iG: Mas o senhor não acha que deveria ser feito algo para evitar as discriminações e agressões físicas aos gays?
Silas Malafaia: Não desejo que ninguém morra, ok? Mas os homossexuais dizem que foram assassinados 260 deles no ano passado. Cinquenta mil pessoas foram assassinadas no Brasil no ano passado. O número de homossexuais mortos representa 0,52%. Um dado que eles não falam: grande parte das mortes é resultado de briga de amor entre eles. Que papo é esse? No mínimo, uns 50%. Homofobia é falácia de ativista gay para manter verbas para suas ONGs para fazer propaganda de que o Brasil é um país homofóbico. Homofóbico uma vírgula, amigo.
Briga de amor entre gays?
Diga-me lá, Silas Mala-Sem-Alça-Faia, este fato pode ser considerado "briga de amor"?
Abraço de irmãos acaba em ataque homofóbico e morte na Bahia
Gêmeos foram confundidos com homossexuais por grupo de oito agressores
SALVADOR - José Leonardo da Silva, 22 anos, não imaginava que o gesto inocente de caminhar abraçado com seu irmão gêmeo, José Leandro, despertaria a ira de outros homens. Os gêmeos foram espancados por cerca de oito pessoas na madrugada do último domingo (24) quando voltavam do Camaforró, na cidade de Camaçari (Grande Salvador). Leonardo morreu no local ao receber várias pedradas na cabeça, enquanto Leandro foi levado ao Hospital Geral de Camaçari com um afundamento na face, mas já recebeu alta.
Os agressores, que não tinham passagem
na polícia, foram presos no mesmo dia do crime e estão custodiados na 18ª
Delegacia (Camaçari). Segundo a delegada da 18ª DT, Maria Tereza Santos Silva,
trata-se de um crime de homofobia.
- Pensaram que eles fossem um casal
homossexual. Os agressores e as vítimas não se conheciam e não tiveram nenhuma
briga anterior, por isso acho que a motivação seja a homofobia - explica.
A delegada relata que o grupo desceu de
um micro-ônibus ao ver os gêmeos abraçados e iniciou as agressões.
- Eles alegaram que acharam que era um
homem e uma mulher brigando - conta Maria Tereza. Após as investigações, ela
indiciou três das sete pessoas conduzidas para a delegacia. Douglas dos Santos
Estrela, 19; Adriano Santos Lopes da Silva, 21; e Adan Jorge Araújo Benevides,
22; foram autuados em flagrante por homicídio qualificado (por motivo fútil) e
formação de quadrilha. Diogo dos Santos Estrela, irmão de Douglas, está
foragido.
Segundo a delegada Maria Tereza,
durante as agressões, Leonardo reagiu, conseguiu tomar a faca da mão de Diogo e
saiu caminhando. Ao ver Leonardo com a faca que pertencia a Diogo, Douglas
perguntou onde estava seu irmão.
- Leonardo respondeu que não sabia.
Douglas pediu para ele largar a faca e conversar. Depois, Adriano meteu um
paralelepípedo na cabeça de Leonardo e Douglas pegou a mesma pedra e golpeou
várias vezes a cabeça da vítima - relata a delegada Maria Tereza. Adan foi o
que desferiu os socos que provocaram o afundamento na face de Leandro, que
sobreviveu.
Para a delegada Maria Tereza, o crime
contra os gêmeos mostra um problema social.
- Estamos no século 21 e matar uma
pessoa porque é homossexual é um absurdo. Um jovem pagou com a vida porque foi
confundido com um gay - destaca a delegada.
O presidente do Grupo Gay da Bahia
(GGB), Marcelo Cerqueira, afirma que o episódio demonstra claramente o grau de
homofobia cultural presente na sociedade.
- Esse caso mostra o perigo que é ser
homossexual e demonstrar carinho em público. A gente repudia a situação e chama
a atenção para a aprovação da lei que torna a homofobia crime no Brasil.
Enquanto isso não acontecer, muitos casos vão se repetir - ressalta.
- Defender os direitos dos homossexuais
é defender os direitos humanos - completa.
Em julho do ano passado, um caso
semelhante ocorreu no interior de São Paulo, na cidade de São João da Boa
Vista. Pai e filho foram espancados em uma feira agropecuária porque estavam
abraçados, assistindo às apresentações, quando um grupo com sete homens se
aproximou e perguntou se eles eram gays. O pai explicou que não, e o grupo foi
embora, mas voltou logo depois e começou uma sessão de espancamento contra os
dois.
Mais um detalhe, reverendo Silas Mala-Sem-Alça-Faia: um dos gêmeos era casado e sua esposa esperava o primeiro filho.
Mulher de gêmeo morto por homofobia pede justiça
Bahia registrou 15 mortes por preconceito a homossexuais esse ano
SALVADOR - - Quando imagino minha vida daqui para
frente, penso em tristeza. Será muito triste criar meu filho sozinha, sem ele
(Leonardo). O sonho dele era ter um filho, mas fizeram isso e ele não pôde nem
conhecer - lamenta N. G., de 15 anos, grávida de três meses de José Leonardo da
Silva, 22. Leonardo morreu após ser agredido por um grupo que confundiu ele o
irmão gêmeo, José Leandro da Silva, com um casal gay, na saída de uma festa, no
domingo, na cidade de Camaçari, na Grande Salvador, na Bahia.
Muito abalada, a jovem tenta entender o porquê das agressões.
- Não tem explicação mesmo. Se eles
fossem (homossexuais), não precisava ninguém fazer isso. Violência gratuita.
Ela cobra das autoridades punição para
todos os envolvidos na morte do marido.
- Oito pessoas participaram das
agressões e apenas três foram presas. Espero que os outros sejam identificados
e punidos. Eles tiraram a vida de um inocente, homem honesto e trabalhador. Têm
de pagar pelo que fizeram - ressaltou.
A viúva lembra que Leonardo estava tão
feliz com a gravidez que já havia até escolhido os nomes para a criança:
Alejandro, se menino, e Rose para menina.
Maria Lucineide Neto, mãe da garota,
pretende ajudar a filha a criar a criança.
- A vida dela está destruída. Como ela
vai cuidar dessa criança sozinha? Só Deus. Vou ter que correr atrás de
psicólogo para ela, mas não vai se recuperar nunca.
Segundo ela, a família de Leonardo está
revoltada com os boatos de que o jovem foi assassinato porque era comparsa de
um bandido conhecido como Felipe, morto recentemente. Revolta maior, diz Maria,
é da mãe da vítima, que sempre orientou os gêmeos a serem trabalhadores e
respeitar as pessoas.
- Desde pequenos, foram criados
trabalhando. Vendiam 'geladinho' aos 10 anos de idade - conta.
A Bahia registrou 15 mortes por
homofobia esse ano. Em 2011, o estado teve, pelo sexto ano consecutivo, o maior
número de mortes (28) por homofobia do Brasil, à frente de Pernambuco (25) e
São Paulo (24). Os dados são do levantamento anual feito pelo Grupo Gay da Bahia.
No Brasil, foram 266 homicídios em 2011. Este ano, já são 104 mortes
contabilizadas em todo o país.
- Casos como esse em Camaçari revelam
que a homofobia pode causar danos a qualquer pessoa. É mais sério do que se
pensa - afirma o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e membro do
Conselho Nacional LGBT Leandro Colling.
Homossexual assumido, o produtor Benin
Ortiz, 24 anos, foi vítima de homofobia aos 14 anos, dentro da escola, quando
um garoto, que já o perseguia, deu um chute na barriga dele. Benin, que morou
em Londres e Tel Aviv, fica “espantado” com a forma como tratam a questão no
Brasil.
- A população é ignorante. Não entende
que existem várias formas de amar - aponta. Benin.
Ativistas e pessoas que sabem os males
da homofobia torcem pela aprovação do projeto de lei que criminaliza a prática.
Mas a votação do projeto no Senado foi adiada para 2013, por divergências
provocadas, na maioria, pela bancada evangélica.
E este outro fato, pode ser chamado de "briga de amor"?
Jovem homossexual é morto a pauladas e jogado no Rio Paraíba, em Volta Redonda
O corpo da vítima foi encontrado no Dia do Orgulho Gay
VOLTA REDONDA - O delegado da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio
Furtado, está investigando a morte de Lucas Ribeiro Pimentel, de 15 anos. A
polícia já sabe que o latrocínio - roubo seguido de morte -, também teve
motivações homofóbicas, uma vez que o crime foi praticado com requintes de
crueldade.
O corpo do jovem foi encontrado na
quinta-feira, justamente no Dia do Orgulho Gay, boiando no Rio Paraíba do Sul,
próximo ao bairro Retiro, em Volta Redonda, no Sul Fluminense. O
vice-presidente do Conselho Municipal da Juventude, Adeílson Paula de Oliveira,
foi ao sepultamento do jovem nesta sexta-feira, no Cemitério Municipal de Volta
Redonda.
- Antes de ser jogado no rio, o rapaz
foi espancado a pauladas e empalado, além de ter os dois olhos furados. Eu o
conhecia. Ele era gay assumido. Ele não fazia mal a ninguém e não era envolvido
com drogas – disse Adeílson.
Segundo testemunhas, o rapaz estava com
R$ 900, que foram roubados. Lucas foi visto pela última vez na noite de sábado
em um show, na Ilha São João. Antes de desaparecer, ele chegou a informar a
dois conhecidos que viajaria para o Rio após o evento. A família de Lucas
chegou a registrar o desaparecimento dele na delegacia.
O rapaz morava no bairro Açude. Ele
costumava a frequentar a casa da mãe, no bairro Voldac, também em Volta
Redonda.
Briga de amor? Vá se roçar nas ostras, Silas Mala-Sem-Alça-Faia!!!
Briga de amor só se for entre os gays assumidos e os homófobos raivosos que, tal como a ciência já provou, são majoritariamente pessoas com tendênciashomossexuais que não conseguem lidar com sua homossexualidade latente nem assumi-la para si mesmos. Aliás, tem um recadinho para eles, made in facebook:
Aliás, o mesmo recado poderia ser dado para a bancada evangélica (se quiser, pode escrever evangelicuzinha...) no Congresso Nacional.
Só neste ano, 104 pessoas morreram em todo o país por serem gays, lésbicas, bissexuais etc. Ou seja, gente (que eu nem sei se pode ser chamada de gente) matou outras pessoas porque não suportava o fato de que elas eram gays, lésbicas etc.
E matar outras pessoas É CONTRA A LEI. Pelo menos, ainda é, certo?
E, já que estamos falando com os evangelicuzinhos, lembremos os Dez Mandamentos (e, com todo o respeito, o grifo em itálico e em letra maior do que a dos outros mandamentos é meu):
Os Dez
Mandamentos - Êxodo 20. 1 a 17
1 - Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.
1 - Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.
2 - Não farás para ti imagem
de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os
meus mandamentos.
3 - Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu
nome em vão.
4 - Lembra-te do dia do
sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas
o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem
teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal,
nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez
o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia
descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
5 - Honra a teu pai e a tua
mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
6 - Não matarás.
7 - Não adulterarás.
8 - Não furtarás.
9 - Não dirás falso testemunho
contra o teu próximo.
10 - Não cobiçarás a casa do
teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Pois, mesmo com a tarefa hercúlea de achar um jeito de prevenir e punir quem desobedece o sexto mandamento da própria lei de Deus contra gays, lésbicas etc. – o que só vai acontecer com a lei que criminaliza a homofobia, que os ínclitos servidores (SIC) de Deus e da Bíblia bloqueiam (talvez para que os pregadores evangelicuzinhos do futuro possam "exagerar" ao falar contra gays, lésbicas etc. sem susto) – a bancada evangelicuzinha prefere se preocupar com outra coisa: a cura da homossexualidade.
Sério. Leiam a notícia abaixo (e, por favor, não riam):
Câmara debate na quinta proposta que abre caminho para a 'cura gay'
Projeto de deputado da bancada evangélica rebate resolução do Conselho Federal de Psicologia
27 de junho de 2012 | 9h 15
A Câmara dos Deputados discutirá em
audiência pública na quinta-feira, 28, a suspensão de dois dispositivos de uma
resolução do Conselho Federal de Psicologia que orientam os profissionais da
área a não usar a mídia para reforçar preconceitos contra os homossexuais nem
propor tratamento para curá-los.
O projeto, do deputado João Campos
(PSDB-GO), líder da bancada evangélica na casa, abre caminho para que
psicólogos tratem o homossexualismo como um transtorno. O parlamentar argumenta
que as orientações restringem o trabalho dos profissionais e o direito da
pessoa de receber orientação.
"Entendo que a matéria não pode
ser vista apenas sob a égide de uma única classe profissional, pois alcança a
sociedade de uma forma geral. O tema requer um estudo e uma análise
aprofundada, levando em consideração os aspectos científicos e também sociais
que o envolvem", disse Campos. "Entendo que a matéria também deve ser
submetida às pessoas que desejam buscar na psicologia ajuda em virtude de
dúvidas quanto à orientação sexual", completou o parlamentar à Agência
Câmara.
A proposta de Campos é derrubar dois
dispositivos do conselho - o de que "os psicólogos não colaborarão com
eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades"
e o de que "os psicólogos não se pronunciarão nem participarão de
pronunciamentos públicos nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar
os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores
de qualquer desordem psíquica".
A sessão de debate será realizada às
9h30 pela Comissão de Seguridade Social e Família, da qual Campos é suplente.
Isso mesmo. A nossa aguerrida bancada evangelicuzinha no Congresso Nacional está, com o perdão do termo chulo, cagando e andando para a ciência e medicina modernas e para as seguintes entidades:
- a Associação Americana de Psiquiatria, que deixou de considerar a homossexualidade como doença desde 1973;
- a Associação Americana de Psicologia, que também deixou de considerar a homossexualidade como doença desde 1975;
- a Associação Brasileira de Psiquiatria, que em 1984, considerou a homossexualidade como algo não prejudicial à sociedade, posicionou-se contra a discriminação.
- o Conselho Federal de Psicologia, que em 1985 deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade; e
- é claro, a Organização Mundial de Saúde (OMS), que em Assembleia-Geral de 17 de maio de 1990, retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças (CID).
Isso sem falar na Anistia Internacional, que em 1991 passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.
Ah, a ciência e da medicina dizem que a homossexualidade não é doença? Para a nobre e moderna bancada evangelicuzinha brasileira, danem-se a ciência e a medicina, porque ela prefere seguir a Bíblia - ou melhor, a interpretação da Bíblia através de alguns "çábios" (é assim mesmo, revisor, obrigado) como João Campos, Anthony Gargantinho ou Silas Mala-Sem-Alça-Faia. E, em pleno centenário de nascimento de Alan Turing, quer dar a alguns "psicólogos" (evangelicuzinhos, evidentemente) o direito de ministrar tratamentos para "curar" a homossexualidade.
Pai dos evangelicuzinhos... digo, dos burros. Vai aí um trecho do verbete sobre Alan Turing na Wikipedia:
Alan Mathison Turing (OBE; 23 de Junho de 1912 — 7
de Junho de 1954) foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista
da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da
computação e proporcionou uma formalização do conceito de algoritmo e
computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na
criação do moderno computador.[1]
Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing
trabalhou para a inteligência britânica em Bletchley Park, num centro
especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe de Hut 8, a
seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planejou
uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bombe, uma máquina eletromecânica que
poderia encontrar definições para a máquina Enigma. Após a guerra,
trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, onde criou um
dos primeiros projetos para um computador de programa armazenado, o ACE.
Mais para o fim de sua vida, Turing tornou-se
interessado em química. Escreveu um artigo sobre a base química da morfogênese,
e previu as reações químicas oscilantes como a reação
Belousov-Zhabotinsky, que foram observadas pela primeira vez na década de 1960.
Pois, com toda esta valiosa contribuição de Turing à ciência moderna, nada disso valeu quando o dedo indicador levemente endurecido de alguém agiu contra ele, denunciando sua homossexualidade – na Grã-Bretanha, a homossexualidade não era considerada só doença, mas crime. (Oscar Wilde que o diga.) Isso resultou em um processo criminal em 1952, na qual a prisão foi trocada por um tratamento para (adivinhou?) "curar" sua homossexualidade. Só que era um tratamento à base de estrogênios – isso mesmo, hormônios femininos, que resultaram mesmo numa castração química e no humilhante efeito secundário de causar crescimento de... seios. Pior do que tudo isso e da humilhação pública: nunca mais pode acompanhar estudos para o desenvolvimento de computadores, pois foi impedido pela mesma lei – proibido de exercer a sua profissão de cientista.
Agora, faça o seguinte cálculo: humilhação pública + proibição de ser cientista + castração química por estrogênios + depressão resultante de tudo isso = suicídio. Alan Turing morreu em 1954, ingerindo uma maçã envenenada com cianeto.
Só em 2009 é que o governo britânico pediu oficialmente desculpas públicas pelo que fez a Turing. E ainda assim, depois de uma campanha pública na internet – a filha dileta da computação pela qual Turing trabalhou.
Voltando à obsessão evangelicuzinha brasileira em "curar" a homossexualidade.
Por que vocês querem tanto "curar" esta "doença"? O que tanto lhes incomoda na presença de pessoas que amam pessoas do mesmo sexo? (E que, as vezes, se unem para viver juntos para sempre?)
Aliás, qual seria a causa desta "doença"? (Vírus de Bruços não vale, cambada de debochados...)
Sem falar no prejuízo que vocês podem causar à economia brasileira pelo aumento do número de faltas ao trabalho por motivo de doença, como sugere (mais uma vez) esta mensagem via facebook:
Já pensaram?
*******************
Hoje, tal como prometi em texto anterior, vou falar de The World Unseen (2007), que poderíamos traduzir como O Mundo Invisível. Mais um filme da cineasta britânica Shamin Sarif, com Lisa Ray e Sheetal Sheth – o mesmo trio de I Can’t Think Straight (2008). E o tema é o mesmo: o amor entre duas mulheres de origens diferentes.
A diferença é que o problema em I Can’t Think Straight era a dificuldade de relação amorosa entre duas moças vindas de comunidades fechadas, oriundas da Ásia e Oriente Médio – Tala (Lisa Ray), cristã jordaniana, e Leyla (Sheetal Sheth), hindu muçulmana – na Inglaterra do século 21 (ou seja, a tensão ocorreu, digamos, de leve). Imagine uma relação entre duas mulheres nascida numa época e lugar nada propícias. A época: anos 1950. O lugar: a África do Sul na plenitude do apartheid.
Mas deixem-me apresenta-las direito.
Nascida a 24 de setembro de 1969, Shamin Saref é escritora, roteirista e
diretora britânica de origem paquistanesa. (Seção "revista Amiga": ela e sua companheira, Hanan Kattan, tem dois
filhos.)
Lisa Ray nasceu no Canadá a 4 de abril
de 1972, com ascendência tripla: tem origem polonesa, indiana e do Bangladesh.
Já foi modelo, agora é atriz.
E Sheetal
Sheth – o nome não nega sua ascendência
indiana – nasceu nos EUA em 24 de Junho de 1976.
Lisa e Sheetal são mais conhecidas, justamente,
pelos seus trabalhos com Shamim Sarif – inclusive este The World Unseen,
que foi o primeiro filme do trio.
Voltemos a
ele e ao tal do apartheid. Pai dos
burros e dos que fugiam das aulas de história geral para namorar, comer merenda
ou as duas coisas. Em 1948, o Partido Nacional, representante da minoria branca afrikaaner (brancos de origem holandesa) venceram as eleições gerais, sob a liderança do clérigo da Igreja Reformada Holandesa Daniel François Malan. E tão logo formou o governo, Malan (teria parentesco com o sardônico ministro da Fazenda de Vagabundando Henrique Cardoso?) instituiu o apartheid, que simplesmente oficializava uma política de segregação racial, onde todos os brancos – tanto os afrikaaners quanto os colonos de origem britânica – teriam direitos plenos, políticos inclusive, enquanto se negavam os direitos aos africanos e restringiam drasticamente os direitos dos habitantes de origem asiática – inclusive os de origem indiana. A segregação abrangia as áreas residenciais – muitas vezes através de remoções forçadas – a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos prestados pelos brancos.
Do racismo para o conservadorismo sexual foi um pulo.
Este é o pano de fundo para The World Unseen – onde, basicamente, os caminhos de Amina (Sheetal Sheth) e Míriam (Lisa Ray) se cruzam.
Amina mandou todas as regras da sua
comunidade convencional às favas e é dona de um café, em sociedade com o negro Jacob
(David Dennis), onde música, risos, comida caseira e liberdade - uma "zona
cinzenta" para aqueles que estão fora do estrito "preto e
branco" das regras do apartheid –
estão sempre presentes.
Já Miriam é uma esposa recatada e
subserviente ao marido, o frustrado e machista Omar (Parvin Dabas) e mãe coruja
dos seus filhos. Silenciosamente inteligente, Miriam nunca assumiu que ela pode
ter escolhas na vida.
É quando Miriam encontra Amina e aí...
Bom, aí vocês encham o saco dos
distribuidores para lançar este filme aqui no Brasil para ver, que eu não sou
desmancha-prazeres. Basta ver o trailer.
Sobre a última de Besteiraro: http://nitidoedenso.blogspot.com.br/2012/07/pela-desconstrucao-da.html
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