Antes de
mais nada, minhas cordiais saudações, apesar do assunto ser um tanto
desagradável.
Costumo
assinar os abaixo-assinados do Change.org, e por isso eles sempre me enviam
outros abaixo-assinados que porventura me interessem.
Pois
a senhora criou um abaixo-assinado em defesa de Jair Besteiraro, que me foi mandado pelo Change.org. E é por
isso que eu lhe escrevo – para lhe avisar do grande king-kong que a senhora
está pagando. (Para
quem acordou da CTI depois de um ano em coma: Jair Besteiraro se tornou réu no
Supremo Tribunal Federal, e se Deus e a justiça assim o quiserem, será julgado
por incitação ao crime. Para quem acordou da CTI depois de uns dez anos em
coma: por duas vezes – uma, nos corredores da Câmara; outra em pleno plenário –
Jair Besteiraro xingou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) do mesmo jeito, com
a mesma "educativa" frase: "Eu só não te estupro porque você não
merece!" Detalhe: na primeira vez, nos corredores da Câmara, o ínclito deputado ainda a mimoseou com o epíteto de "vagabunda". Gentil, o
nobre deputado, não?)
E vou lhe
explicar por quê, em alguns itens:
1- Quando Jair Besteiraro rosnou para uma deputada adversária
política (que, para ele, é o mesmo que inimiga, e portanto não merece nem o
mínimo de respeito) que "só não a estupraria porque ela não merece",
ele deixa claro que o estupro é um "prêmio" para a mulher.
A senhora gostaria de ser "premiada" com um
estupro?
(E repetindo: da primeira vez que ele disse isso, ainda
chamou a deputada de "vagabunda". Acho que a senhora se incomoda de
ser chamadaassim. Ou não?)
2- Desta forma, ele
faz incitação ao estupro - ou seja, INCITAÇÃO AO CRIME. E incitação ao crime É
CRIME COMUM, de acordo com o Código Penal (Art. 286 - Incitar, publicamente, a
prática de crime - Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.) 3- Pela Constituição Federal (é, este documento ao
qual todos os que exercem um dos três poderes – Executivo, Legislativo e
Judiciário – juram ser leais, mas que seu ídolo acha que só serve para limpar
o... sim, isso mesmo que a senhora está pensando...), a imunidade parlamentar
por palavras e atos NÃO LIVRA UM PARLAMENTAR DE RESPONDER A CRIMES COMUNS (O
único privilégio que eles tem é de ser julgados pelo STF) – e incitação ao
crime É CRIME COMUM.
4- O mais
importante: Jair Besteiraro jura que falou isso duas vezes para a deputada
"sem pensar" (SIC).
Minha senhora, só
um tipo de pessoa comete o mesmo erro – falar a mesma m... – por duas vezes
"sem pensar": um idiota. E eu não acho que Jair Besteiraro seja
idiota. Ele é um cultivador de idiotas tão misóginos e homofóbicos como ele,
que pode manipular como bem quiser.
"Ah, não, ele
não é misógino!", dirá a senhora. Mas a senhora sabe o que é misógino?
Rezam os nossos
melhores dicionários (livro que Jair Besteiraro e seus adeptos deveriam consultar
de vez em quando):
Misoginia(dogregoμισέω,transl.miseó, "ódio"; e γυνὴ,gyné, "mulher") é o ódio, desprezo ou repulsa aogênerofeminino e às características a ele associadas (mulheresou meninas).Misoginia é o correlato oposto àmisandria [ódio, aversão, preconceito ou desprezo a pessoas do sexo
masculino]eantônimodefiloginia, que é o apreço, admiração ou amor pelas
mulheres, embora o termo "filoginia" possa ser consideradopreconceito benevolente.
Ora, seu ídolo Jair Besteiraro defendeu certa vez que as mulheresdevem ganhar salários menores porque engravidam. E em 2011, a cantora Preta Gil, filha de
Gilberto Gil, fez uma singela perguntinha a seu ídolo em um quadro do programa CQC
(Band):"O que você faria se seu filho se apaixonasse por uma negra?".
E seu ídolo respondeu: "Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem
quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e
não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".Quando deu aquelas cinco letras que fedem,
Bolsonaro quis dizer que "não ouviu bem a pergunta". Mas a turma do
CQC provou em alto e bom som (e mil perdões pelo trocadalho...) – minuto 2:18
do vídeo – que sim, ele ouviu bem a pergunta:
Se isso não é nojo pelas mulheres (como a senhora), então é o quê?
Pior: a misoginia de Jair
Besteiraro tornou-se vergonha internacional, como mostra esta matéria do jornal Le Monde(que não, não é um
jornal "petralha", mas um dos mais respeitados diários de direita da
França).
Algumas coisas chamam
a atenção na legião de seguidores de Jair Bolsonaro, o deputado que emergiu com
mais força depois do último protesto antigoverno.
A primeira, óbvia, é
o fanatismo. Bolsomito, como eles chamam, é incorruptível, infalível,
inteligente, a encarnação do profeta.
A segunda é a
truculência. Eles gostam de porrada, eles rejeitam qualquer crítica, eles
xingam o que vêem pela frente, especialmente se as vítimas forem mais fracas.
A terceira, e esta é
a mais interessante, é que são todos homens. Não propriamente homens — meninos.
Há raríssimas fãs do sexo feminino.
Os rapazes
idolatram o jeito de ele falar, a boca torta num esgar que fica mais
estranho quando ele está nervoso, o jeito de ele andar, o jeito dele ser.
Bolsonaro gosta de ficar entre esses machos e os machos gostam de estar com
Bolsonaro.
A cada artigo sobre
ele no DCM, essa meninada aparece aos magotes, revoltadíssima com qualquer
coisa que conspurque a imagem de seu ídolo, e descrevendo um sujeito imaculado
de alma e corpo.
Ele é um pop star do
extremismo político, o homem dos sonhos para garotos plenos de testosterona.
“Eu amo ele, sim!”, escreveu um bolsonarista em resposta a um artigo, no meio
de ofensas pesadas.
Bolsonaro exerce um
intenso apelo homoerótico sobre seu eleitorado. É o fascínio homossexual do
fascismo, disfarçado sob a homofobia.
Os jihadistas de JB
gostam de ficar entre si, de se amassar nos eventos do mito. Eles suam e se
roçam e gritam em louvor ao chefe. Dispensam namoradas e esposas. Parte é
misoginia, mas outra parte enorme é vontade mesmo de estar apenas entre homens
exaltados.
Após a guerra, a
parafernália nazifascista foi adotada por praticantes do sado masoquismo.
Artistas embarcaram nisso. David Bowie, em sua fase gay no início dos anos 70,
chegou a colecionar uniformes de oficiais da SS e foi preso na Polônia com
eles.
Os membros da Escola
de Frankfurt descreveram um “tipo de personalidade homossexual” entre os
nazifascistas. As tendências de submissão masoquistas desse tipo o tornaram
vulnerável ao apelo sedutor da causa.
Na Alemanha de
Hitler, uma elite de homens firmemente unidos entre si e aduladores de um deus
de bigode esquisito era a condição necessária para uma nação forte, pura,
honesta e viril.
Segundo a professora
Elizabeth D. Heineman, era o “Mannerbund” — que pode ser traduzido como
“coletivo do sexo masculino” —, a união homens disciplinados física e
mentalmente, sem distrações femininas, transformando seus laços profundos uns
com os outros e com seu líder em potência. O eventual sexo entre eles era
considerado um vínculo a mais.
É evidente que não há
problema algum no hemoerotismo dos bolsonaristas. Ninguém tem nada a ver com
isso. A questão é a histeria homofóbica deles e como esse caldo é
transformado em virulência, intolerância e ditadura.
Bolsonaro, seus
mancebos e o país que querem salvar só têm a ganhar quando se aceitarem como
são.
Ainda assim, vai
que esta e outras coisas ditas e feitas pelo seu ídolo Jair Besteiraro – como dedicar
seu voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff ao torturador Carlos
Alberto Brilhante Ustra (e ainda frisar, com um prazer sádico: "o pavor de
Dilma Rousseff"; ou chamar Jean Wyllys de "viadinho" ou
"bichinha" o tempo todo, e ainda fazer seu filho Eduardo Bolsonaro cuspir
nele (o que fez com que Jean Wyllys respondesse da mesma maneira, cuspindo em Jair
Besteiraro) – sejam feitas "sem pensar".
Levando-se em conta
que ele pretende se candidatar a presidente da república, imagine as decisões
que ele tomaria "sem pensar" no exercício do cargo.
Portanto, não perca
tempo com um abaixo assinado: que tal uma vaquinha para pagar o advogado para
seu ídolo, embora ele não precise?
Freeheld conta a história real
de Laurel Hester, policial de Ocean County, Nova Jersey, que
enfrentou uma dura batalha para garantir que sua companheira, Stacie
Andree, tivesse direito a benefícios após sua morte. O filme mostra como
Laurel (Julianne Moore)
e Stacey (Ellen Page) se conheceram e
começaram um relacionamento – mandando ás favas a diferença de idade (19 anos) –
que evoluiu até o registro de união civil. Tudo lindo até o dia em que a
policial descobriu estar gravemente doente, com câncer de pulmão em estágio IV.
No trailer é neste momento que o romance transforma-se em drama político e
Laurel passa a enfrentar o sistema, que não reconhece seu relacionamento
homoafetivo.
E então?
Vocês acham que o filme é tão didático como Jenny's
wedding? Assistam e venham discutir comigo depois.
Amigos
leitores desta séria série: alguém conhece um bom médico gastroenterologista?
Desta vez, estamos precisando, e muito. É que...
bem... não sei se vocês não tem a mesmíssima impressão que nós temos, mas...
não lhes parecem que Jair Besteiraro (patrono desta série), Silas
Mala-Sem-Alça-Faia e Marco Feliciânus estão numa disputa extremamente acirrada
para ver quem consegue ser mais ofensivo ao ser humano e à inteligência alheia?
Enfim não acham que estão disputando para ver quem consegue ser mais escroto?
Pois é. É o Grande Prêmio M... de Ouro. Senão,
vejamos. Em abril,
quando a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff ("processo de impeachment" é o cacete! É golpe
mesmo!), Jair Besteiraro saiu na frente, ao não só dedicar seu voto à memória
do coronel Brilhante Ustra (e, por tabela, fazendo apologia da tortura – crime
hediondo, de acordo com a Constituição – o que já é o cúmulo), mas também ao
acrescentar: "o terror de Dilma Rousseff" com aquela ponta de sadismo
e misoginia que lhe é peculiar. Mas Besteiraro não ficou na
ponta por muito tempo: quando o Senado afastou Dilma, e Michel
"Traíra-e-Mordomo-de-Filme-de-Terror" Temer assumiu, interina e
prazeirosamente, a presidência, e uma das primeiras medidas foi acabar com o
ministério da Cultura – medida revogada depois. Foi a chance que Silas
Mala-Sem-Alça-Faia aproveitou para passar à frente, com sua grosseira tuitada,
em que aplaudiu Temer pelo fim do MinC e chamando o ministério de "antro"
e seus defensores de "esquerdopatas" – assunto que, aliás, tivemos o desprazer de comentar no post anterior desta séria série. Mas
não ficou na frente por muito tempo: poucos dias depois, Marco Feliciânus
passou à dianteira, com um vídeo em que chamou os artistas de"vagabundos" e mandando-os ir "procurar o ministério doTrabalho". A partir
daí, Feliciânus assumiu a ponta do Grande Prêmio M... de Ouro, e parece que não
quer deixa-la, pois em menos de uma semana soltou duas m... a respeito de dois
fatos terríveis que aconteceram: um no Rio de Janeiro – o estupro coletivo
sofrido por uma jovem de 16 anos; o outro no exterior – o massacre de 50
pessoas numa boate LGBT em Orlando (Flórida). A partir
daí, como diria Jack, o Estripador, vamos por partes. Primeiro, sobre o estupro. Sobre
isso, Feliciânus bostejou... digo, proferiu um discurso na Câmara a respeito do crime e da da cultura do estupro. Disse o psicopata-deputado:
"Cultura tem
a ver com crença, arte, moral, lei e costumes. Não existe no nosso país uma
religião que apoie o estupro, portanto não é crença. Não existe beleza no
estupro, então não é arte. Não existe moral no estupro, e não há lei que apoie
o estupro, tampouco o costume do estupro. Existe estupro? Existe. Existe no
nosso país um bando de gente delinquente, sociopatas, psicopatas. Pessoas
maltratadas no seio da sua família, com algum tipo de trauma” (...) "Moro em
uma casa com seis mulheres, minha mãe, minha esposa, minha sogra, minhas três
filhas. Esempre ensinei às minhas mulheres que deem
respeito para que sejam respeitadas."
Como assim? A vítima é que "deve se dar ao respeito"? O estuprador não? Depois
dessa, fizemos a alegria do laboratório fabricante de sal de frutas e tomamos
uns dez envelopes, antes de responder a essa. Vamos adiante.
Pesquisa do Instituto DataPhoudassy com cerca de mil pessoas normais (isto é,
com o número exato de neurônios no cérebro – ou, no mínimo, com o Tico e o Teco
bem ligados um ao outro e funcionando regularmente – sobre o assunto
"estupro" deu o seguinte resultado:
(Para ser
mais honesto, em números: apenas um disse que a causa do estupro eram todas as
causas. Oba, vai haver debate, certo? Ia haver debate: quem respondeu isso,
além de não argumentar decentemente, veio com teorias da conspiração esdrúxulas,
tipo: "O comunismo islâmico é o principal responsável por isso!", e
afirmou que Elvis Presley e Ulisses Guimarães estavam vivos – e sabia onde
estavam escondidos juntos, jogando purrinha – de modo que sua resposta foi
excluída da pesquisa, ficando apenas 999 respostas. Aliás, sobre essa de
"comunismo islâmico", um vlogger muito do irreverente disse emmomento de alta sapiência: " 'Comunismo islâmico' faz tanto sentido quanto churrasquinho de gelo"...) E
convenhamos, o resultado de tal pesquisa faz todo o sentido. Será que,
se todas as mulheres "se dessem ao respeito" (leia-se: cobrir-se de
burca, se autoreprimir e ficar em casa lavando a louça, as roupas etc.), tal
como reza (ou melhor, ora e cobra dízimo...) o jumentíssimo pastor-dePUTAdo,
elas se livrariam de ser estupradas um dia, e só as chamadas
"moças-de-vida-fácil" (fácil para os clientes, porque para elas é
difícil pra chuchu) é que seriam atacadas? A resposta
é muito simples: NÃO. Cortesia da cultura do
estupro, da qual alguns exemplos extraídos de um artigo a respeito:
Mas
como essa cultura é fortalecida? Com uma série de atitudes:
1
–Assim
que meninas começam a ganhar contornos de mulher em seus corpos passam a ser
desejados, apesar disso ser chamado, por lei, de estupro, já que ninguém abaixo
de 14 anos pode escolher fazer sexo.
2
–Nas
novelas, filmes, séries, capas de revista e ruas os corpos femininos são
julgados, ovacionados ou execrados, desejados, tratados como chamariz para
vender qualquer tipo de produto, mesmo que não haja ligação alguma com aquele
corpo. Picanhas em exposição no açougue, com direito a questionarem o tamanho
da “capa de gordura”.
3
–Mulheres
são cobradas de serem femininas e sensuais. Mas quando o são, são cobradas de
serem recatadas. E quando o são, são chamadas de frígidas. Nossos corpos devem
estar no padrão, mesmo que ninguém saiba ao certo que padrão é esse. Devemos
agradar o homem que está presente no momento, mesmo que nem saibamos quem seja
ele e não tenhamos esse desejo.
4
–Em
escolas, os corpos de meninas são culpabilizados pela falta de atenção dos
alunos e descontrole de professores. A educação deles e empregos dos outros
importam mais que a educação feminina.
5
–Os
crimes de estupro são relativizados. A esposa tinha sexo como obrigação. A
mulher não deveria estar na rua àquela hora. A menina estava provocando o avô.
A culpa nunca é do agressor.
6
–O
desejo masculino é tido como verdadeiro, enquanto o feminino é apontado como
algo utilizado para se ter o que quer, produto de troca e barganha. Se não há
desejo nas negociações, a vontade feminina, de acordo com essa lógica, não
precisaria ser respeitada.
7
–Existe
o mito de que meninas amadurecem mais cedo, portanto dariam conta de
relacionamentos com homens mais velhos. O estupro, aí, estaria justificado por
maturidade.
8
–Mulheres
vítimas de estupro têm sua palavra questionada. Os exames para comprovar a
violência são ineficientes porque estupros são ligados à poder e coerção,
portanto não deixam marcas como outros tipos de violência. O medo de ser
culpabilizada, da humilhação exercida pelos responsáveis pela lei e o estigma
social faz com que mulheres levem esse trauma para o túmulo.
9
–Nossa
legislação, que protegia minimamente as vítimas de estupro, vem sendo
questionada e o novo governo interino pretende burocratizar ainda mais o acesso
a cuidados e profilaxia. A mulher vítima de estupro pode perder o direito ao
aborto e lidar com o acesso dificultado a medicamentos que evitariam que ela
contraísse, por exemplo, o HIV.
Essa
cultura está tão enraizada na nossa sociedade que é até difícil enxergá-la. Se
tudo o que entendemos como “normal” faz parte desse processo de construção
social que nos coloca em risco, como viver questionando tudo o tempo todo?
Exatamente dessa forma: questionando tudo o tempo todo.
Nossos
corpos não são objetos de troca, não são mercadoria, não estão à disposição.
Nossa dignidade tem valor. Nossa vida tem valor. E não vamos mais aceitar que
nos digam o contrário.
HOMEM - Olá.
Eu gostaria de registrar um assalto. POLICIAL -
Um assalto, é? Onde aconteceu? HOMEM - Eu
estava andando pela Rua X quando um homem sacou uma arma e disse: "Passa a
grana! Passa a grana!" POLICIAL - E
você passou o dinheiro todo para ele? HOMEM - Sim. POLICIAL -
Então você, por vontade própria, deu seu dinheiro ao homem sem resistir, chamar
ajuda ou tentar escapar? HOMEM - Bem...
sim... mas eu estava apavorado... Achei que ele fosse me matar. POLICIAL - Sei...
Só uma coisa... por um acaso, o senhor é filantropo, você costuma doar dinheiro
para a caridade? HOMEM - Sim,
doo dinheiro para um orfanato, para o Criança Esperança... POLICIAL - Então
você tem o hábito de dar dinheiro para os outros, você gosta de dar dinheiro
para os outros. HOMEM - Mas
o que isso tem a ver com o assalto? POLICIAL - Simples...
Você conscientemente desceu a Rua X, vestindo um terno... todo mundo sabe que
você gosta de doar seu dinheiro... e mais, você não tentou resistir. O que
acontece é que você deu seu dinheiro a alguém, mas agora está arrependido, está
com um arrependimento pós-doação. HOMEM - Mas
isso é... POLICIAL Me
diga uma coisa... você realmente quer arruinar a vida dele por causa de um erro
seu? HOMEM - Mas
isso é o cúmulo do absurdo!
Claro que esta é uma historinha de ficção. Mas se você trocar o sexo da vítima
do crime (de homem para mulher) e a palavra "assalto" por "estupro",
vai ver o que as mulheres vítimas de estupro encaram todo dia quando tentam
levar estupradores para a justiça. ********************
2) Mas calaram-se em relação aos outros atentados. Sem contar o suporte dados pela esquerda (PT, PCDOB e Psol) para a Palestina governada...
Ninguém se calou a respeito de outros atentados.
Você mesmo, Feliciânus, falou sobre o atentado do Estado Islâmico em Paris...
para culpar as vítimas (os franceses), como já comentei aqui nesta séria série.
Lembra-se?
E que cargas d'água o apoio a causa dos palestinos – que querem ter o
seu Estado independente nos territórios ocupados por Israel desde 1967 – tem a
ver com isso, cretino?
8) Quando o mundo irá acordar e perceber que a ESQUERDA RADICAL lidera o terror mundial? Apoiados e sustentados por governos totalitários!
Até tu, Feliciânus, acredita no "churrasquinho de gelo" do
"comunismo islâmico"?
Não quero ser chato, mas a última coisa que o Estado Islâmico e a
Al-Qaeda tem é simpatia pela esquerda ou mesmo pela direita ou pela pela
democracia. O barato deles é criar um estado teocrático.
Teocracia (do grego Teo: Deus + cracia:
poder) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e
policiais são submetidas às normas de algumas religiões. O poder
teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião:
os governantes, juízes e demais autoridades podem ser os próprios líderes
religiosos (tal como foi Justiniano I) ou podem ser cidadãos laicos
submetidos ao controle dos clérigos (como ocorre atualmente no Irã, onde
os chefes de governo, estado e poder judiciário estão
submetidos ao aiatolá e ao conselho dos clérigos). Sua forma corrupta é
também denominada clerocracia.
Exemplos atuais de regimes desse tipo são o Vaticano,
regido pela Igreja Católica e tendo como chefe de Estado um sacerdote
(o Papa),
e o Irã, que é controlado pelos aiatolás, líderes religiosos islâmicos,
desde a Revolução Islâmica, em 1979.
Faltou lembrar a Arábia Saudita – monarquia absoluta sem constituição
nem código penal (nem mesmo para salvar as aparências), regida pela sharia (lei islâmica).
Pois o sonho do Estado Islâmico é esse: um califado regido pelas leis de
Maomé.
Aliás, nem sei porque estou lhe explicando isso, Feliciânus, porque, no
fundo, no fundo, você e outros líderes evangelicuzinhos também sonham com isso, não é?
Qdo o El mata cristãos por serem cristãos, os degolam, crucificam, afogam, queimam vivos, o mundo se cala. Por que? Cristãos são inferiores?
Não sei se lhe informaram, Feliciânus, mas o EI – repetindo – quer um estado
teocrático dedicado ao Islâ – ou ao que entendem ser o Islã. Por isso perseguem
e matam cristãos – e crentes de outras religiões (judeus, islâmicos xiitas – já
que o EI é sunita de carteirinha – etc.) nos territórios que ainda dominam.
Aqui em Terra Papagalli, o que acontece é justamente o contrários: são alguns
grupelhos de supostos cristãos (e frisamos o "supostos" porque
cristão de verdade não deve fazer isso) que perseguem outras religiões –
inclusive (e desde já, mil desculpas, Feliciânus, por ofendê-lo, e eu sei que
isso o ofende) os cultos afrobrasileiros. Basta lembrar o caso da menina de 11 anos, iniciada no candomblé, que foi agredida a pedradas por alguns destes cretinos – que, por sua vez, originou um acalorado debate entre um ilustre jornalista e
um pastor, colega seu, do qual resultou um proveitoso conselho do primeiro ao
segundo, que já comentamos aqui nesta séria série.
E se
Feliciânus acha que a grande mídia conservadora do país é "de
esquerda", é sinal de que, realmente, estamos ruins em termos de
direita... Depois de
tudo isso, é ou não é razão para consultar um gastroenterologista?
Muitos heterossexuais aderiram à
causa e lutam lado a lado no movimento, porém as atitudes da cultura homofóbica
ainda estão presentes e vivas. Não pense que você não tem nada com isso. Porque
você tem. Nossa mentalidade é fraca e temos muito o que aprender. Saiba
identificar algumas ações que são prejudiciais às pessoas LGBTs:
1- Fazer piadinhas homofóbicas.
O humor é usado como justificativa para o ódio. Nunca é “só uma piada”. O humor
é uma forte arma formadora de opiniões e, quando usado para ridicularizar,
estereotipar e estigmatizar o homossexual, se torna cúmplice de todas as
barbaridades cometidas contra esse grupo de pessoas.
2- Glorificar a “Cultura Gay”. Divas
pop, memes engraçadinhos, glitter, bandeiras coloridas e gírias legais são
elementos convidativos. Eles atraem vários heterossexuais que dizem estar no
“Vale dos homossexuais”. É ótimo poder festejar com todo mundo, porém na hora
da luta, os heterossexuais somem. Quando transformamos a festa em luta e
pedimos mais direitos, estamos “engayzando” tudo. Ter a mentalidade de que
gays, lésbicas, bissexuais e trans só servem para trazer sorrisos é
inviabilizar nossa luta e o movimento.
3- Reforçar estereótipos.
Gay é afeminado, fútil, adora divas pop. Lésbica é masculinizada,
“caminhoneira”, não se depila, tem cabelo curto. Bissexuais são promíscuos e
indecisos. Estes são alguns estereótipos de sexualidade que são enfiados goela
abaixo da sociedade. Eles ajudam a criar uma mentalidade intolerante contra os
LGBT, além de invalidar aqueles que não se encaixam nesses “padrões”.
4- Chamar homossexualidade de “homossexualismo”
A palavra “homossexualismo” é problemática, pois o sufixo -ismo é usado para
descrever doenças. A homossexualidade deixou de ser vista como doença em 1990,
mas algumas pessoas insistem em ignorar esse fato. O que nos leva a…
5- Se apoiar em “dados científicos” para justificar
preconceitos. Alguns
cientistas fazem pesquisas para provar que a não-heterossexualidade das pessoas
é fator causado por doenças neurológicas. Vale lembrar que muitas coisas já
foram tratadas como doenças ou disfunções, como, por exemplo, ser canhoto. Até
onde a ciência é imparcial?
6- Rejeitar sangue de homossexuais. Até 2004
os hemocentros brasileiros proibiam homens homossexuais de doarem sangue e,
ainda hoje, eles são barrados na hora de fazerem uma doação. Mesmo com o
escasso número de doadores e com testes nos sangues recebidos, o homossexual é
visto como “sangue-ruim”. As ideias de promiscuidade e de que todos os
homossexuais são portadores de DST são reforçadas.
7- Usar a ingenuidade das crianças pra justificar
seus argumentos. “Como eu
vou explicar isso para o meu filho?” é uma frase muito usada por conservadores
quando se trata qualquer demonstração de afeto entre duas pessoas LGBT. O falso
moralismo é arma forte para tratar o amor LGBT como algo promíscuo e errado.
Algo que crianças não podem saber e não entenderiam. Difícil é explicar como
uma pessoa mata 50 outras. Explicar o amor não é difícil.
8- Dizer que aceita, mas longe de você/da sua
família. Ao falar
que não aceitaria um filho ou parente LGBT, você está oprimindo mais ainda os
LGBTs e, caso haja um na família (as chances são muitas), você contribui para o
afastamento dessa pessoa e o medo dela por rejeição. Você contribui para o
aumento exponencial do número de suicídios entre jovens LGBT.
9- Falar em “privilégio gay”. Quando
LGBTs pedem direitos, homofóbicos dizem que são privilégios. Esta mentira serve
para marginalizar e privar esse grupo de ser completamente inserido na
sociedade e tratado como igual. Casamento entre pessoas do mesmo sexo e leis
que reconhecem a homofobia e a criminalizam servem para que todas as pessoas
comecem a ter tratamentos iguais. Ter direitos específicos para impedir o ódio
não é privilégio.
10- Utilizar fatores biológicos para justificar
preconceito.
“Aparelho excretor não reproduz” não é razão para impedir LGBTs de terem acesso
a direitos básicos. É puro preconceito. Mulheres na menopausa, pessoas
inférteis, pessoas que usam preservativos e que não querem ter filhos também
não usarão o sexo para reproduzir. Casamento, amor e relações sexuais não
servem apenas para o propósito da reprodução. Casais homossexuais não
reproduzem, mas podem adotar, e isso é positivo, pois só no Brasil há mais de
6,5 mil crianças a espera de uma família.
11- Se embasar em preceitos religiosos.
A religião é uma forma de pregar o amor e a aceitação. Falar que seu Deus não
permite isso é ir contra tudo aquilo que ele próprio prega. Escolher passagens
específicas para seguir e ignorar outras é ser intolerante e contribuir para a
exclusão e rejeição dos LGBT na sociedade.
No cristianismo, homofóbicos utilizam uma passagem do Antigo Testamento (já
ultrapassado) para embasar seu ódio (Levítico 18:22: ” Com homem não te
deitarás, como se fosse mulher; abominação é”) porém ignoram outras passagens
do mesmo livro (por exemplo, Levítico 19:27 ” Não cortareis o cabelo, arredondando
os cantos da vossa cabeça, nem danificareis as extremidades da tua barba”). Fé
seletiva não é fé.
Em tempo: sobre isso, temos uma instrutiva cena da série da Warner West Wing, onde o presidente, (Martin Sheen), discute sobre o mesmo assunto com uma destas evangelicuzinhas. Enjoy.
12- Ouvir e aceitar falas que utilizem os 11 pontos
citados acima.
Ao validar qualquer discurso que esteja presente nos pontos levantados no
texto, você escolhe o lado do opressor e ajuda na desumanização e
marginalização sistemáticas dos LGBTS. Não aceite discursos como estes. Não dê
voz à intolerância.
1. “Mas é só a
opinião da pessoa, a gente tem que respeitar”.
Debater se é “certo ou não ser gay” é
o mesmo que debater se é “certo ou não ser negro”. Nunca é uma opinião, é
sempre um ato de preconceito.
2. “Ele nunca levantou a mão
pra ninguém”.
Homofobia não é só agressão física, ela pode ser
também psicológica, pode ser um desamparo ou até um julgamento velado.Aquivocê encontra 20 relatos de homofobia que não envolvem violência física.
(Entre outras
tantas historinhas, estão: a rejeição de gays, lésbicas e bissexuais como
doadores de sangue; as agressões e ameaças verbais, seguranças e garçons
"gentilmente" convidando casais gays e lésbicos a sair dos
estabelecimentos – enfim, as m... de sempre cometidas pelos suspeitos de
sempre.)
3. “Mas é
muito difícil para um pai ou uma mãe ter um filho LGBT, precisa ter paciência”.
Desconstruir conceitos é realmente um processo
longo, porém não justifica um familiar destruir psicologicamente um outro ser
humano. Aquivocê encontra grupos de apoio para pais.
4. “Homofobia
é coisa de gente doente”.
Não é não, homofobia é na verdade o
produto de uma sociedade preconceituosa e machista.
5. “A pessoa
que é homofóbica é na verdade um monstro”.
Ao dizer que um homofóbico é um
monstro você justifica a agressão como coisa de uma pessoa desequilibrada,
quando na verdade qualquer pessoa, inclusive alguém cheio de qualidades, pode
ter atitudes homofóbicas.
6. “No fundo
homofobia é coisa de gay que não se assumiu”.
SIMPLESMENTE NÃO. Dizer isso é
responsabilizar os próprios LGBT pelo preconceito que ele sofre.
(Nesse ponto,
calma no Brasil. Há vários posts desta séria série em que falamos sobre isso – inclusive no primeiro,
e realmente há pesquisas científicas que demonstram que alguns homofóbicos, na verdade, são pessoas com sua sexualidade em conflito – gays enrustidos que se recusam a se assumir e não só se auto reprimem,
como tentam reprimir os outros. Este fato não exclui os que se tornaram
homofóbicos por formação cultural. Ingrinorança,
mesmo. O que demonstra a necessidade da discussão sobre diversidade sexual e gênero
no ensino, para que a homofobia, o machismo e outros utensílios ultrapassados
sejam superados. Mas não dá para deixar de lado o fato de que muitos
homofóbicos são gays enrustidos em conflito. Isso não é responsabilizar o povo
LGBT pelo preconceito que sofrem ,as responsabilizar... o preconceituoso
homofóbico enrustido por seu preconceito e sua falta de coragem para sair de
Nárnia – isto é, do armário – e ser feliz. Ponto.)
7. “Nem tudo é
homofobia, algumas coisas são só brincadeira”.
Sempre foi preconceito e homofobia. A
diferença é que antes as pessoas que eram diminuídas não reclamavam.
8. “Antes de
ser um atentando homofóbico, foi um ato contra a humanidade”.
Com certeza um atentado contra um
LGBT é um atentado contra um ser humano, a grande questão é que esse ser humano
morreu apenas por ser LGBT.
9. “Não
precisa se mostrar tanto, vai. Podia ser mais discreto, afinal nem todo mundo
tá pronto”.
Não importa. Ninguém deve esconder o
que porque uma parcela da população é preconceituosa. A culpa nunca é de quem
foi agredido.
10. “Calma,
nem tudo é homofobia”.
Se um LGBT está se dizendo ofendido,
existem grandes chances de ser homofobia. Então não rebata, apenas pare,
reflita e veja o que você pode fazer para não ser homofóbico.
E aí? Sobre
a cultura do estupro: você pratica alguma destas ações da primeira lista? E
sobre a homofobia: faz alguma das ações da segunda lista? Fala algumas das
coisas da lista acima? Então,
meus pêsames: você está ajudando a perpetuar, por preguiça, ignorância ou
omissão, dois males muitíssimo incômodos de nossa sociedade. Mexa-se para combate-los. E, quanto
a Feliciânus, nossa palavrinha de consolo para ele:
Agora, se me derem licença... argh... meu estômago... precisamos marcar a consulta no gastroenterologista. **************************
Mas antes de ir ao médico, só para mudar de assunto: não, ainda que pareça, a distribuidora NÃO OUVIU AS NOSSAS PRECES e resolveu lançar Jenny's wedding, de Mary Agnes Donoghue - citado e recomendado em um post desta séria série - no Brasil. Ah, e que conste dos autos: esta séria série também não se responsabiliza pelo estranhíssimo título em português de Terra Papagalli com o qual o filme foi lançado no Brasil: Casamento de verdade. (O que só prova a sapiência do mestre Ruy Castro ao falar dos títulos de filmes em português dados pelas nossas distribuidoras: se der ao nobre funcionário encarregado destas empresas a chance de fazer besteira, ele o fará...) Mas voltando ao filme. Certo, Jenny's wedding (me recuso a chamá-lo de Casamento de verdade) não é uma obra prima. Mas não merece o massacre que está sofrendo de nossa ilustre crítica especializada - com as honrosas exceções do CinePOP e do canal do YouTube Papo de Cinemateca. Para citar um caso exemplar de massacre, temos a crítica de Carlos Heli de Almeida, em O Globo. Um trecho: O inferno está cheio de boas intenções, comprova “Casamento de verdade”, drama lésbico que parece ter sido feito para “educar” aqueles que relutam em aceitar a união entre pessoas do mesmo sexo. Protagonizado por Katherine Heigl, estrela de incontáveis comédias românticas (heterossexuais), o filme de Mary Agnes Donohue usa um discurso quase simplório, cheio de clichês, para defender a igualdade de direitos civis dos gays — melhor ainda se o casal em questão queira constituir uma família nos moldes convencionais. Prezado Carlos Heli: Os dez mandamentos, o "grande sucesso" do cinema evangelicuzinho da Record (e digo grande sucesso, entre aspas, porque dizem que os pastores da Igreja Universal compravam ingressos das sessões a quilo e distribuíam entre os fiéis, que eram intimados a ir assistir o filme, "em nome de Jesus!" - coitado dele...) também é didático (didático até demais) ao contar o quebra pau entre Moisés e o faraó. Então, porque Jenny's wedding não pode sê-lo? Você, Carlos Heli, está bem informado sobre a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não sei se você é a favor, não sei se você é contra, mas está bem informado sobre isso. Só que o respeitável público, em sua maioria, ainda não está. Tem gente que ainda acha que padres e pastores serão obrigados a casar dois homens e duas mulheres (o que é falso: a proposta é de casamento CIVIL, na pretoria - padre e pastor só casa gays e lésbicas se quiser), tem gente que até concorda com a premissa daquele cretino do aerotrem... como é mesmo o nome do imbecil... ah, sim, Levy (In)Fidelix, de que "dois iguais não fazem filho" - como se casamento fosse só para fazer filho, e como se casais LGBT não adotassem os filhos gerados por "dois diferentes" que não os quiseram e os amassem, não é? Pior: com todo o seu "didatismo" (assim mesmo, entre aspas, sr. revisor, obrigado), a extrema direita e os evangelicuzinhos conseguem cada vez mais pessoas que concordem com seu ponto de vista deformado. Então, um filme não precisa ser muito didático. Mas precisa ter algo de didático para explicar claramente que o diabo não é tão feio como se pinta. E que, enquanto acharem que o diabo é feio, mais dificuldades terá o povo LGBT de ser aceito. E, pombas, Jenny's wedding não é uma obra prima (já disse antes, mas não custa repetir), mas é um filme gostoso de ser visto. Portanto, nobres colegas críticos, deixem de ser chatos e dêem uma colher de chá a Jenny's wedding. ************************** E agora, a
nossa indicação de filme para esta séria série: Raven's Touch (EUA, 2015), de Marina Rice Bader (do qual já conhecemos Anatomy of a
love seen, 2014) e Dreya Weber. A sinopse
parte do princípio de que cada um lida com o luto de formas diferentes – ou se
fechando em seu mundo ou se cercando de contato humano – na esperança de que o
tempo cure tudo. Raven (Dreya
Weber, roteirista e codiretora) vive sozinha num camping, seu retiro pessoal,
desde a morte de uma sobrinha, do qual ela se culpa muito. Sua solidão acaba
com a chegada de Kate (Tracy Dinwiddie) e seus dois filhos. Tracy também está
saindo de um relacionamento abusivo com Angela (Nadège August) e está fugindo
dos traumas causados por ele. Raven e Kate não tem a menor ideia de que irão se
apaixonar uma pela outra. Mas isso acontece. E Raven se vê na mesma situação
que a fez se isolar.