Este é ano de eleições para a nova diretoria da Associação Brasileira de Documentaristas (e também de curtametragistas) - a ABD Nacional. A votação, salvo engano, será durante o 22º Festival Internacional de Curtametragens, em São Paulo, entre 25 de agosto a 2 de setembro de 2011.
Duas candidatura à presidência da ABD Nacional foram lançadas. Uma é a do cineasta Orlando Bomfim. A outra é a da atual Diretora Secretária da entidade. Cynthia Falcão.
Bom, esta é apenas minha opinião pessoal.
Não sei o que pensar das duas chapas que começam a se apresentar agora para disputar a diretoria da ABD Nacional.
Mas, ao meu ver, para quem preza um plano de propostas (digamos assim, o programa de governo), a candidatura de Orlando Bomfim leva grande vantagem. Ficamos sabendo o que a nova diretoria pretende para a sua gestão e pode-se cobrar deles a sua implementação - ainda mais que muitas das propostas vão ao encontro do que muitos dos realizadores de curtametragens e documentários desejam.
Por que a candidatura Bomfim leva vantagem?
Porque a candidatura de Cynthia Falcão ficou de apresentar suas propostas, e até agora, nada. Parece levar a sério o Barão de Itararé, quando ele foi candidato a vereador no Rio de Janeiro em 1947, pelo PCB. Quando lhe cobraram suas propostas, o Barão respondeu: "as crianças dizem o que fazem. Os velhos, o que fizeram. Os idiotas, o que vão fazer..." (Especialmente porque o Barão foi "gentilmente convidado" pelo PCB a ser candidato. Isso não o impediu, uma vez eleito, de ser um dos melhores e mais operosos vereadores que já passaram pela Casa, até ser cassado em 1948, junto com o PCB e seus outros parlamentares.)
Ou então, preferem agir como o paraguaio de um anúncio de aparelhos de TV: "La garantia? la garantia soy yo!"
Garantia de quê? De continuidade.
Continuidade de quê?
Aí é que o bicho pega.
Se é a continuidade da gestão atual da ABD Nacional, isso pode significar a continuidade... do nada. Ou melhor: da inoperância. Da confusão entre apoio ao governo e submissão a ele - especialmente no momento em que o novo MinC faz menção de ignorar as entidades organizadas da área cultural, em proveito dos "grandes profissionais". (Pensou que eu ia me esquecer de ti, ó Ana ECAD de Amsterdam?)
Convenhamos: continuar assim, esperando Godot-MinC chegar e conceder as suas benesses (especialmente, cargos para os ex-abedistas - que Ana ECAD de Amsterdam não vai conceder mesmo -, quando o momento é de ser mais agressivo (não confundir com violento ou radical) em defesa da presença do curtametragem e do documentário em todas as telas desta Ilha de Vera Cruz, não adianta nada.
Mas Cynthia Falcão ainda não apresentou o seu programa de governo. Esperemos que quando o apresentar, a disputa se equilibre. A menos que sua estratégia para ganhar a eleição seja o conchavo por trás das portas fechadas, ou a pressão sobre as ABDs regionais - que agora são "Seções Regionais da ABD Nacional" e não entidades autônomas reunindo realizadores de curtametragens e documentários de um estado (o que aumentam a sua submissão á cúpula nacional). Sendo assim, o que adianta uma disputa eleitoral, se as cartas podem estar marcadas?
Mas esta é só a minha opinião.
04 julho, 2011
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