Na sexta-feira, 18 de março de 2011, João Máximo escreve excelente artigo no Segundo Caderno de O Globo (pág. 3). Vale a pena transcrever o primeiro parágrafo:
"Disco, show, programa de rádio ou de TV. Por mais oportunas que venham a ser as homenagens a Assis Valente no centenário de seu nascimento, amanhã, a música brasileira não terá pago o que deve à memória de um de seus mais notáveis compositores. Nem mesmo as bem-sucedidas releituras que volta e meia são feitas de suas composições – 'Brasil pandeiro', pelos Novos Baianos, 'Uva de caminhão', 'Goodbye', por Marisa Monte, e 'Boas Festas' ('Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel..."), por Maria Bethânia – têm despertado a curiosidade sobre o autor de obras tão originais."
(Aliás, se pensarmos bem, nem mesmo o centenário, no ano passado, de um compositor pouquinha coisa mais famoso, um tal de Noel Rosa, mereceu as homenagens que deveria. Ah, esta música popular brasileira que insiste em ser adepta da modernidade tipo joga-fora-o-que-é-velho-para-dar-lugar-às-novidades, mesmo que este "velho" seja o prenúncio do moderno de hoje...)
Disco, show, programa de rádio ou de TV, realmente, podem ser muito pouco para celebrar a obra de Assis Valente. Talvez um filme. Que tal?
Nem isso.
Em 1995, estreou no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil o espetáculo musical Samba Valente de Assis (1995). Era um ótimo espetáculo, com um elenco afinadíssimo: Norton Nascimento (Deus o tenha!), como Assis Valente, mais Beth Lamas (Carmen Miranda), Soraya Ravenle (Aurora Miranda), Claudio Boeckel, Marcelo Vianna.
O mais engraçado: o texto de Zé Trindade Neto (será que ele tem algum parentesco com o ator e comediante Zé Trindade?), originalmente, era um roteiro de cinema, um projeto para cinema. Talvez por isso, o próprio Zé Trindade Neto brincava com isso, ao viver um roteirista de cinema, que tentava conseguir dinheiro de um possível investidor japonês – sem sucesso – para um filme sobre a vida de Assis Valente.
Lembrando: era 1995, a tal de Retomada ainda não tinha engrenado para valer, e o Cinema Brasileiro ainda estava no mato sem cachorro, onde foi deixada por aquelle caçador de maracujás e seu invejoso dragão da maldade.
Sabem, neste ano de centenário de Assis Valente, eu estou curioso para saber onde foi parar Zé Trindade Neto e seu projeto de filme. Talvez ele ajudasse a mostrar para toda a gente quem foi Assis Valente. E toda a hora é hora desta gente bronzeada mostrar seu valor.
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Enquanto este filme não sai (se sair...), há outras formas de mostrar para esta gente quem foi Assis Valente:
Vendo esta cena de O Mandarim, de Júlio Bressane (1995):
http://www.youtube.com/watch?v=V8-DPlLbup8
Ou ouvindo-o na Rádio Batuta do Instituto Moreira Salles (http://ims.uol.com.br/Radio/D520)
Ou ouvindo-o em outros blogs, com músicas de Assis Valente:
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