Informa-nos Marcos Manhães Marins, via e-mail:
"Chegou-nos a notícia de que o cineasta Emiliano Ribeiro foi
encontrado morto em sua casa.
Vamos aguardar que os amigos dêem mais detalhes tanto sobre a sua carreira profissional, em homenagem, como de como será a despedida. A princípio será cremado no Rio de Janeiro, amanhã. Quem pode especificar essa cerimônia melhor?
A tragédia foi muito maior, porque Emiliano não tinha uma doença aparente, e estava, junto com sua esposa, esperando um filho. A empregada entrou hoje e viu a cena.
Morreu dormindo na cama, e sua esposa ao encontrá-lo entrou em estado de choque, ficando ao seu lado por 48 horas, viva, mas sem se alimentar ou beber nada. E ela falece também, com o filho do casal dentro dela, a caminho do hospital, por desidratação.
(...)
Eu, particularmente, não era um grande amigo de Emiliano, mas tive contato com ele algumas vezes quando ele dirigia documentários para o NUTES (um setor audiovisual da UFRJ), e eu também dirigia (fiz 3 docs, ele deve ter feito 10) para a Universidade.
Na verdade, eu conhecia Emiliano de longa data, pois no I CURSO DE LINGUAGEM PARA CINEMATOGRAFIA ELETRÔNICA (acho que era esse o nome, não lembro), feito numa parceria com a EMBRAFILME, e promovido por profissionais da Globo para os profissionais de Cinema, eram alunos Sílvio Da-Rin, Emiliano Ribeiro, Ediala Iglesyas, Ignácio Parente, entre outros. Eu e o José Roberto Sanseverino fomos professores naquela nova forma de fazer cinema (nos idos de 1982).Eu, particularmente, não era um grande amigo de Emiliano, mas tive contato com ele algumas vezes quando ele dirigia documentários para o NUTES (um setor audiovisual da UFRJ), e eu também dirigia (fiz 3 docs, ele deve ter feito 10) para a Universidade.
Emiliano já fazia curtas. E recentemente tinha feito dois longas-metragens. Ver abaixo seu breve currículo.
E em 2006, participei com ele de um programa CURTA BRASIL na antiga TVE, hoje TV BRASIL do Rio, com Ivana Bentes, onde apresentamos curtas-metragens sobre João Cândido, o líder da Revolta da Chibata. Um grande debatedor.
Paro por aqui, certamente mais gente tem coisas interessantes para falar sobre Emiliano, o que prometia ainda fazer por esse Brasil, como Cursos com Phydias Barbosa, parcerias outras, projetos interrompidos prematuramente pela surpresa do destino. Um infarto? Um aneurisma? Não foi ainda feito o diagnóstico, e de fato, não importa. Fica na minha cabeça agora a bela imagem do filme Romeu e Julieta, onde o casal morre, um ao ver o outro morto. Que se encontrem no paraíso!
Forte Abraço, meus sentimentos à família.
Marcos Manhães Marins
CINEMABRASIL.org.br"
*****************************************
Tudo o que conhecia de Emiliano Ribeiro era um curtametragem e um longametragem.
O curta foi João Cândido, o Almirante Negro (1987), docudrama sobre a Revolta da Chibata e seu líder, tendo como pretexto a encenação desta história num grupo de teatro num morro do Rio de Janeiro. (E que senhor grupo de teatro: ninguém menos que Nelson Xavier, Paulão e Antônio Pompeu faziam parte dele.)
O longa foi As meninas (1995) - adaptação do romance homônimo de Lygia Fagundes Telles. Na verdade, era um antigo projeto de David Neves (Memória de Helena, Muito Prazer, Fulaninha), que faleceu antes de concretizá-lo. Emiliano herdou este projeto e o levou adiante com poesia e galhardia. Claro que as excelentes atrizes que encarnaram as meninas - Adriana Esteves (Lorena), Drica Moraes (Lia) e Cláudia Liz (Ana Clara) -ajudaram muito, mas isso é outro assunto para outra ocasião.
Na verdade, há mais trabalhos realizados por Emiliano Ribeiro do que supõe a minha triste ignorância. O que me entristece são os planos que Emiliano Ribeiro ainda teria (e que não serão mais realizados), mais do que supõe a nossa vã filosofia.
Adeus, Emiliano Ribeiro. Descanse em paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário