Diário
do Bolso
(José Roberto
Torero)
Pô, Diário, eu não posso falar nada que já caem de pau em cima de mim.
Por que não me esquecem um dia? Tem tanta gente aí pra baixar o cacete.
Por exemplo, hoje é Dia da Mulher. Por que não cobram o Witzel? Ele disse
que ia dar dez secretarias para as mulheres, mas só deu duas. E o tal de Flávio
Pacca, consultor de segurança do Witzel, que foi preso? Dizem que é miliciano.
Pô, se o consultor de segurança vai para a cadeia, imagina o que é aquele
governo lá (ops, lembrei que o Flavinho também já homenageou esse Pacca).
E o Dória, com aquele jeitinho de dono da bola? Olha, Diário, se ele
aparecesse lá em Eldorado quando eu era moço, eu enchia ele de porrada. Que
sujeitinho engomado! Mas tudo bem, pelo menos o cara puxa meu saco sempre que
pode. Só que ninguém está falando nada contra ele. Ninguém. O governo do
nenenzão nem começou e dois secretários, o Kassab e o Aloysio Nunes, já tiveram
que pedir o boné por causa de corrupção. Pô, vão investigar isso daí!
E o Caiado? Atrasa os salários do funcionalismo e nada. Esses dias
acabou com o projeto Jovem Cidadão, deixou cinco mil garotos sem emprego, e
nada. Eu falo que vou tirar radar, todo mundo cai em cima. O Caiado tira os
radares móveis nas rodovias estaduais, e nada.
E o Crivella? Ninguém mais fala que ele prometeu rapidez especial para o
pessoal das igrejas no “mutirão das cataratas”, ninguém mais fala que ele não
usou todo o dinheiro para prevenir as enchentes, que ele quer fazer uma rua do
condomínio dele até uma avenida lá, que ele ameaça cortar o dinheiro das
escolas de samba... Pelamor de Deus, pô!
E o Covinhas? Os funcionários públicos estão em greve há mais de um mês,
mas não sai uma porcaria em lugar nenhum. Um mês de greve! Imagina se isso
acontecesse comigo. Todo dia eu ia estar na capa da Folha Marxista de S.Paulo.
Ou a Época Comunista ia cair de pau. Ou aquele neoesquerdista do Reinaldo
Azevedo ia falar no rádio. Mas o Covinhas eles poupam. Hoje vai ter assembleia
em frente à Prefeitura. Duvido que apareça um estagiário de jornal de bairro!
Duvido!
Eu não sou anjo, mas tem mais capeta por aí.
Pronto, desabafei.
*********
De novo, terei de explicar, com toda a paciência
que ainda me resta.
No que cabe ao noticiário político, a imprensa do
Brasil dá mais importância a você, que (infelizmente) é o presidente da
República, ao que você diz ou faz, justamente por isso: porque você é o
presidente da República.
Mas também... por que 'cê tá chateado? Em seus
quase 30 anos de parlamento, você sempre foi um grande adepto do marketing "melancia
no pescoço", estilo "falem mal, mas falem de mim". E sempre com
o auxílio nada luxuoso de fake news –
a cartilha do ministério da Saúde sobre doenças sexualmente transmissíveis, que
você apresentou como sendo o "kit gay" a ser adotado nas escolas; a
"mamadeira de p*r*c*" atribuída a Fernando Haddad na campanha de 2018;
e por aí vai.
Putz, você usa diuturnamente fake news para aparecer, e acha que pode ficar irritado quando a
imprensa apura FATOS sobre você e sua família?
Pior, acha que pode (pensando mercurialmente com o
fígado) que pode usar fake news para
rebater FATOS?
A última destas veio neste domingo, segundo a Folha (nada comunista) de S. Paulo:
Bolsonaro divulga relato deturpado
de conversa de jornalista
Presidente diz que repórter
quer derrubar governo; jornal O Estado de S. Paulo afirma que áudio divulgado
tem frases truncadas e cortadas
10.mar.2019 às 22h02
SÃO PAULO O presidente Jair Bolsonaro
divulgou em sua conta oficial no Twitter, neste domingo (10), um relato
deturpado de uma conversa de uma jornalista do jornal O Estado de S. Paulo com
uma pessoa não identificada. No texto, Bolsonaro diz que "querem derrubar
o governo com chantagens, desinformações e vazamentos".
A postagem vem acompanhada de um
áudio cuja transcrição dos trechos audíveis não coincidem com a interpretação
que o presidente faz das falas.
Ele afirma que a jornalista
Constança Rezende disse "querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro".
Na gravação, a repórter fala sobre
o caso de Fabrício Queiroz, o ex-funcionário do senador Flávio Bolsonaro
(PSL-RJ) que recebia dinheiro de outros assessores do filho do presidente em
sua conta corrente.
No trecho divulgado pelo
presidente, a jornalista diz que o caso "pode comprometer, pode arruinar
Bolsonaro". A repórter ainda diz, durante a conversa, que se preocupa com
a possibilidade de que as investigações não avancem porque este poderia ser
"um caso de impeachment".
Em texto publicado sobre o
episódio na noite deste domingo, o jornal O Estado de S. Paulo diz que a
jornalista "não fala em 'intenção' de arruinar o governo ou o
presidente".
"A conversa, em inglês, tem
frases truncadas e com pausas. Apenas trechos selecionados foram divulgados. Em
determinado momento, a repórter avalia que 'o caso pode comprometer' e que
'está arruinando Bolsonaro', mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção
nesse sentido", afirma a reportagem.
A interpretação deturpada da
conversa da jornalista foi inicialmente publicada nas redes pelo site Terça
Livre. A plataforma é alimentada por apoiadores de Bolsonaro.
Ainda segundo o jornal Estado de
S. Paulo, as frases da gravação foram retiradas de uma conversa que a repórter
teve em 23 de janeiro com uma pessoa que se apresentou como Alex MacAllister,
"suposto estudante interessado em fazer um estudo comparativo entre Donald
Trump e Jair Bolsonaro".
Nas redes bolsonaristas, a voz do
homem que faz perguntas à jornalista foi digitalmente modificada. A dela, não.
(...)
Sério, Coiso, quando
você mesmo faz (e/ou fala) as m... que já fez, tira todo o trabalho da oposição
(se é que ainda há alguma no país...). Você continuará pau da vida com a mídia,
que aponta suas m..., e a mídia vai ficar ainda mais p... da vida: o que tem de gente se solidarizando com a jornalista não está no gibi.
Outra coisa, Coiso: não adianta nada ficar p... da vida com o povo (inclusive – justamente – quem te elegeu acreditando em você), que criticou você durante o carnaval – seja com paródias de marchinhas ("Doutor, eu não me engano / O Besteiraro é miliciano"), seja diretamente, tipo "Ei, Besteiraro, VTNC!" (e mais uma vez: se você, caro leitor, ainda não sabe o que quer dizer essa sigla, não sou eu que vou lhe explicar...). Como eu te falei em post anterior, água de morro abaixo, fogo de morro acima, e folião sacaneando as "otoridades" ninguém segura. Nenhum chefe de governo escapa da crítica irreverente do povo durante o carnaval – ainda mais um chefe de governo como você, que abusa do direito de fazer (e falar) m...
RIO
— Uma produtora de conteúdo pornográfico divulgou nesta quinta-feira um
manifesto em que diz que a cena divulgada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, tratava-se
de uma performance de dois de seus integrantes. No vídeo, uma pessoa de cabelos
compridos dança, introduz os dedos no ânus e, em certo momento, abaixa a cabeça
para que um outro homem urine sobre ele.
Outra coisa, Coiso: não adianta nada ficar p... da vida com o povo (inclusive – justamente – quem te elegeu acreditando em você), que criticou você durante o carnaval – seja com paródias de marchinhas ("Doutor, eu não me engano / O Besteiraro é miliciano"), seja diretamente, tipo "Ei, Besteiraro, VTNC!" (e mais uma vez: se você, caro leitor, ainda não sabe o que quer dizer essa sigla, não sou eu que vou lhe explicar...). Como eu te falei em post anterior, água de morro abaixo, fogo de morro acima, e folião sacaneando as "otoridades" ninguém segura. Nenhum chefe de governo escapa da crítica irreverente do povo durante o carnaval – ainda mais um chefe de governo como você, que abusa do direito de fazer (e falar) m...
Só falta colocar
seu nome, mas este diploma você já mereceu, tá OK?
O que nos leva de volta ao assunto fake news e ao vídeo dos dois camaradas durante
o carnaval de rua, enfiando o dedo no... no... vá lá... no subilatório. (É,
esse termo do jargão baiano de onze letras substitui perfeitamente aquela
palavrinha de somente duas letras...).
Precisava pegar um vídeo pornô e mentir, mostrando-o
como exemplo de abuso de certos foliões durante o carnaval?
(Sim, caro leitor, agora preciso falar a verdade
procê. Aquele vídeo dos dois cara enfiando o dedo no subilatório e fazendo golden
shower um no outro, que foi mostrado pelo Coiso como cena de rua espontânea do
carnaval não era nada espontâneo: era um trecho de um vídeo da indústria pornô metido a "experimental". Sabe aqueles vídeos
pornôs estilo "Carnaval 20..." onde aparecem cenas de sexo
supostamente feitas durante bailes de carnaval? Pois é, era uma variação feita
indoor – ao ar livre. E nem aconteceu durante o desfile do bloco chamado Blocu:foi gravada antes; a edição é que juntou esta... como direi... "performance" (assim mesmo, sr. revisor, entre aspas, obrigado) com cenas de carnaval de rua):
Cena obscena foi ato ‘político’, dizem envolvidos
em vídeo compartilhado por Bolsonaro
Dupla que aparece em vídeo divulgado
pelo presidente é de produtora de conteúdo pornográfico. Manifesto afirma que
foi um ato planejado, ‘com intuito de comunicar uma mensagem de artistas’
Rayanderson Guerra e Danilo Thomaz
07/03/2019 - 22:31 / Atualizado em
08/03/2019 - 10:56
A dupla que
protagoniza o vídeo compartilhado por Bolsonaro na terça-feira de carnaval
participava do cortejo de um bloco, no Centro da capital paulista. O manifesto
afirma que as imagens divulgadas por Bolsonaro representam “ao contrário do que
disse o presidente da República, um ato planejado, com intuito de comunicar uma
mensagem de artistas. Um ato político”.
“Nossos
corpos e desejos dissidentes rompem com os papéis de gênero machistas e
misóginos que enxergam os corpos feminilizados como buracos. Nós estamos ao
lado da imoralidade de vidas ditas como irrelevantes e matáveis. Somos os
corpos não docilizados da escatologia social”, diz o manifesto.
O texto afirma ainda que o
presidente, “frente à enxurrada de críticas nos carnavais de todo país”,
preferiu produzir outra cortina de fumaça nas redes.
“E nós, a população brasileira,
merecemos respeito independente das práticas sexuais, das identidade de gênero,
de raça e de classe”, diz o manifesto.
A pessoa de cabelos compridos se
identifica como Paulx Castello e Sofia Lacre não se identifica nem como homem,
nem como mulher. Artista formada na Argentina, foi uma das realizadoras de um
festival de cultura realizado em junho do ano passado em São Paulo que,
conforme descrição, pretendia “exibir algo do que tem sido produzido em relação
a sexualidades não normativas”, ou seja, que estejam fora dos padrões usuais de
orientação sexual.
Sabe aquele velho ditado "papagaio come milho,
periquito leva a fama"? Pois é: desta vez o "periquito" foi o tal
Blocu, que não teve nada a ver com a história.
E eu fico me perguntando, ô Coiso: por que cargas
d'água você se interessou por um vídeo pornô com um trecho que falsifica uma
cena de carnaval de rua para postar em resposta aos foliões que não te
perdoaram?
Será que a teoria de Alex Solnik – outro jornalista que tratou deste assunto estaria
correta, e isso sinaliza uma fixação sua, que precisa ser tratada por um psicanalista?
Por Alex Solnik, para o Jornalistas
pela Democracia
Uma das dúvidas acerca do vídeo sadomasoquista – como
Bolsonaro o encontrou? – foi, finalmente, dissipada.
A outra – era uma cena espontânea de carnaval de rua? –
também.
Em matéria d'"O Globo", uma produtora de vídeos
pornô – que não diz o seu nome - assume a autoria da performance e da gravação,
realizada durante o carnaval, em São Paulo.
Ou seja: 1) não era uma manifestação espontânea do carnaval
de rua como o presidente escreveu e sim uma produção "artística" com
fins comerciais, uma encenação e 2) o vídeo não estava disponível publicamente
e sim num site pornô.
Só tiveram acesso a ele frequentadores desse site. Até que
Bolsonaro viralizou para ao menos 3,4 milhões de pessoas, de todas as idades,
aquilo que seria visto por meia dúzia de adultos que gostam de assistir ou
praticar sadomasoquismo.
Sadomasoquismo é irmão gêmeo da tortura, como se constata no
livro "Os 120 dias de Sodoma", do Marquês de Sade e no filme
"Saló", de Pier Paulo Pasolini.
No livro, um grupo de ricaços sequestra homens e mulheres e
os submete, trancados num castelo, por quatro meses, a sessões extenuantes em
que todas as perversões são permitidas e o objetivo é chegar ao prazer
infligindo dor aos outros e a si próprio.
No filme de Pasolini, inspirado em Sade, oficiais nazistas
prendem num casarão soldados italianos, fazem deles seus escravos sexuais e
depois os matam.
Acho que não precisa dizer mais nada para explicar porque a
cena interessou tanto ao capitão.
Pense nisso. Mas pense mesmo, ô Coiso: não confunda
cérebro com bolsa de colostomia...
*********
De qualquer forma, já que falamos de subilatório...
*********
Mudando de assunto: a nossa indicação para esta
séria série prova que casamentos são todos iguais em suas delícias... e seus
problemas. (Como, aliás, qualquer casamento hetero.)
Fica a dica para os "fiscais
de fiofó" que são contra o casamento LGBT: pra que gays, lésbicas, trans
etc. defendem tanto o direito de de ter uma instituição que é tão problemática
que precisa de testemunhas? Só pode ser amor, né?
(Claro
que é brincadeira. Aliás, quem escreveu isso – fico lhes devendo o nome, porque
não lembro agora – na verdade foi uma das pessoas que mais acreditaram no
casamento – tanto que se casou umas três ou quatro vezes...)
O casal Deb (Yvonne Jung) e Trish (Karen Sillas) se prenderam no
dia-a-dia de casadas e perderam a conexão entre elas. Faz 5 anos que o pais de
Trish morreu, mas ela não consegue aceitar como seu luto está afetando a ela e
sua família. Usando o trabalho como desculpa para evitar o espelho, Trish não
nota que Deb passa a ter uma amizade com uma complicada mãe soltera, Jamie
(Traci Dinwiddie). As lições são aprendidas e o valor de tudo é reavaliado com
o passar dos tropeços nesse território.
Vejam o trailer, e EVOÉ!!!!!
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