27 março, 2012

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM"... (XXIV)

Dedicamos este post desta séria série a dois personagens de fatos recentes.
Um é de ficção: Crô, personagem de Marcelo Serrado na telenovela Fina estampa, cujo final chocho foi ao ar esta semana (e, sejamos sinceros: ultimamente os finais de novelas estão ficando chochos demais da conta - não sabemos se devido ao cansaço dos autores ao final da longa jornada de escrevê-las ou se ao cansaço mais do que evidente do gênero.)
O outro, infelizmente, é real: Carlos Besteiraro, vereador no Rio de Janeiro e filho de vocês-sabem-quem, que recentemente conseguiu que a Gaiola de Ouro... digo, a Câmara Municipal aprovasse um projeto seu, o projeto de lei 1082/11, que veda a distribuição, exposição e divulgação de material didático contendo orientações sobre a diversidade sexual nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Educação Infantil da Rede Pública Municipal de Ensino. Semelhante, aliás, a um projeto de lei aprovado em São José dos Campos, já comentado em post anterior.
Tudo bem, não surpreende que uma cidade como São José dos Campos, que mobilizou a polícia militar para expulsar perigosíssimos moradores de um terreno pertencente a um sujeito tão pio, puro e honesto chamado Naji Nahas aprove uma lei assim. (É, caro leitor, só para lembrar: o Pinheirinho, onde ocorreu um vergonhoso massacre, fica em São José dos Campos.)
Mas logo no Rio de Janeiro, onde se tem uma longa tradição de aceitação da homossexualidade, vai se aprovar uma lei de... com perdão da palavra... de m... assim?
É... a falta do que fazer - ou segundo o vereador Reimont, do PT carioca, que votou contra esta excrescência, o "samba de uma nota só" (já que tal vereador acusou Carlos Besteiraro de "vereador de uma nota só") - da família Besteiraro já está ficando chato...
E por falar na família Besteiraro, vamos à dedicatória anunciada hoje:


Em tempo: vai aí a lista dos votantes desta lei (Taí uma informação para as próximas eleições municipais... e para as próximas eleições para presidente do Flamengo... Aliás, como flamenguista, breve comentário: QUE DECEPÇÃO, PATRÍCIA AMORIM!):



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Prestada a nossa homenagem à família Besteiraro, vamos à nossa indicação de hoje em nossa séria série: The politics of fur (2002), de Laura Nix, exibido no 10º Mix Brasil (2002) com o título de O poder da sedução.
A história é assim: Una (Katy Selverstone), executiva da indústria da música, que vive de maneira, digamos, excêntrica: mora num apartamento com um empregado gay, Dick (T. Jerram Young) e com Baby, seu tigre de estimação (?). Um dia, conhece B. (Brynn Horrocks), - definida na sinopse como "uma versão feminina de Sid Vicious", que seduz Una e vai morar em sua casa. Por amor a B. - melhor dizendo, estando completamente devotad e submissa a ela - Una faz dela uma grande estrela do rock. Mas B. se rebela e acaba com a frágil ordem da vida de Una.
Peraí... eu conheço esta história de outro lugar...
Conhece, sim, caro leitor - pelo menos, se você é afeito ao teatro. The politics of fur inspira-se em As lágrimas amargas de Petra von Kant  - ou, se quiserem, é uma versão "sexo, drogas & rock 'n roll" da célebre peça (e, mais tarde, filme) de Rainer Werner Fassbinder. Peça para que The politics of fur seja exibido aqui em Terra Papagalli; depois, assista ao filme de Fassbinder (1972) e tire suas conclusões.
O IMDb nos informa um pouco de sua ficha técnica. E temos aqui uma cena do filme.
Ah, para comparar: assista um trecho de As lágrimas amargas de Petra von Kant (o filme, de 1972).

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