22 novembro, 2017

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (LXIII)

Falando sério (até onde se pode falar a sério...): é incrível como o Sensacionalista – é, aquele site de "notícias" humorísticas (até onde podem ser...) – ganharia um concorrente: Jair Besteiraro.
Não, não bebi, não fiquei maluco (ainda...), nem estou insinuando que o Sensacionalista está apoiando Besteiraro, porque não está.
Apenas li a seguinte matéria do site Jota, especializado em questões jurídicas:

Bolsonaro não quer ser chamado de homofóbico e racista
Deputado pede na Justiça multa de R$ 10 mil a cada vez que Marcelo Tas associá-lo a estes adjetivos

15 novembro de 2017 - 08h02

O deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ajuizou uma ação no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para que o apresentador e jornalista Marcelo Tas se abstenha “de voltar a usar adjetivos como racista e homofóbico, ou similares” para qualificá-lo, sob pena de multa de R$ 10 mil a cada vez que fizer isso.
Além disso, pede uma condenação de R$20 mil em danos morais e o pagamento dos ônus de sucumbência de 20%, pelo teor de uma entrevista que Tas concedeu ao jornalista esportivo Rica Perrone.
Na entrevista, quando Tas contava que passou por uma fase de aceitação ao receber a notícia de que seu filho é trans, disse também que era importante discutir este assunto “porque tem muitos estúpidos aí, homofóbicos, alguns até tentando ser candidato a cargos importantes”.
Mais tarde, questionado sobre o teor do corte de uma entrevista de Bolsonaro ao CQC em 2011, Tas defendeu o trabalho de edição do programa.
Na ocasião, Bolsonaro disse que não corria o risco de ter um filho gay porque foi “um pai presente” e seus filhos tiveram “boa educação”. Afirmou também que não iria a um desfile gay se convidado porque não iria “promover os maus costumes, até porque acredito em Deus, tenho uma família, e a família tem que ser preservada a qualquer custo, senão a nação simplesmente ruirá”.
Na mesma matéria, perguntado por Preta Gil, filha de Gilberto Gil, o que faria se um filho namorasse uma negra, o deputado respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja, eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados, e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.
Bolsonaro foi condenado na última semana, em segunda instância, a pagar R$ 150 mil ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD) por danos morais coletivos gerados a partir desta entrevista ao CQC em 2011. Sobre a edição desta conversa com o deputado, Tas disse o seguinte a Rica Perrone:
“O Bolsonaro é um cara medroso, inseguro sobre o que ele pensa, e não assume. Quando você expõe ele, ele não assume que ele é racista, que ele é preconceituoso, entendeu?!  Isso é um fato! Aí fica essa discussão. É que nem discutir o tríplex.  O Bolsonaro, discutir edição é que nem o Lula ficar discutindo o tríplex, você entendeu?  O Bolsonaro é racista, é preconceituoso, é homofóbico, e ele quer discutir uma edição”.

Vítima de preconceito?
Na inicial, a defesa de Bolsonaro alega que os trechos da entrevista “transcritos evidenciam o preconceito do réu, que tem a pretensão de saber o que os outros pensam, independentemente do que dizem”.
Bolsonaro diz que “é um paradoxo ter sido acusado de preconceituoso pelo réu, na mesma entrevista em que ele próprio (o réu) reconhece ser preconceituoso, e afirma ter sido preconceituoso com o próprio filho Luc, quando este lhe disse ser bissexual”.
O deputado também reclama da imprensa diversas vezes. “O preconceito de uma parte da sociedade é tamanho, em relação ao autor, que sequer se cogita a correta averiguação dos fatos”, diz. “Muitos jornalistas, entre eles o réu, editam entrevistas de tal forma, ao ponto de distorcer o que foi falado, por completo, e retiram a resposta do contexto em que foi proferida.”
Ao justificar o pedido de danos morais, Bolsonaro afirma ainda que sofreu “dor psicológica, da alma” ao ter sido chamado de racista, preconceituoso e homofóbico.

Viram?
Agora vocês sabem: não precisamos mais chamar Jair Besteiraro de misógino (pai dos burros e dos membros do MBL: derivado de misoginia – do grego μισέω/miseó, "ódio"; e γυν/gyné, "mulher", que é o ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres ou meninas, que pode se manifestar de várias maneiras: exclusão social, discriminação sexual, hostilidade, androcentrismo, ideias de privilégio masculino, depreciação das mulheres, violência contra as mulheres, objetificação sexual etc.). Deixem que ele mesmo se mostre misógino, que tem ódio pelas mulheres. Como daquela palestra na Hebraica, ao falar de sua prole: Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher. – que, aliás, já comentei aqui nesta séria série. Ou como daquela vez em que afirmou peremptoriamente: "Mulher deve ganhar menos do que o homem porque engravida". Ou como daquelas duas vezes em que disse a uma deputada de esquerda: "Só não te estupro porque você não merece!" – aliás, virou réu por causa disso. (Para registro: pela terceira vez, a justiça condenou Besteiraro por conta desta declaração.)
Agora vocês também sabem: não precisamos mais chamar Jair Besteiraro de homofóbico. Deixem que ele mesmo se mostre homofóbico, que tem nojo dos LGBTs. Como em inúmeras ocasiões, citadas pela LadoA:

- "Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater", disse Bolsonaro depois que FHC posou com a bandeira gay em 2002.

- “O filho começa a ficar assim, meio gayzinho, leva um couro e muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo:ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem. A gente precisa agir”

- “O que esse pessoal tem para oferecer para a sociedade? Casamento gay? Adoção de filhos? Dizer que se seus jovens, um dia, forem ter um filho, que se for gay é legal? Esse pessoal não tem nada a oferecer.”

- “Que respeitar homossexual... Eles que tem que nos respeitar. Minoria tem que se calar, que se curvar à maioria. Acabou.”

- "O sangue de um homossexual pode contaminar o sangue de um heterossexual".

- “90% dos adotados vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa deste casal” (referindo-se aos filhos adotados de casais homossexuais). 

- "A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em áreas de prostituição e de consumo de drogas, inclusive em horários em que o cidadão de bem já está dormindo."

- “Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo” (2011, em entrevista à Playboy.)

- "Se um casal homossexual vier morar do meu lado, isso vai desvalorizar a minha casa ! Se eles andarem de mão dada e derem beijinho, desvaloriza"

- “O próximo passo será a adoção de crianças por casais homossexuais e a legalização da pedofilia”.“O Supremo extrapolou. Quem tem de decidir isso é o Legislativo, com a sanção do Executivo. Agiu por pressão da comunidade homossexual e do governo. Unidade familiar é homem e mulher.”

“Primeiro que eles não tem na testa escrito que é homossexual. Eu alugo o meu apartamento para quem eu quiser... Agora se dá o azar deste cara ser homossexual, e ele vai em uma delegacia e registra uma queixa... e eu vou ser preso em flagrante só porque esse cara faz sexo com o seu aparelho excretor?... Se eu for contratar um motorista para levar o meu filho em uma escola e descobrir que eleé gay... eu vou contratar?” 

“A sociedade é ofendida, a família é ofendida...” “A sociedade é conservadora. Eu considero agressivo”. “Lógico que me incomoda. Família gay não existe.

“Ensinar para a criança que ser gay é normal? Não!” “Eu não deixaria meu filho de 5 anos de idade brincar com o filho da mesma idade filho de um casal gay”.

“Não sei porque tanta discriminação. Minhas melhores professoras foram as prostitutas. Eu queria saber se isso também vale pro outro lado, se isso também vale para ele ser um bom professor ser gay” (durante sessão da Comissão de Direitos Humanos)

 “Dá nojo. Esses gays e lésbicas querem que nós a maioria entubemos como exemplo de comportamento a sua promiscuidade... Nós não podemos nos submeter aos escárnio da sociedade” (sobre a falácia do "kit gay" –uma cartilha do ministério da Saúde sobre prevenção de doenças sexualmentetransmissíveis,para travestis e profissionais, apresentada por ele e pela bancadaevangelicuzinha, de maneira bem estelionatária, como sendo o kit "Escola Sem Homofobia", desenvolvido pelo MEC para orientar professores.)

- “Não existe homofobia noBrasil” e “a sociedade brasileira não gosta de homossexuais”. (O que é uma contradição em termos...) Em entrevista ao apresentador Stephen Fry, que comenta: “Bolsonaro é o típico homofóbico que eu encontrei por todo o mundo, com seu mantra de que gays querem dominar a sociedade, recrutar ou abusar das crianças. Mesmo em países progressistas como o Brasil, suas mentiras criam histeria coletiva entre os ignorantes, de onde a violência pode surgir e acabar em ataques brutais como o que matou Alexandre Ivo”. 

Agora vocês também sabem: não precisamos mais chamar Jair Besteiraro de racista. Deixem que ele mesmo se mostre racista, que tem nojo dos negros. Como naquela famigerada palestra na Hebraica, em que falou dos quilombolas:

"Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais.

"Tiôôô, que que é arroba? É aquilo dos e-mails da internet?"
Ai, meu ca(pa)cete!...
Wikipedia,'cê pode nos dar uma ajudinha? Obrigado de nada. (O grifo é meu.)

Arroba (do árabe الربع; "ar-rub", a quarta parte) é uma antiga unidade de massa usada em Portugal, no Brasil e no Sistema imperial de medidas; de massa e volume usadas na Espanha e na América Latina hispânica.
(...)
Com a introdução do Sistema Internacional de Unidades, a arroba perdeu boa parte de sua função, mas ainda não deixou de existir.
Modernamente, em Portugal (onde ainda é utilizada para pesar a cortiça, os cereais e batatas nas vendas a retalho do comércio tradicional, porcos e gado bovino), a medida foi arredondada para 15 kg. No Brasil, também com o valor arrendondado, a arroba é utilizada para pesagem de bovinos e suínos.

(E, por essa comparação entre quilombolas e bois, Besteiraro foi condenado a em primeira instância a pagar indenização de R$ 50 mil)
Ou como aquela resposta a uma pergunta de Preta Gil no CQC – na época, apresentado pelo novo réu Marcelo Tas: Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu.
Aliás, Besteiraro também foi condenado, em segunda instância, a pagar R$ 150 mil de indenização por esta fala.
E é justamente sobre o pensamento de Besteiraro que Marcelo Tas falava nesta entrevista.
Não que Marcelo Tas seja um anjinho do céu – haja vista a sua participação na campanha midiática que resultou no golpe-travestido-de-impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Mas mesmo alguém como o Tas fica abismado com o pensamento de Jair Besteiraro – e mais ainda porque ele não assume o que diz, quando percebe que vai rolar encrenca (leia-se processo judicial) para o seu lado. Ou, se preferir o português mais do que claro: Jair Besteiraro com o c(*) na mão, para assumir as m... que disse.
Mas a indenização de R$ 20 mil "por danos morais" não é o problema de Marcelo Tas neste processo. Aliás, não será apenas problema dele.
É que a petição de Besteiraro pede uma multa de R$ 10 mil toda a vez que Marcelo Tas falar dele. Ou seja, não apenas pede compensação para a sua "dor psicológica, da alma", mas uma espécie de prevenção para "dores psicológicas e da alma" futuras.
A seguir, comentários sobre esta petição de Besteiraro na mesma matéria do Jota.

Cerceamento
Para cientistas políticos ouvidos pelo JOTA, faz parte do jogo democrático que qualquer pessoa que se sinta ofendida – inclusive um político presidenciável, como Bolsonaro – procure a Justiça para que o possível dano seja reparado. Mas, um pedido que imponha multa caso se fale algo no futuro é exagerado e, se aceito, caracterizaria censura prévia.
“Críticas tem de ser moderadas. Um jornalista, só por ser jornalista, não pode dizer qualquer coisa”, pondera Bolívar Lamounier. “Agora, a impressão que tenho é que o Bolsonaro não tem tanto apreço assim pela liberdade de expressão e pelo Estado Democrático de Direito”, critica.
“Este pedido para que o apresentador se abstenha de dizer algo no futuro não tem cabimento nenhum. Quem define se há uma infração e aplica uma condenação é o juiz, não o deputado”, diz.
Para o cientista político Rubens Figueiredo, embora seja contraditório Bolsonaro pedir uma indenização por danos morais pelas razões expostas, já que o deputado faz questão de ser polêmico e fazer declarações homofóbicas, é legítimo procurar a Justiça caso de fato ele se sinta ofendido.
Já o pedido para que Tas se abstenha de chamá-lo de racista e homofóbico é diferente. “Neste caso, haveria um cerceamento da liberdade de expressão”, afirma. “Quer dizer que se amanhã ou depois o Bolsonaro se comporta de uma maneira preconceituosa, você não vai poder dizer isso? É censura prévia”.
Procurado, Marcelo Tas preferiu não comentar o processo já que ainda não havia recebido qualquer notificação judicial.

Ou seja, isso tem um nome, do qual não gostamos muito: censura.
Mas qual a surpresa, em se tratando de alguém que sente saudades da ditadura, a ponto de homenagear "o pavor de Dilma Rousseff" na votação da Câmara para a abertura da farsa-processo de impeachment?
De qualquer forma, vocês já sabem: não precisamos mais chamar Jair Besteiraro de racista, homofóbico, preconceituoso, misógino, defensor da tortura e de ditadura ou similares, pois sofre "dor psicológica, da alma". O próprio Besteiraro se encarregará de se mostrar racista, homofóbico, preconceituoso, misógino, defensor da tortura e de ditadura ou similares.
Agora, e a dor que Besteiraro causa em nossa alma quando se mostra racista, homofóbico, preconceituoso, misógino, defensor da tortura e de ditadura ou similares? Essa não conta? Qual justiça vai cuidar de nossa "dor psicológica, da alma"?

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Agora, sem querer mudar muito de assunto, mas já mudando: você já foi ao Camboja, negos (as)? Não? Então não vão.
Não, nada contra o país, que é lindo, apesar da guerra civil de mais de vinte anos pelo qual passou. É que, dependendo da cabeça de quem vai, há o risco de afetá-la ao ponto de fazê-la gerar ideias de jerico.
É o caso de Ricardo Rangel, em sua coluna no Segundo Caderno d' O Globo de 21 de novembro de 2017. Não, não está em todo o seu texto, mas apenas neste trecho:

A situação de Ra, no Brasil, configuraria crime, mas basta reparar em seu sorriso para constatar que não há nada de errado ali Durante milênios, crianças foram aprendizes de seus pais e parentes sem problema nenhum, mas, no Brasil, para proteger as crianças de adultos mal intencionados, o trabalho abaixo de 14 anos é simplesmente proibido. Há uma ironia perversa aí.
A lei que, liminarmente, proíbe crianças de aprender um ofício e de melhorar a renda de suas famílias as 'protege' dos que querem seu bem, mas não consegue defendê-las de quem as maltrata, como traficantes de drogas e pedófilos. Nossa ilusão de ser Bélgica faz de nós Índia.

Eis que me pego pensando algumas coisas depois de ler este texto.
Será que esse Ricardo Rangel nunca parou para pensar que criança ainda está conhecendo o mundo, que ainda está na fase das brincadeiras e que, mesmo obrigada a trabalhar, encara tudo aquilo como brincadeira – a não ser que apanhe para ser obrigada a trabalhar: pancada demais tira a alegria e o sorriso de qualquer criança – aliás, de qualquer um. O senhor nunca parou para pensar nisso?
Alias, será que ele nunca parou para pensar que a realidade brasileira é diferente do Camboja – e que aqui, o buraco é mais embaixo? E que este buraco chama-se "herança da escravidão"?
Ah, sim, também é o caso de perguntar mais coisas.
Qual o ofício que uma criança pode aprender quebrando pedras numa pedreira – atividade pesada, insalubre e sem proteção – CQD esta matéria da Gazeta do Povo, sobre uma pedreira numa cidade do Paraná? 
Qual o ofício que uma criança pode aprender numa carvoaria, fora da escola, em condições degradantes e insalubres?    
Aliás, desde quando patrão com mentalidade escravocrata (como uma boa parte dos patrões brasileiros), que coloca crianças para trabalhar em condições insalubres, "quer o seu bem", ao invés do lucro a baixíssimo custo?
Aliás 2, a missão: se é para aprender um ofício, por que é que o "doutor" Rangel nunca ouviu falar no programa Aprendiz Legal – programa que, se ainda não decolou como deveria, é por causa dos empresários que não derem a ele? E por que é que na modesta opinião (SIC) do "doutor" Rangel, as crianças tem de aprender um ofício desde cedo, desde pequenininhas, e não podem esperar até os 14 anos (idade mínima do Aprendiz Legal) para tal?
Aliás 3, a revanche: será que o "doutor" Rangel nunca percebeu que a lei "não consegue defendê-las de quem as maltrata, como traficantes de drogas e pedófilos" por conta de detalhes que, para ele, devem ser de somenos importância, como a corrupção, a falta de verbas (via cortes de recursos oficiais) para implementar programas eficientes e, last but not least, os lobbies dos 1% de ricos do país, que querem que a situação se mantenha como está. Lembremo-nos da bancada da bala, que conseguiu, de livre e espontânea pressão sobre Michel Bento Temer Carneiro, o Vampiro Brasileiro, no exercício de presifraude (© Aldir Blanc) da República, aquela portaria que "suavizava" a fiscalização do trabalho escravo, em troca de votos para barrar mais uma denúncia contra o presifrouxo (© Aldir Blanc, de novo)?
Depois quando eu falo que o sonho da elite brasileira é a revogação da Lei Áurea - ou, no mínimo, o mesmo do PSDB e catervada, que é levar o Brasil de volta para a República Velha (1891-1930) - e que "O Globo" ainda atiça esse sonho, neguinho ainda acha que estou delirando...

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Por fim, a situação dos LGBTs na Turquia de Recep Tayip Erdogan, segundo o site LGBT espanhol Lesbicanarias  (razoavelmente mal traduzido pelo Google Tradutor, mas espero que entendam):

TURQUIA PRETENDE PROIBIR A COMUNIDADE LGBTQI

Publicado por Nani | 21 de novembro de 2017 

Aproveitando o fato de que o mundo está submerso em um buraco negro de desilusão e intolerância, a Turquia decidiu mover suas peças homofóbicas e fazer esforços para proibir a comunidade LGBTQI. Eles estão fazendo isso passo a passo.

PASSO 1
Primeiro, eles baniram o festival de cinema gay alemão em Ancara , a capital. O argumento para fazê-lo é que eles temiam que o festival pudesse incitar um ataque terrorista. O QueerFest Four pretende mostrar quatro filmes nos cinemas nos dias 16 e 17 de novembro.
Os organizadores, Pink Life , afirmam que as autoridades estão negando direitos constitucionais. Porque na Turquia, a homossexualidade não é ilegal, então não deve haver motivo para proibir o festival de cinema gay. O escritório do governador em Ankara expressou em uma declaração sua preocupação sobre se o conteúdo das fitas do festival poderia incitar a agressão e a violência contra parte da população.
As agências de inteligência indicaram que "organizações terroristas procuram atacar grupos e indivíduos dissidentes". E que "o festival pode ser visto como uma provocação e provocar reações".

PASSO 2
Como esta notícia mais ou menos passou despercebida na época, o escritório do governador em Ankara pensou que poderia aproveitar e ampliar a medida. Explicando que todos os eventos e atividades que poderiam estar relacionados com a comunidade LGBTQI foram banidos, desde filmes, peças, marchas, painéis, reuniões ou exposições.
Afirmando que essas medidas são necessárias para evitar despertar "o ódio e a hostilidade" dos moradores locais e "os perigos associados que poderiam surgir em termos de segurança pública".
Tradução: Vamos culpar as vítimas .
Isto é como dizer às pessoas: "Olhe, se você não existe, eles não podem matá-lo". Em vez de condenar essas atitudes violentas, eles se protegem limitando as liberdades das potenciais vítimas. Os terroristas também parecem muito tentados a atacar os cristãos, e não vejo ninguém proibindo as missas. Também não gosta do capitalismo e não vê ações para impedir as empresas.

AS REAÇÕES
As organizações de direitos humanos não tardaram em apontar que tudo isso parece mais uma tentativa de criminalizar a comunidade LGBTQI e sua existência .
É uma proibição "omnibus" que pode ser ampliada muito. Nós enfrentamos uma situação que é vaga, aberta a interpretação e que os direitos são violados.
Porque, embora a homossexualidade seja legal na Turquia desde 1923, os grupos de direitos humanos afirmam que a homofobia e a discriminação são comuns. Eles também dizem que houve aumentos nas rejeições pelas autoridades em cidades como Ankara e Istambul.
Por exemplo, em 2015, a polícia dispersou os participantes do desfile do orgulho homossexual . Com bombas de gás lacrimogêneo e tiro. De acordo com a Anistia Internacional , desde esse evento, as autoridades encontraram desculpas para continuar reprimindo o evento.

* REFERE-SE A ALGO QUE É APROVADO COMO UMA AÇÃO ÚNICA, LEI OU DECRETO, MAS QUE EM SI COBRE VÁRIOS PROBLEMAS E / OU AFETA VÁRIAS ÁREAS.

CONSEQUÊNCIAS?
Como tudo isso começou com a proibição do festival de cinema gay alemão, é possível que as relações já precárias entre a Turquia e a União Européia vão piorar. Porque a embaixada alemã estava por trás do QueerFest . E já sabemos que a Alemanha é o líder da gangue.
Na verdade, o cônsul da Comissão Independente Europeia para os Direitos Humanos, Nils Muiznieks, repreendeu Ankara em uma declaração no Twitter para a proibição:

A obrigação das autoridades é proteger essas pessoas dos extremistas e criminosos potenciais que as ameaçam, não para restringir seus direitos. Esta medida representa uma crescente intolerância às pessoas LGBTQI pelas autoridades turcas.

Eu já avisei que depois do triunfo de Trump, o resto dos demagogos do mundo iria deixar ir.

E não custa nada avisar: religioso com pele de laico moderado (essa foi a máscara que Erdogan usou ao fazer seu partido, o AKP, chegar ao poder) é igual a lobo com pele de cordeiro: um dia, sua ferocidade religiosa fundamentalista viria à tona.
Isso lembra muito um líder político de há muito, muito tempo atrás, em um país muito, muito distante. Os outros países preferiram se iludir com ele, achando que ele só queria o que lhe era de direito, mas queria paz. O tempo era a década de 1930. O país muito, muito distante chamava-se Alemanha. E o líder que "só queria a paz" chamava-se Adolf Hitler. Deu no que deu.
Era mais do que óbvio que, quando tivesse poderes mais amplos, a comunidade LGBT turca iria sofrer as consequências.

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E agora, nossa indicação de filme para esta séria série.
E hão de convir que, neste mundo estranho, há algo de mais estranho ainda – não no reino da Dinamarca, mas na república das Filipinas. Atualmente, o país está sendo governado por um "Jair Besteiraro" de olhos ligeiramente puxados, Rodrigo Duterte – da turma do "bandido bom é bandido morto" (mesmo que não importe que o morto seja realmente bandido...).
Ao mesmo tempo, o cinema filipino vem se voltando para temas LGBT.
É o caso do filme que indicamos para esta séria série: Baka Bukas (Maybe Tomorrow - 2016), que marca a estreia de Samantha Lee na direção de longa-metragem.
Baka Bukas conta a história de Alex (Jasmine Curtis-Smith), uma jovem de Manila, que trabalha no mundo do cinema na área criativa. Todo mundo sabe que Alex está fora de Nárnia faz tempo – isto é, todos sabem que ela é lésbica... exceto melhor amiga desde a infância, Jess (Louise de los Reyes) – uma atriz que está tentando fazer seu salto definitivo para a fama – a quem ama secretamente desde criança.
Um dia, claro, Jess descobre a verdade sobre Alex. E as duas tem de enfrentar os sentimentos que elas têm uma pela outra.
Sim, amiga lésbica, possivelmente você já viu histórias parecidas com amigas sapas na vida real – isso quando não viveu isso, antes de sair de Nárnia. E também já viu histórias parecidas no cinema. Mas, como disse a redatora do site Lesbicanarias (sim, ele de novo, mais uma vez razoavelmente mal traduzido pelo Google Tradutor):

Como você pode ver o enredo não é muito original, mas se a história é bem contada, como neste caso, nós sentimos que este é perdoável. Também de acordo com alguns estudos, todas as histórias do mundo podem ser reduzidas a 7 argumentos básicos, entre os quais a comédia. Então, ser original é algo relativo.
Do filme, gostamos que a história seja dinâmica e que as situações apresentadas não sejam deslocadas, forçadas ou exageradas. As atrizes o fazem bem, são credíveis e também a história não nos leva ao desastre total com um final horrível ou ao contrário, onde tudo é corado porque o amor pode fazer tudo. Nós gostamos de deixar informações sobre o que é ser lésbicas nas Filipinas e como a sociedade vê essas questões e, finalmente, deixa um fim aberto e isso nos parece um sucesso, já que o filme deixa sua imaginação o que acontecerá a partir desse ponto entre protagonistas.

Já anima, né?
Bom, enquanto não chega ao Brasil (via distribuidora ou exibição no próximo Mix Brasil – o que vier primeiro), fiquem com o trailer.