16 julho, 2011

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (IX)

Em homenagem aos ínclitos deputados federais membros da Comissão de Ética (?) da Câmara dos Deputados, que absolveram Jair Besteiraro - segundo eles, porque "Bolsonaro não poderia ser condenado à cassação devido a falas que seriam fruto de seu direito de liberdade de expressão" (como se declarações homofóbicas e racistas, especialmente contra Preta Gil, besteiras como "ditadura homossexual" e panfletos falando bobagens e mentiras sobre o kit antihomofobia fossem realmente "ideias" dignas de ser expressas, e levando em conta que a grande mídia não deu às pessoas que pensam contrariamente a ele o mesmo espaço e direito de resposta) - esta séria série dedica-lhes um filme que é a cara deles, igualmente homófobos: A gaiola das loucas - não a refilmagem americana, com Robin Williams e Nathan Lane, que é ruim de doer, mas o filme original (La cage aux folles - França-Itália, 1978), dirigido por Edouard Molinaro, com Ugo Tognazzi e Michel Serrault impagáveis nos papéis principais.
A origem do filme: uma comédia teatral de Jean Poiret, ator e autor do teatro francês - aliás, também encenada aqui no Brasil em 1974, com Jorge Dória e Carvalhinho nos papeis principais, que ficou sete anos em cartaz. (Algo me diz que o então oficial do exército Jair Besteiraro deve ter tido urticárias com este sucesso...) A vocação teatral desta história voltou a ser exposta quando se transformou em musical na Broadway, em 1983. (Alguém viu a excelente versão brasileira deste musical, com Miguel Falabella e Diogo Vilela à frente do elenco?)
A historinha do filme: era uma vez um casal homossexual formado por Renato Baldi (Ugo Tognazzi), o gerente de uma boate drag de Saint-Tropez, e Albin, aliás Zazá Napoli (Michel Serrault), a atração principal do estabelecimento. Até o dia em que Laurent Baldi (Rémi Laurent), único filho de Renato, nascido de seu único casamento hetero  volta para casa para anunciar que está noivo de Andrea (Luisa Maneri), filha do político ultra-conservador Simon (Michel Galabru). Com a ocorrência de um escândalo sexual em seu partido político, Simon decide casar sua filha com Laurent para poder fazer a mídia esquecer tudo. O problema é que M. Simon nem imagina como é a família do noivo...
Que Deus dê em dobro aos ínclitos deputados da Comissão de Ética (??????????) tudo o que M. Simon passou nas mãos de Renato e Zazá... Quem sabe assim se mancam e se lembram que a liberdade de expressão não foi feita para disseminar ódio e preconceitos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário