23 abril, 2016

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XLVII)

Que conste dos autos:
Considerando-se que o Supremo Tribunal Federal não tem a mínima pressa (ou coragem?) de processar o réu Eduardo Vai-Tomar-no-Cunha, ladrão corrupto comprovado;
Considerando-se que a Câmara dos Deputados, presidida por este mesmo Eduardo Vai-Tomar-no-Cunha, permite que um deputado do quilate-mas-não-morde como Jair Besteiraro declare seu voto favorável ao golpe travestido de impeachment em homenagem a um torturador, o coronel Ustra;
Considerando que, pela mesma Constituição Federal, há limites para a imunidade parlamentar, e um deles é quando o parlamentar comete crime comum, nos termos do Código Penal.
Considerando que um destes crimes é a apologia ao crime, previsto no artigo 287 do mesmo Código:

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Considerando que, como deputado federal, Jair Besteiraro deve ser processado e julgado pelo Supremo, mas até agora, nenhum ministro teve a pachorra de abrir processo contra este pulha (nem o senhor, Dr. Toffoli);

Somos obrigados a concordar com Marcelo Rubens Paiva – escritor, colunista do Estadão (até quando, não se sabe...) e filho de Rubens Paiva, morto pela mesma ditadura que Jair Besteiraro glorifica:

1- Há um golpe em andamento, sim – e o objetivo é levar o Brasil de volta para a Primeira República, ou República Velha (1889-1930), onde a questão social era um caso de polícia.
2- As instituições brasileiras estão uma merda – a começar pelo Supremo.
3- E, com todo o respeito devido ao seu posto de ministro do Supremo, dr. Toffoli: VAI PROCURAR UMA ROLA, vai!

Pronto, ofendemos.



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Y ahora, nuestra indicación de película – assim mesmo, em espanhol, sr. revisor, porque é um filme de um país hermano, (menos para os coxinhas golpistas...) a Venezuela – para esta séria série: Liz en Septiembre (Liz in September), de Fina Torres (Venezuela, 2014).
Fina Torres é uma diretora / produtora venezuelana de prestígio - menos, é claro, para a imprensa brasileira, apaixonada por aquele "bonequinho viado" (e desde já me perdoem o tique homofóbico...)... como é mesmo o nome dele? Ah, sim: Oscar... Formada em jornalismo, design e fotografia na Venezuela – e bacharel em cinematografia pelo antigo Institut de hautes Études Cinématographiques, IDHEC (atual FEMIS) – trabalhou como montadora, câmera e roteirista, fazendo curtas e documentários. Em 1985, Torres ganhou o Camera d'Or do Festival de Cannes pelo seu primeiro filme, Oriana. Outros de seus filmes foram Mècaniques Celestes (França, 1993), Sabor da paixão (Woman on Top - EUA, 2001) comédia produzida pela Fox Searchlight – com Murilo Benício no elenco – Esperanza (México, 2005), filme para a TV, e Habana Eva (Venezuela, 2010).
O forte de Liz en Septiembre é a química entre as suas atrizes principais, Patricia Velasquez e Eloisa Maturén.
Mais longo ficará este texto, mas preciso apresenta-las.
Patricia Velasquez (1971) é a quinta de seis filhos. Em 1987, foi para a faculdade para estudar engenharia e contabilidade. Ou seja, se preparava para trabalhar na indústria de petróleo venezuelana, mas aquele cidadão chamado acaso mudou seus planos: uma amiga dela queria se tornar modelo e uma das fotos que ela enviou para um casting em Caracas incluía Patricia. Azar da amiga: a agência escolheu justamente Patricia e sua beleza exótica. Desfilou para estilistas como Antonio Berardi, Bella Freud, Corinne Cobson, Claude Montana e Dolce & Gabana, para citar alguns. Quanto à fotos, Patricia apareceu em anúncios da Chanel Allure, Verino fragrância de Roberto Verino, bem como Victoria Secret. Ela ainda vestiu trajes de banho para da Sports Illustrated Swimsuit Edition em 1994 com a idade de 23. Tirou segundo lugar no maior concurso de beleza de seu país, Miss Venezuela. Pode ser vista em filmes como A Múmia (1999) e O Retorno da Múmia (2001). E também em várias séries da TV americana, como Arrested Development (2002), American Family (2002-2004), CSI: Miami (2005), Ugly Betty (2010) e, last but not least, The L Word (2008, como Begoña / Karina – et pour cause: em 2015, Patricia lançou um livro, Strait Walk, onde revela publicamente sua homossexualidade. Após seus primeiros trabalhos como modelo, ela comprou uma casa nova para sua família, fez com que seus 3 irmãos receberam uma educação universitária, e ainda apoia causas tais como o avanço dos hispânicos no país de Pato Donald Tramp... digo, Trump (antigamente chamado de EUA) um tratamento equitativo dos povos indígenas, e a luta contra a AIDS pediátrica. Ela também lançou uma fundação para ajudar os venezuelanos.
Já Eloísa Maturén é uma bailarina de formação clássica que também é bacharel Summa Cum Laude em Comunicação Social na Universidad Central de Venezuela. Com dez anos de experiência profissional no Ballet Nacional Teresa Carreño Theatre em Caracas e uma visão artística profunda e avant-garde, Maturén fundiu suas variadas carreiras em um só.
A história de Liz en Septiembre é simples, pero no mucho. Todos os anos, Liz (Patricia Velazquez), um mulher festeira e mulherenga incondicional, comemora seu aniversário com seus amigos em um retiro de praia do Caribe. Este ano é diferente. Ela está doente, mas odeia piedade, de modo que ela esconde sua doença terminal. Quando uma jovem estranha, Eva (Eloisa Maturen) aparece, as amigas de Liz a desafiam para seduzi-la. Mas Eva está profundamente ferida com a recente morte de seu filho, e nada acontece como esperado.
O que acontece depois, só enchendo o saco do distribuidor para trazer Liz en Septiembre para o Brasil.

Por ora, contentemo-nos com o trailer do filme.