28 fevereiro, 2011
DOS CAÇAS ÀS CÂMERAS
Esta história dos 36 caças que o Brasil diz que vai comprar e acaba adiando a compra acaba enchendo o saco. Mas, curiosamente, nos faz pensar em cinema. (Não, não em filmes de guerra - é em outra coisa.)
O que empata sempre a decisão final nesta história dos caças é uma exigência do edital: os vendedores dos aviões tem de transferir tecnologia - para, mais tarde, fabricar novos aviões deste modelo no Brasil.
Por conta disso, russos e suecos caíram fora: não queriam (ou não podiam) transferir tecnologia - os russos, porque talvez não tenham tecnologia moderna para transferir; os suecos, porque o motor é americano, e os americanos também não transferem tecnologia nem por um capacete.
(Donde acho melhor a presidente Dilma Rousseff confiar desconfiando nas promessas do senador John McCain, de transferência total de tecnologia do F-16: a experiência nos ensina que americanos só cumprem a sua palavra quando querem. Vai que o Brasil escolha o caça americano, e logo depois o Tea Party no Congresso americano vete a transferência... quem você acha que vai ficar pendurado na brocha?)
Os franceses já estavam quase dentro, prometendo transferir tecnologia mais o céu; mas aí deixaram a diplomacia brasileira pendurada na brocha no caso do Irã, e aí...
Mas eles que são brancos e armamentistas que se entendam. O que eu quero falar é uma ideia que surgiu desta confusão.
Que tal se o mesmo governo brasileiro fizesse um edital para transferência de tecnologia para audiovisual (cinema, vídeo etc.)?
Para quem não sabe ainda, lá vai a revelação: todos os equipamentos que usamos em cinema (câmeras, fitas, refletores, ilhas de edição etc.) SÃO TODOS IMPORTADOS. Nada de mais atualmente, com o dólar valendo R$ 1,50 o quilo. Mas sempre tem uma tal de Receita Federal cobrando alíquotas em cima de alíquotas de imposto, tornando cada equipamento importado mais caro do que devia.
Não seria melhor importar tecnologia para fabricar câmeras, fitas, refletores, ilhas de edição etc. aqui no Brasil?
Ou melhor: não seria melhor ainda desenvolver esta tecnologia no Brasil?
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