11 março, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CXIII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
8 de março de 2019

Pô, Diário, eu não posso falar nada que já caem de pau em cima de mim. Por que não me esquecem um dia? Tem tanta gente aí pra baixar o cacete.
Por exemplo, hoje é Dia da Mulher. Por que não cobram o Witzel? Ele disse que ia dar dez secretarias para as mulheres, mas só deu duas. E o tal de Flávio Pacca, consultor de segurança do Witzel, que foi preso? Dizem que é miliciano. Pô, se o consultor de segurança vai para a cadeia, imagina o que é aquele governo lá (ops, lembrei que o Flavinho também já homenageou esse Pacca).
E o Dória, com aquele jeitinho de dono da bola? Olha, Diário, se ele aparecesse lá em Eldorado quando eu era moço, eu enchia ele de porrada. Que sujeitinho engomado! Mas tudo bem, pelo menos o cara puxa meu saco sempre que pode. Só que ninguém está falando nada contra ele. Ninguém. O governo do nenenzão nem começou e dois secretários, o Kassab e o Aloysio Nunes, já tiveram que pedir o boné por causa de corrupção. Pô, vão investigar isso daí!
E o Caiado? Atrasa os salários do funcionalismo e nada. Esses dias acabou com o projeto Jovem Cidadão, deixou cinco mil garotos sem emprego, e nada. Eu falo que vou tirar radar, todo mundo cai em cima. O Caiado tira os radares móveis nas rodovias estaduais, e nada.
E o Crivella? Ninguém mais fala que ele prometeu rapidez especial para o pessoal das igrejas no “mutirão das cataratas”, ninguém mais fala que ele não usou todo o dinheiro para prevenir as enchentes, que ele quer fazer uma rua do condomínio dele até uma avenida lá, que ele ameaça cortar o dinheiro das escolas de samba... Pelamor de Deus, pô!
E o Covinhas? Os funcionários públicos estão em greve há mais de um mês, mas não sai uma porcaria em lugar nenhum. Um mês de greve! Imagina se isso acontecesse comigo. Todo dia eu ia estar na capa da Folha Marxista de S.Paulo. Ou a Época Comunista ia cair de pau. Ou aquele neoesquerdista do Reinaldo Azevedo ia falar no rádio. Mas o Covinhas eles poupam. Hoje vai ter assembleia em frente à Prefeitura. Duvido que apareça um estagiário de jornal de bairro! Duvido!
Eu não sou anjo, mas tem mais capeta por aí.
Pronto, desabafei.

*********

De novo, terei de explicar, com toda a paciência que ainda me resta.
No que cabe ao noticiário político, a imprensa do Brasil dá mais importância a você, que (infelizmente) é o presidente da República, ao que você diz ou faz, justamente por isso: porque você é o presidente da República.
Mas também... por que 'cê tá chateado? Em seus quase 30 anos de parlamento, você sempre foi um grande adepto do marketing "melancia no pescoço", estilo "falem mal, mas falem de mim". E sempre com o auxílio nada luxuoso de fake news – a cartilha do ministério da Saúde sobre doenças sexualmente transmissíveis, que você apresentou como sendo o "kit gay" a ser adotado nas escolas; a "mamadeira de p*r*c*" atribuída a Fernando Haddad na campanha de 2018; e por aí vai.
Putz, você usa diuturnamente fake news para aparecer, e acha que pode ficar irritado quando a imprensa apura FATOS sobre você e sua família?
Pior, acha que pode (pensando mercurialmente com o fígado) que pode usar fake news para rebater FATOS?

Bolsonaro divulga relato deturpado de conversa de jornalista
Presidente diz que repórter quer derrubar governo; jornal O Estado de S. Paulo afirma que áudio divulgado tem frases truncadas e cortadas
10.mar.2019 às 22h02
SÃO PAULO O presidente Jair Bolsonaro divulgou em sua conta oficial no Twitter, neste domingo (10), um relato deturpado de uma conversa de uma jornalista do jornal O Estado de S. Paulo com uma pessoa não identificada. No texto, Bolsonaro diz que "querem derrubar o governo com chantagens, desinformações e vazamentos".
A postagem vem acompanhada de um áudio cuja transcrição dos trechos audíveis não coincidem com a interpretação que o presidente faz das falas.
Ele afirma que a jornalista Constança Rezende disse "querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro".
Na gravação, a repórter fala sobre o caso de Fabrício Queiroz, o ex-funcionário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) que recebia dinheiro de outros assessores do filho do presidente em sua conta corrente.
No trecho divulgado pelo presidente, a jornalista diz que o caso "pode comprometer, pode arruinar Bolsonaro". A repórter ainda diz, durante a conversa, que se preocupa com a possibilidade de que as investigações não avancem porque este poderia ser "um caso de impeachment".
Em texto publicado sobre o episódio na noite deste domingo, o jornal O Estado de S. Paulo diz que a jornalista "não fala em 'intenção' de arruinar o governo ou o presidente".
"A conversa, em inglês, tem frases truncadas e com pausas. Apenas trechos selecionados foram divulgados. Em determinado momento, a repórter avalia que 'o caso pode comprometer' e que 'está arruinando Bolsonaro', mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção nesse sentido", afirma a reportagem.
A interpretação deturpada da conversa da jornalista foi inicialmente publicada nas redes pelo site Terça Livre. A plataforma é alimentada por apoiadores de Bolsonaro.
Ainda segundo o jornal Estado de S. Paulo, as frases da gravação foram retiradas de uma conversa que a repórter teve em 23 de janeiro com uma pessoa que se apresentou como Alex MacAllister, "suposto estudante interessado em fazer um estudo comparativo entre Donald Trump e Jair Bolsonaro".
Nas redes bolsonaristas, a voz do homem que faz perguntas à jornalista foi digitalmente modificada. A dela, não.
(...)

(Para que sejamos honestos, tal fake news não foi invenção do Coiso: teve colaboração do já citado site Terça Livre (livre de quê? De seriedade?), de Allan dos Santos – não por acaso, um aluno e discípulo de Olavo de Carvalho.)
Sério, Coiso, quando você mesmo faz (e/ou fala) as m... que já fez, tira todo o trabalho da oposição (se é que ainda há alguma no país...). Você continuará pau da vida com a mídia, que aponta suas m..., e a mídia vai ficar ainda mais p... da vida: o que tem de gente se solidarizando com a jornalista não está no gibi.
Outra coisa, Coiso: não adianta nada ficar p... da vida com o povo (inclusive – justamente – quem te elegeu acreditando em você), que criticou você durante o carnaval – seja com paródias de marchinhas ("Doutor, eu não me engano / O Besteiraro é miliciano"), seja diretamente, tipo "Ei, Besteiraro, VTNC!" (e mais uma vez: se você, caro leitor, ainda não sabe o que quer dizer essa sigla, não sou eu que vou lhe explicar...). Como eu te falei em post anteriorágua de morro abaixo, fogo de morro acima, e folião sacaneando as "otoridades" ninguém segura. Nenhum chefe de governo escapa da crítica irreverente do povo durante o carnaval – ainda mais um chefe de governo como você, que abusa do direito de fazer (e falar) m...

Só falta colocar seu nome, mas este diploma você já mereceu, tá OK?

O que nos leva de volta ao assunto fake news e ao vídeo dos dois camaradas durante o carnaval de rua, enfiando o dedo no... no... vá lá... no subilatório. (É, esse termo do jargão baiano de onze letras substitui perfeitamente aquela palavrinha de somente duas letras...).
Precisava pegar um vídeo pornô e mentir, mostrando-o como exemplo de abuso de certos foliões durante o carnaval?
(Sim, caro leitor, agora preciso falar a verdade procê. Aquele vídeo dos dois cara enfiando o dedo no subilatório e fazendo golden shower um no outro, que foi mostrado pelo Coiso como cena de rua espontânea do carnaval não era nada espontâneo: era um trecho de um vídeo da indústria pornô metido a "experimental". Sabe aqueles vídeos pornôs estilo "Carnaval 20..." onde aparecem cenas de sexo supostamente feitas durante bailes de carnaval? Pois é, era uma variação feita indoor – ao ar livre. E nem aconteceu durante o desfile do bloco chamado Blocu:foi gravada antes; a edição é que juntou esta... como direi... "performance" (assim mesmo, sr. revisor, entre aspas, obrigado) com cenas de carnaval de rua):

Cena obscena foi ato ‘político’, dizem envolvidos em vídeo compartilhado por Bolsonaro
Dupla que aparece em vídeo divulgado pelo presidente é de produtora de conteúdo pornográfico. Manifesto afirma que foi um ato planejado, ‘com intuito de comunicar uma mensagem de artistas’
Rayanderson Guerra e Danilo Thomaz
07/03/2019 - 22:31 / Atualizado em 08/03/2019 - 10:56

RIO — Uma produtora de conteúdo pornográfico divulgou nesta quinta-feira um manifesto em que diz que a cena divulgada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, tratava-se de uma performance de dois de seus integrantes. No vídeo, uma pessoa de cabelos compridos dança, introduz os dedos no ânus e, em certo momento, abaixa a cabeça para que um outro homem urine sobre ele.
A dupla que protagoniza o vídeo compartilhado por Bolsonaro na terça-feira de carnaval participava do cortejo de um bloco, no Centro da capital paulista. O manifesto afirma que as imagens divulgadas por Bolsonaro representam “ao contrário do que disse o presidente da República, um ato planejado, com intuito de comunicar uma mensagem de artistas. Um ato político”.
“Nossos corpos e desejos dissidentes rompem com os papéis de gênero machistas e misóginos que enxergam os corpos feminilizados como buracos. Nós estamos ao lado da imoralidade de vidas ditas como irrelevantes e matáveis. Somos os corpos não docilizados da escatologia social”, diz o manifesto.
O texto afirma ainda que o presidente, “frente à enxurrada de críticas nos carnavais de todo país”, preferiu produzir outra cortina de fumaça nas redes.
“E nós, a população brasileira, merecemos respeito independente das práticas sexuais, das identidade de gênero, de raça e de classe”, diz o manifesto.
A pessoa de cabelos compridos se identifica como Paulx Castello e Sofia Lacre não se identifica nem como homem, nem como mulher. Artista formada na Argentina, foi uma das realizadoras de um festival de cultura realizado em junho do ano passado em São Paulo que, conforme descrição, pretendia “exibir algo do que tem sido produzido em relação a sexualidades não normativas”, ou seja, que estejam fora dos padrões usuais de orientação sexual.

Sabe aquele velho ditado "papagaio come milho, periquito leva a fama"? Pois é: desta vez o "periquito" foi o tal Blocu, que não teve nada a ver com a história.
E eu fico me perguntando, ô Coiso: por que cargas d'água você se interessou por um vídeo pornô com um trecho que falsifica uma cena de carnaval de rua para postar em resposta aos foliões que não te perdoaram?
Será que a teoria de Alex Solnik – outro jornalista que tratou deste assunto estaria correta, e isso sinaliza uma fixação sua, que precisa ser tratada por um psicanalista?

Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia
Uma das dúvidas acerca do vídeo sadomasoquista – como Bolsonaro o encontrou? – foi, finalmente, dissipada.
A outra – era uma cena espontânea de carnaval de rua? – também.
Em matéria d'"O Globo", uma produtora de vídeos pornô – que não diz o seu nome - assume a autoria da performance e da gravação, realizada durante o carnaval, em São Paulo.
Ou seja: 1) não era uma manifestação espontânea do carnaval de rua como o presidente escreveu e sim uma produção "artística" com fins comerciais, uma encenação e 2) o vídeo não estava disponível publicamente e sim num site pornô.
Só tiveram acesso a ele frequentadores desse site. Até que Bolsonaro viralizou para ao menos 3,4 milhões de pessoas, de todas as idades, aquilo que seria visto por meia dúzia de adultos que gostam de assistir ou praticar sadomasoquismo.
Sadomasoquismo é irmão gêmeo da tortura, como se constata no livro "Os 120 dias de Sodoma", do Marquês de Sade e no filme "Saló", de Pier Paulo Pasolini.
No livro, um grupo de ricaços sequestra homens e mulheres e os submete, trancados num castelo, por quatro meses, a sessões extenuantes em que todas as perversões são permitidas e o objetivo é chegar ao prazer infligindo dor aos outros e a si próprio.
No filme de Pasolini, inspirado em Sade, oficiais nazistas prendem num casarão soldados italianos, fazem deles seus escravos sexuais e depois os matam.
Acho que não precisa dizer mais nada para explicar porque a cena interessou tanto ao capitão.

Pense nisso. Mas pense mesmo, ô Coiso: não confunda cérebro com bolsa de colostomia...

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De qualquer forma, já que falamos de subilatório...


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Mudando de assunto: a nossa indicação para esta séria série prova que casamentos são todos iguais em suas delícias... e seus problemas. (Como, aliás, qualquer casamento hetero.)
Fica a dica para os "fiscais de fiofó" que são contra o casamento LGBT: pra que gays, lésbicas, trans etc. defendem tanto o direito de de ter uma instituição que é tão problemática que precisa de testemunhas? Só pode ser amor, né?
(Claro que é brincadeira. Aliás, quem escreveu isso – fico lhes devendo o nome, porque não lembro agora – na verdade foi uma das pessoas que mais acreditaram no casamento – tanto que se casou umas três ou quatro vezes...)
A nossa indicação prova isso: Stuff (EUA, 2015), de Suzanne Guacci.
O casal Deb (Yvonne Jung) e Trish (Karen Sillas) se prenderam no dia-a-dia de casadas e perderam a conexão entre elas. Faz 5 anos que o pais de Trish morreu, mas ela não consegue aceitar como seu luto está afetando a ela e sua família. Usando o trabalho como desculpa para evitar o espelho, Trish não nota que Deb passa a ter uma amizade com uma complicada mãe soltera, Jamie (Traci Dinwiddie). As lições são aprendidas e o valor de tudo é reavaliado com o passar dos tropeços nesse território.
Vejam o trailer, e EVOÉ!!!!!


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