07 fevereiro, 2013

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XXXII)

Pessoalmente, lamento muito que Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, tenha morrido tão cedo, em 1968, aos 45 anos de idade. Caso contrário, teria ainda muito assunto para novos volumes de seu Febeapá - o célebre Festival de Besteiras que Assola o País. Só mudaria o seu foco: sairia das otoridades e cocorocas do regime militar e iria para outro lugar que, hoje, é bem mais autoritário que os generais de 1964: a meia dúzia de três ou quatro pastores evangélicos tartufistas, que se escondem atrás da mensagem de amor de Jesus Cristo para pregar ódio, a fim de ter mais evidência conquistar mais poder político e, claro, econômico - pouco se importando com a terra que deixam arrasada atrás deles.
(Aliás, por falar em evidência: já percebeu que a grande mídia - apelidada de Partido da Imprensa Golpista, ou PIG, por Paulo Henrique Amorim - dá mais evidência a eles do que aos de igrejas inclusivas, que aceitam e não discriminam o povo LGBT, como a Igreja Cristã Contemporânea?)
E por falar em poder econômico, saiu esta triste notícia:


Valdemiro Santiago investe na aquisição de redes de TV


Líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago visa agora adquirir duas redes de TV. De acordo com a coluna da jornalista Keila Jimenez na “Folha de S. Paulo”, Valdomiro já estaria finalizando a compra da rede CNT de televisão, por quase R$ 500 milhões. 
Proprietária da CNT, as Organizações Martinez teriam recebido representantes da igreja no Rio de Janeiro na última semana, quando foi definida a negociação. A rede possui 48 praças em todo o país, entre emissoras próprias, afiliadas e retransmissoras. 
Além desta, Santiago também negocia desde 2012 a compra da Rede 21, pertencente ao Grupo Bandeirantes. Há quase cinco anos utilizando 22 horas diárias do canal, a Igreja Mundial do Poder de Deus deseja agora assumir o comando da emissora, em uma transação que beira aos R$ 700 milhões. 
Para a finalização das compras, Valdemiro Santiago chegou a pedir aos seus fiéis uma “doação emergencial”. No apelo, são requisitados ao menos 100 mil pessoas para ajudar com uma doação de R$ 200 cada uma.

É mole? como diria o Macaco Simão, "é mole, mas sobe!" A continuar a bolsa de compras de meios de mídia pelos teletartufos, quem é laico ou tem pensamento laico (como, aliás, oficialmente o Estado brasileiro o é, de acordo com a Constituição) acabará sendo minoria... Pior: não reage a este avanço.

Mas Valdemiro Santiago - o último de uma linhagem de teletartufos - não é o assunto deste post. O assunto é o mais antigo deles.
Ele mesmo: Silas Mala-Sem-Alça-Faia, aquele que mais ama (para não dizer o contrário...) o povo LGBT, como, aliás, ficou demonstrado em uma entrevista sua ao iG:

iG: Mas o senhor não acha que deveria ser feito algo para evitar as discriminações e agressões físicas aos gays? 
Silas Malafaia: Não desejo que ninguém morra, ok? Mas os homossexuais dizem que foram assassinados 260 deles no ano passado. Cinquenta mil pessoas foram assassinadas no Brasil no ano passado. O número de homossexuais mortos representa 0,52%. Um dado que eles não falam: grande parte das mortes é resultado de briga de amor entre eles. Que papo é esse? No mínimo, uns 50%. Homofobia é falácia de ativista gay para manter verbas para suas ONGs para fazer propaganda de que o Brasil é um país homofóbico. Homofóbico uma vírgula, amigo.

Não é fofo o reverendo Silas Mala-Sem-Alça-Faia? Para ele, a vida humana (seja de gays, seja de héteros) é uma questão de estatística de números...
Neste último domingo, ele foi o entrevistado de Marília Gabriela em seu De frente com Gabi, no SBT.
E, para que ninguém possa acusar o blog desta revista de parcialidade, colocamos aqui a sua entrevista na íntegra, para que todos os interessados possam avaliar os argumentos científicos (Silas Mala-Sem-Alça-Faia é formado em psicologia) do ilustre reverendo.





Agora, mesmo não sendo jornalistas (somos cinéfilos e críticos de cinema), aprendemos bem uma das melhores lições do bom jornalismo: apresentar os dois lados da questão.
Assim, colocamos aqui também os argumentos de um jovem biólogo, Eli Vieira, mestre em genética e doutorando na mesma área na Universidade de Cambridge (Reino Unido). 




Fica a seu critério, prezado internauta, analisar os dois lados da questão.
Até porque, como diria um facebookiano (a quem peço desculpas por citá-lo):




(Mas, cá entre nós: se vivo fosse, Sérgio Porto pensaria umas trinta vezes antes de colocar este assunto num volume dez (ou vinte?) do Febeapá. Talvez guardasse isso para uma versão brasileira d'O processo, de Franz Kafka...

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Dito isso, vamos à nossa indicação de hoje.
E, de novo, mais uma sugestão para a programação da TV Cultura (SP) sob a direção do dr. João Safad... grrrrrrrrr... ô teclado f!@# da p&*%!!!... é Sayad, seu teclado inútil...
Como todos estão carecas de saber (inclusive o próprio dr. Sayad...), a atual administração da TV Cultura está francamente empenhada em demitir funcionários, vender seus bens e fazer a alegria do departamento de vendas da BBC, ao invés de trabalhar para torna-la uma TV pública igual à própria BBC – uma TV de qualidade e servindo ao povo de São Paulo, não submissa demais ao governo tucano paulista.
Desta forma - para não dizer que não colaboro com tal política de favorecimento do departamento de vendas internacionais da BBC - venho sugerir mais um programa supimpa que a BBC poderia comprar e exibir: a série Lip service, criada por Harriet Braun e produzida pela Kudos Film and Television para o canal BBC Three, que transmite para a Escócia. O que é mais certo, já que a série se passa em Glasgow, e fala das vidas, histórias e amores de um grupo de lésbicas que mora nesta cidade. São apenas duas temporadas, episódios com um excelente roteiro e um elenco muito bem afinado.
Quem estiver a fim de saber como é essa série (e enquanto o YouTube não a tira do ar), vai aí o primeiro episódio da primeira temporada.




Deleitem-se.

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