamente...
Diário, eu vou é voltar para a minha pesquisa. Será que o Frotinha me dá
umas dicas?
E pensar que no meu tempo só tinha a Sala Especial, na Record.
*********
Do autoproclamado presidente do Brasil José de Abreu, com mais decoro do que o Coiso.
OK, vou explicar.
Primeiro, porque carnaval é assim mesmo: uma
libertação. Só que é uma festa bem mais complexa: tem gente que abusa mesmo
(esse Blocu, por exemplo, parece que é filiado ao MSN - Movimento dos Sem
Noção...), mas não é todo mundo. Sei que é chato para alguém como o Coiso, que
só pensa (pensa? Ato falho... ato falho...) em termos de preto e branco, mas é
isso.
Mais uma vez, apelo para o Catraca Livre, em texto de Maurício Costa (o grifo é meu):
Quando o
presidente diz que é necessário expor a verdade à população, por que ele se utiliza da exceção para tal?
Não é regra que em vários blocos pessoas urinaram na cabeça de outras. E, se essa foi uma situação particular, por
que tomá-la como exemplo? Podemos aqui elencar outras situações que foram
regra e MUITO positivas durante o Carnaval 2019, que o Bolsonaro poderia ter
mostrado em seu Twitter:
- Milhões
de pessoas ocuparam as ruas de forma democrática para celebrar, brincar,
dançar, cantar, beijar
- Milhões de pessoas ocuparam as ruas para
protestar no Carnaval (inclusive, o presidente foi uma das maiores
vítimas. Talvez por isso esse ódio todo contra os bloquinhos…)
- Milhares
de pessoas se uniram em prol de campanhas humanitárias e muito dignas,
como por exemplo o #CarnavalSemAssédio, lançada pela Catraca Livre para
combater o assédio sexual
Mas é
muito mais fácil pegar um recorte pequeno de algo que te desagradou e tentar
entuchar na cabeça do seu eleitorado, não é mesmo sr. Presidente?
“Ah,
Catraca, mas vocês não vão falar sobre a cena em si?!”. Não, não vamos. Já tem
muita gente pra julgar essa cena em si, tá ótimo.
Tem TANTA
coisa pra gente falar… vamos falar sobre
a homofobia que mata milhares de LGBTs no Brasil todo ano? Vamos falar sobre o
fato de mulheres ainda ganharem menos do que os homens em cargos iguais? Vamos
falar sobre os negros serem abordados por policiais todos os dias nas ruas só
por serem negros? E que tal o salário destes mesmos policiais, sr. Bolsonaro? Um
lixo, não é?!
O
presidente precisa começar a se preocupar urgentemente com questões mais sérias
que afetam milhões e milhões de pessoas no país. O fato de um garoto fazer xixi
em outro não merece a atenção do mais alto cargo Executivo do Brasil…
E esse é o segundo ponto: NENHUM CHEFE DE GOVERNO
ESCAPA DA CRÍTICA IRREVERENTE DO POVO DURANTE O CARNAVAL. E isso é tradição nos
chamados "folguedos de Momo.
Quando os chamados poderes públicos tentam mexer
com o carnaval, aí é que são sacaneados. E isso desde os tempos do bonde puxado
a burro.
Em 1912, o Barão do Rio Branco (1846-1912) –
ministro das Relações Exteriores de quatro
presidentes da república (Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes
da Fonseca) morreu, e justo às vésperas do carnaval. Daí, o último presidente
ao qual ele serviu (Hermes da Fonseca) decretou que o próprio carnaval fosse
adiado para abril, por conta do luto.
Certo, o Barão era muito popular, e o povo ficou
triste. Mas carnaval é carnaval, e a tristeza não foi o bastante para adiá-lo.
Em fevereiro, lá estavam os foliões enchendo o centro do Rio de Janeiro,
cantando e brincando. Em abril, o governo teve que
honrar a sua palavra, e o povo honrou a sua presença nas ruas, de novo. E o
Marechal Hermes ainda teve de engolir uma marchinha que o povo criou em sua
"homenagem":
Com
a morte do Barão
Tivemos dois carnavá
Ai que bom, ai que gostoso
Se morresse o Marechá
Tivemos dois carnavá
Ai que bom, ai que gostoso
Se morresse o Marechá
(Sim, o
Marechal Hermes não era tão popular naquele momento – cortesia da interferência
acintosa do senador Pinheiro Machado em seu governo... e, segundo o povo, de
seu pé frio... Para a sua sorte, Ai,
Philomena (paródia de J. Carvalho Bulhões sobre a canção italiana Viva Garibaldi, em homenagem à sua urucubaca) só foi lançada em
1915, meses depois que deixou o cargo.)
Ou seja: água de
morro abaixo, fogo de morro acima, e folião sacaneando as
"otoridades" (seja com fantasias, seja com músicas, seja com VTNC – e
se você não sabe, caro leitor, o que é essa sigla, sinto muito, mas não sou eu
que vou lhe explicar...) ninguém segura – ainda mais quando é sobre um chefe de
governo que nem completou os cem primeiros dias de governo e só vem fazendo (e
falando) m... Por exemplo: quem mandou você (e outros porraloucas de seu
governo) obedecer a Pato Donald Trump e rosnar que não vão mais vender soja
para a China? –
especialmente sem perceber que o "inimigo" (a China) de seu
"amigo" (Os EUA de Trump) estão quase fazendo as pazes. O resultado
foi mais ou menos assim como disse o deputado Paulo Teixeira em seu Twitter:
"Bolsonaro atende os
EUA e dá as costas para China. China passa a comprar soja dos EUA. Brasil perde
mercado da venda de soja para os EUA. Trump agradece Bolsonaro pela ajuda"
(Ou seja: a esta altura, por conta disso, não são
só os foliões que querem que você VTNC... o agronegócio também...)
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A PROBIDADE NA
ADMINISTRAÇÃO
1 - omitir ou retardar
dolosamente a publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos
do Poder Executivo;
2 - não prestar ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas relativas ao exercício anterior;
3 - não tornar efetiva a
responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais
ou na prática de atos contrários à Constituição;
6 - Usar de violência ou ameaça
contra funcionário público para coagí-lo a proceder ilegalmente, bem como
utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo
fim;
Como eu disse... esse terceiro eu acho mais
difícil... só se o senhor fosse do PT ou se chamasse Dilma Rousseff... mas a
ideia pode ser considerada – especialmente pelos generais que o cercam, quando
o senhor deixar de ser necessário ou fizer (e falar) m... demais.
Aliás, já pensou em usar mais esse miolo cinzento
dentro de sua cabeça, chamado cérebro? Eu lhe garanto: isso faz um bem
enorme...
E faz um bem maior ainda se ouvir os seus
assessores. Eles podem compensar o seu cérebro estreito.
(Se bem que
isso não vai adiantar nada se seus assessores forem de duas formas terríveis:
os da turma do "sim, senhor" concordo com o senhor", e os da
turma do "é isso mesmo que eu penso, senhor"...)
*********
Aliás, no que me concerne (copyright Jânio
Quadros...) não adianta nada a operação apaga-incêndio dos seus "aceçores"
(assim mesmo, sr. revisor, obrigado) mais graduados, os generais Hamilton Mourão
e Augusto Heleno – depois que o Coiso falou para os fuzileiros navais que "democracia e liberdade, só existe
quando a sua respectiva Forças Armadas assim o quer (SIC)" – para convencerem a galera de que ele foi
mal interpretado ao dizer o que disse.
"O que que o presidente
quis dizer? Está sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças
Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores
morrem. É o que acontece na Venezuela. Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas
rasgaram isso aí. Foi isso que ele [Bolsonaro] quis dizer" (Hamilton
Mourão)
"Não achei polêmica. Não vejo nada de mais na
declaração. Ele [Bolsonaro] estava fazendo um discurso para comemoração dos 111
anos do Corpo de Fuzileiros Navais e ele falou o que todo mundo sabe: as Forças
Armadas são o baluarte da democracia e da liberdade. Historicamente, em todos
os países do mundo", opinou o ministro.
"Ele falou isso em
tom absolutamente tranquilo, cordial, num contexto de amor à família, amor à
pátria, manutenção dos valores da sociedade. E citou que as Forças Armadas são
as responsáveis pela manutenção da democracia e da liberdade. Nada demais. Nada
demais, nada que possa contrariar", complementou. (Augusto Heleno)
Podem falar o que bem quiserem.
Não vão convencer quem tem o número exato de
neurônios no cérebro.
Seja sem pensar (ou pensando com o fígado), o Coiso
disse exatamente isso: se as Forças Armadas cismarem que não vai ter mais
democracia, não vai ter (assim como em 1937 e 1964), e pronto.
E seus "aceçores" – Augusto Heleno, que
foi radicalmente contra a Comissão da Verdade; e Mourão, defensor de um "autogolpe" (à la
Fujimori no Peru) e "uma nova Constituição elaborada por um grupo de
'notáveis'" – concordam em gênero,
número e grau. Só querem disfarçar, porque ainda é cedo. Simples assim.
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Claude (Alison
Folland) e Ellen (Tara Subkoff) são grandes amigas e
vivem em uma área não muito agradável de Nova York. Eles estão envolvidas na
subcultura jovem dos anos 90 com drogas, música ao vivo e homofobia. Tudo muda
quando Claude se apaixona por Ellen, que está saindo com um
viciado em drogas. No entanto, um assassinato muda tudo. Resta saber se Claude
tem garra para lutar pelo que quer.
Sorry, não tem trailer... por enquanto.
Evoé.
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E antes que eu me esqueça: FELIZ DIA INTERNACIONAL
DA MULHER.
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