27 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CVII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
Diário, é muita perseguição da imprensa. Todo dia sai alguma reportagem contra mim ou contra a minha turma. Que inveja do tempo da censura...
1-) Hoje, por exemplo, disseram que o Alcolumbre omitiu uns imóveis na sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. Pô, quem é que nunca deixou de lado umas casas no Imposto de Renda, só para parecer mais pobre? Já é uma coisa do brasileiro.
2-) Descobriram também que o Ricardo Salles não estudou em Yale. Mas pô, quem é que nunca mentiu quando fez um currículo? Tem que entender o garoto. Mentir é uma mania dele. Tanto que o Ricardo também já alterou mapa de zoneamento e adulterou minuta de decreto para beneficiar umas mineradoras. Como é mesmo o nome de quem mente o tempo todo? Lembrei: é mitômano! Dizem que isso é ruim, mas, pô, se eu sou o Mito, ser mitômano é bom. Kkkkkkkk!
3-) Outra que teve problema com a imprensa foi a Carmen Flores, ex-presidente do PSL no Rio Grande do Sul. Ela foi candidata a senadora e perdeu. Mas o pior é que descobriram que parte do dinheiro do fundo partidário foi parar nas contas da filha, da neta e da própria loja de móveis dela. Mas quem é que não emprega a família quando pode? Quem é que não compra de si mesmo quando o dinheiro é do outro? A imprensa é muito exigente, pô!
4-) Só para ninguém dizer que eu sou reclamão, vou falar que a imprensa de Goiás é boa. Essa não perde tempo com bobagem. Por exemplo, esses dias a Polícia Militar invadiu um acampamento do MTST em Goiânia pouco antes da meia-noite. Quando pediram o mandado, o sargento Antunes mostrou o fuzil e disse “Aqui está o meu mandado”. Depois o sargento exigiu que se levantasse a ficha do coordenador. Não achou nada. Mas falou no ouvido do comuna ocupacionista: “Eu sou acostumado a matar bandido. Se falar alguma coisa, eu volto aqui, te levo para dentro de um barraco e meto um monte de bala na sua cara. Se não for eu, vem outro, porque a polícia é grande”. Isso não saiu em nenhum jornal, em nenhuma rádio, em nenhuma tevê de Goiás. Ah, o Caiado é que tem sorte...
Ah, Diário, bons tempos aqueles em que a gente dava uma prensa na imprensa.


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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Tell it to the bees (Reino Unido, 2018), de Annabel Jankel, baseado no romance homônimo de Fiona Shaw.
Depois da morte do pai, a médica Jean Markham (Anna Paquin) volta à sua cidade natal para cuidar da sua clínica. É quando conhece Lydia (Holliday Grainger), mãe de Charlie (Gregor Selkirk) e abandonada pelo marido. No começo, a relação é apenas médica-paciente – Charlie é levado para o consultório de Jean depois de ser intimidado na escola. Quando Lydia e Charlie são despejados por não conseguir pagar o aluguel, Jean os acolhe em sua casa. Jean e Lydia logo desenvolvem uma amizade... e pouco a pouco se encontram atraídas uma pela outra, de uma forma que Jean já conhece e teme, e que Lydia nunca esperou sentir.
Ah, já ia me esquecendo, antes que alguém ache a historinha meio sem graça: o filme se passa numa cidade do interior da Escócia (e cidades do interior são meio conservadoras mesmo), nos anos 1950 (época em que a homossexualidade era punida criminalmente).
Vejam um teaser do filme, e até lá.


25 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CV)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)

Pô, Diário, hoje fui procurar uma palavra no dicionário e não achei. E fui procurar porque eu sempre falo ela, mas não sei como se escreve. A palavra é “talkei”.
Só que eu não sei se se é “taoquei”, “talkey”, “taokei”, “talkei”, “taokey” ou “talquei”.
“Talquei” acho que não é, porque a palavra não tem nada a ver com talco. Ela quer dizer uma coisa meio assim “me escutou, imbecil?” ou “entendeu, sua besta?”. Eu sempre usava essa palavra com os meninos. Tipo assim: “Tudo bem, leva o revólver do papai pra festa, mas não mata ninguém, talquei?”
Acho que também não pode ser “talkey” e “taokey”, porque essas palavras têm “y”, e essa letra nem é da língua brasileira. Pô, se já tem o “i”, pra quê essa letra enfrescalhada que parece uma pepeca pingando?
“Taoquei” também não deve ser, porque parece uma palavra chinesa. Tanto que tinha até aquele líder deles lá, o Tao Tsé Tung, que foi quem inventou um tipo de comunismo chamado taoísmo.
Bom, então só sobrou “talkei”. E deve ser assim mesmo que se escreve, porque “talk” em inglês quer dizer “falar” (o Mourão andou me dando umas aulas de inglês). Daí fica na cara que “talkei” significa “falei” ou “tá falado”.
Vou até fazer uma frase para dar o exemplo: “Não é porque uma pessoa homenageia miliciano, emprega família de miliciano, tem cheque assinado por irmã de miliciano que ele tem alguma coisa a ver com miliciano, talkei?”
É, acho que ficou bem claro.
Talkei, Diário?

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Não devia, mas vou te dar uma ajudinha. Como você maltrata o português, não entende que o que você fala mesmo é "Tá OK?"
OK vem do inglês norteamericano, e equivale em português – idioma que você maltrata – a "Está bem?"
A primeira vez que apareceu o acrônimo O.K. foi no dia 23 de Março de 1839, no jornal "Boston Morning Post", e a autoria é atribuída ao seu editor Charles Gordon Greene.
Já a origem é mais complicada de determinar. Uns dizem que vem de okeh, que quer dizer "sim" na língua dos índios americanos Choctaw.
Já outros acham que surgiu durante as eleições americanas de 1840 quando foi utilizado pelo Partido Democrata como slogan para a campanha do candidato a presidente Martin Van Buren, cuja alcunha era Old Kinderhook (Kinderhook era o seu local de origem) e portanto os seus apoiantes eram o chamado OK Club.
E ainda há quem ache (e talvez você e os generais de pijama que o cercam gostem...) que vem dos quartéis militares norteamericanos durante a Guerra Civil (1861 a 1865). Quando as tropas voltavam para os alojamentos depois de um dia de batalha sem a morte de nenhum militar, era exposto um grande painel com os caracteres "0K", que significava "0 Killed", ("zero mortos") – isto é, após um dia inteiro não havia mortos, o que era um bom sinal, e por esse motivo foi traduzido como "tudo bem".
Tá OK?

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Lembram-se daquela velha máxima do repórter de O homem que matou o facínora (The Man Who Shot Liberty Valance – EUA, 1962), de John Ford: "Quando a lenda se torna realidade, publica-se a lenda"?
Pois é. Tudo leva a crer que a nossa indicação para esta séria série – The Death and Life of John F. Donovan (Canadá, 2018), de Xavier Dolan – tem a ver com esse velho vício da imprensa em todo o mundo – para o bem e (no caso) para o mal.
O filme começa uns vinte anos após a morte de um astro da TV americana, John F. Donovan (Kit Harrington – pra quem não se lembra, ator de Game of thrones), quando um jovem ator, Rupert Turner (Ben Schnetzer) relembra a correspondência escrita que compartilhou com ele, bem como o impacto dessas cartas em suas vidas.
Na época, Donovan era um jovem ator americano de talento, que buscava uma carreira bem sucedida na indústria audiovisual americana. Mas seu sonho é interrompido quando descobrem – através de uma revista chamada The Gossip – que ele se ele se corresponde com Rupert – na época, um garoto britânico de onze anos (Jacob Tremblay). Não teria nada de mais, se a reportagem (ou "reporcagem", como diria Paulo Henrique Amorim?) de The Gossip (A Fofoca – nome legal para uma "seríssima" revista...) não desse a entender que... tinha algo de pedofilia no meio...
Já se pode imaginar o que pode acontecer depois, certo?
"Quando a lenda se torna realidade, publica-se a lenda". Mesmo que seja para o mal. Ou não?
Vejam o trailer e tirem suas conclusões. Até lá.



DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CIV)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)

Diário, esta semana começou atravessada. De cara tive três derrotas:
A primeira foi num processo no Rio de Janeiro contra o Jean Wyllys. Eu processei ele por calúnia e difamação. É que numa entrevista o sujeitinho me chamou de "fascista", "racista", "burro", "corrupto" e "ignorante”. Pô, se isso não é calúnia, então eu sou mesmo? Tem que ver isso daí.
Também perdi no STF um processo movido pela Maria do Rosário. Fui condenado a pagar R$ 10 mil. Só porque falei que ela não merecia ser estuprada porque é muito feia. Pô, se eu perdi, o que eu tenho que fazer agora? Dizer que ela é bonita e merece ser estuprada? Aí ela vai me processar por apologia ao estupro. Assim eu fico num beco sem cachorro. Ou será que é num mato sem saída? Tanto faz. A verdade é que não existe petista bonita. É tudo feminista suvacuda!
E a terceira foi na votação da Câmara sobre a lei de acesso à informação. Assim não dá! Qualquer um vai poder saber o que a gente fez? Complica, pô. Se bem que eu acho que o pessoal do Congresso fez isso mais para dizer: “Ó, se não der um mensalãozinho pra gente não vai passar nada, viu?”
Mas essas derrotas são que nem peido: federam mas já ficaram para trás. O importante mesmo vai ser a Reforma da Previdência para o Congresso. Eu sei que vão me torrar o saco porque eu disse que aposentadoria aos 65 anos era um “crime” e uma “desumanidade”. Mas esse negócio de pensar sempre a mesma coisa não é comigo. Sou que nem meu nariz. Eu mudo de vez em quando. Às vezes a gente tem que fazer uma plástica nas ideias, talkey?
Bom, pra não acabar esse dia com tristeza, vou contar aqui uma do Moro:
Ele chegou, fez uma cara bem triste e disse:
- Poxa, capitão, estou muito chateado...
- Por que, Serginho? É o negócio dos laranjas do PSL? O treco do Flávio com as milícias? Se arrependeu de perdoar o Onyx?
- Não, presidente. É coisa muito pior.
- Descobriu alguma coisa de mim?
- Não, não é com o senhor. É com o Bebianno. Poxa, capitão, só eu que tenho direito de vazar áudio de presidente.
Eu fiquei um tempo sem saber o que fazer. Aí ele deu uma risadinha e eu entendi que era piada.
Kkkkkk!, o Moro é dos meus! Vou botar essa no zap-zap da família.

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Como ultimamente andamos meio literatos, as nossas indicações para esta séria série (sim, desta vez são dois filmes) são bem adequadas: Vita and Virginia (Reino Unido-Irlanda, 2018), de Chanya Button; e Wild nights with Emily (EUA, 2018), roteiro e direção de Madeleine Olnek.
O primeiro, claro, fala da relação amorosa entre dois ícones da literatura inglesa: Vita Sackville-West (1892-1962) e Virginia Woolf (1882-1941).
Wild nights with Emily fala da vida secreta de Emily Dickinson (Molly Shannon, como Emily adulta; Dana Melanie, mais jovem) – seu lado oculto, sua vida paralela que só ela e algumas pessoas em seu ambiente sabiam, e principalmente o relacionamento amoroso que manteve em segredo com Susan Gilebert (Sasha Frolova, como Susan jovem; Susan Ziegler, como Susan adulta), a esposa de seu irmão.
Após a morte de Emily, o amante do irmão publicaria os poemas de Emily. Uma feroz rivalidade entre a amada de Emily e a amante de seu irmão, que ao divulgar essa obra ao poeta após sua morte, nos faz participar da história de dois casais ilícitos de amantes.
Vejam os dois trailers, e até a próxima.





21 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CIII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)

Diário, que saco aquele vídeo da demissão do Bebianno!
Nem consegui disfarçar que estava sendo obrigado a fazer aquilo. Mas foi uma exigência do Bebianno para ele sair numa boa.
Primeiro eu gravei uma mensagem do meu jeito. Mas ele não aprovou. Disse que eu não podia usar a camisa do Palmeiras e também não gostou do texto.
Aí ele mandou outro, eu botei um terno e gravei. Mas gravei com uma cara bem azeda, de quem está com o intestino preso. Nem disfarcei os olhos lendo o teleprompter.
Vou mostrar a diferença da mensagem dele e da minha:
O começo dele: “Comunico que, desde a semana passada, diferentes pontos de vista sobre questões relevantes... blá, blá, blá... não sendo adequado pré-julgamento de qualquer natureza.”
O meu começo: “Comunico que desde a semana passada a gente está no maior quebra-pau por causa da história dos candidatos laranjas. Aí o Carluxo entrou na briga, a gente chamou o cara de mentiroso e a coisa fedeu mais ainda”.
O meio dele: “Tenho que reconhecer a dedicação e comprometimento do senhor Gustavo Bebianno à frente da coordenação da campanha eleitoral... blá. blá, blá... e continuo acreditando na sua seriedade e qualidade do seu trabalho.”
O meu meio: “Tenho que reconhecer que o Bebianno trabalhou à beça para a minha eleição. Se teve um puxa-saco esforçado, foi ele. O Bebianno que me levou para o Partido do Suco de Laranja, mas agora estou entendendo o motivo. Por causa disso ele ficou mais sujo que pau de galinheiro e vou ter que mandar o cara embora.”
O fim dele: “Como presidente da República comunico que blá, blá, blá... meus sinceros votos de sucesso em sua nova jornada.”
O meu fim: “Meus filhos falaram que eu é que mando nessa porra toda e que eu tinha que exonerar o Bebianno, então: Esteje exonerado! Não me encha mais o saco e vá pra casa do c...aramba!”
Bom, Diário, são os ossos do edifício. Essa crise já foi. Vamos para a próxima!
Falando nisso, amanhã é dia de levar a proposta da reforma da Previdência para o Congresso. Vou de papete ou não?

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Depois desta, só me resta repetir:
Gustavo Bebianno: se você falar o que sabe do Coiso, sua família e a campanha eleitoral, arrumamos uma embaixada para você se refugiar. Nada de acordo com o Lorenzetti... ops, Lorenzoni.
Vai ser uma brasa, mora!

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A nossa indicação para esta séria série trata de um cinema que não aparece por aqui faz tempo: o cinema da África do Sul. E ainda por cima, todo falado em afrikaaner – o holandês antigo trazido pelos primeiros colonizadores do território.
Sim, falar de África do Sul lembra Nelson Mandela. Mas lembra também o apartheid – o regime de segregação racial e política implantado no país em 1948 que só acabou em 1994. Depois de 1994, ações afirmativas para a integração foram implementadas no país pelos governos do CNA (Congresso Nacional Africano), mas as diferenças ainda existem.
Ah, sim: a Constituição de 1994 discriminalizou a homossexualidade, e em 2006, o país aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo – uma exceção numa África cada vez mais homofóbica.
Pois as diferenças raciais e a homossexualidade são os motes de High Fantasy (África do Sul-Luxemburgo, 2017) de Jenna Cato Bass – um pouco através da fantasia, ainda que seja em forma de mockumentary (falso documentário).
O documentário entrevista um grupo de jovens – quatro moças, Xoli (Qondiswa James),Tatiana (Liza Scholtz),Stacey-Lee (Loren Loubser) e Lexi (Francesca Varrie Michel), e um rapaz, Thami (Nala Khumalo) – que foram acampar numa fazendo no interior do país (dos pais de Lexi), e passam por uma experiência estranha: um dia (sabe-se lá por que), eles acordam... e descobrem que trocaram de corpos – as brancas passaram para os corpos das negras, e uma delas trocou de corpo com o rapaz.
Deu-se a melódia, pois cada um deles tem heranças culturais diferentes. Fora a tensão que já existia entre a branca Lexi e a negra Xoli, bem como entre as três garotas e Thami.
O que acontece daí por diante? Peçam a algum distribuidor para trazer o filme para Terra Papagalli, e assistam para saber o que acontece – como vão navegar por um labirinto pessoal e político para que sua amizade e suas vidas sejam as mesmas novamente.
Por enquanto, vejam o trailer, e até a próxima.



18 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
16 de fevereiro de 2019


Os ex-amigos

Diário, que dia infeliz.
Tive que voltar atrás mais uma vez. Eu ia mandar o Gustavo Bebianno embora, desisti, mas desisti de desistir. Era muita gente me enchendo o saco. O meu filho Carlos odeia o Bebi porque os dois querem mandar na comunicação. O meu filho Flávio odeia o Bebi porque acha que ele andou vazando coisas para derrubá-lo do Senado, já que assim o Paulo Marinho, que é amigão do Bebi 
e suplente do Flávio, ia assumir a vaga. E o Eduardo odeia o Bebi porque não quer ficar de fora da brincadeira. 
Os garotos ficaram zoando na minha orelha que nem pernilongo, dizendo que o Bebi não podia ficar, que eu não podia ceder à chantagem, que tinha que mostrar autoridade, aquelas coisas... O pior é que eles pegaram minha faixa presidencial e ficaram me fazendo de bobinho, um jogando a faixa pro outro. E disseram que, se eu fosse presidente de verdade, tinha que mandar o cara embora.
Até o Paulo Guedes veio me torrar a paciência: “Como é que a gente vai aprovar a reforma da previdência sem credibilidade? Convencer o povo de que trabalhar mais e ganhar menos vai ser bom já é difícil. Se o governo não parecer honesto, aí fica impossível. Pode perguntar pro Temer.”
Enfim, não deu mais pra aguentar. No fim da tarde, chamei o Bebi para uma conversa reservada.
- Gustavo, vou direto ao ponto.
- Gustavo? Não sou mais o Bebi?
- Você é meu amigo, mas está fedendo mais que aquele saquinho que eu carregava. 
- Pensei que eu ia ficar no governo.
- Vai ter que sair. 
- Só se me derem uma saída honrosa.
- Você pode ir para uma estatal, tipo Itaipu. Você não gosta de cachoeira?
- Que ingratidão! Isso é prêmio de consolação. Não quero. 
- Então não vai ter outro jeito. Vou assinar já a sua exoneração. Cadê a minha bic da Compactor?
- Você sabe que eu posso complicar a sua vida.
- Já complicou. Você vazou áudios meus para a imprensa. Agora vai ter que sair para descomplicar.
- Entendi. Acabou tudo entre nós. Adeus, Jair.
- Adeus, Bebi. Quer dizer, adeus, Gustavo.
Ah, Diário, como é triste o fim de uma amizade...
Mas pelo menos os garotos devolveram a minha faixa.

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Repetindo, Gustavo Bebianno: se você falar o que sabe do Coiso, sua família e a campanha eleitoral, arrumamos uma embaixada para você se refugiar.

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: As Histórias Não Contadas de Armistead Maupin (The Untold Tales of Armistead Maupin - EUA, 2017), de Jennifer M. Kroot, que já veio cheio de prêmios (Melhor Documentário do Público no SXSW 2017, Melhor Documentário no OUTshine Miami 2017, Prêmio do Público no Festival de Nashville 2017) para o 25º Mix Brasil (2017)
Peraí, tiôôôô... quem é esse tal de Armistead Maupin?
Calma, filho, a Wikipedia te explica quem é Armistead Maupin (1944). (Você escolhe o idioma. Em português, a ficha é curta e grossa; a versão original em inglês é mais descritiva – isso se you speak english...) E esse documentário mais ainda.
Armistead Maupin é um escritor norte-americano, famoso pela sua série de livros Tales of the City (Contos da cidade ou Histórias de São Francisco, em português). E sim, ele gay, casado desde 2007 com Christopher Turner.
E o documentário de Jennifer M. Kroot se dedica a uma análise de sua vida e de seu trabalho, seguindo sua trajetória de filho de família conservadora do Velho Sul a um pioneiro defensor dos direitos gays, passando pelas selvas do Vietnã (servindo à marinha dos EUA durante a guerra) às casas de banho de San Francisco nos anos 1970 e para a linha de frente da guerra cultural americana, cujos livros inspiraram milhões a reivindicarem suas próprias verdades. Com a ajuda de seus amigos (incluindo Neil Gaiman, Laura Linney, Olympia Dukakis, Sir Ian McKellen e Ann Tan) Maupin – mais conhecido por sua série de livros Histórias de uma cidade – oferece um olhar desarmadamente franco à sua jornada.
This is the trailer. Bye, bye.


DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (CI)

Diário, acabou... Tive que sair do hospital. Tentei ficar mais tempo, mas não deu. Dezoito dias foi quase o dobro do planejado. Já estava pegando mal.
Vou ter que voltar a trabalhar. Pô, eu fui para a reserva com 33 anos, quando virei vereador. Depois me elegi deputado e só trabalhava de terça a quinta. Esse novo ritmo vai acabar comigo.
Aqui no avião, indo para Brasília, já estou imaginando o mimimi que eu vou escutar do Bebbiano e do Bivar. Um dos dois vai ter que ficar com a culpa pelos 400 mil daquela candidata laranja. Ou será que eu lavo as mãos que nem o... qual era o nome dele mesmo? Lembrei: Pôncio Pilates! Será que foi ele que inventou aquela ginástica? Bom, tanto faz.
Aposto que eles vão pedir para enrolar mais um tempo. Vai que estoura outra barragem de dejeitos. Aí a imprensa fica distraída e a coisa esfria.
Deixar a coisa esfriar é sempre bom. Quase que deu certo com o Flávio. Ele está sendo investigado por falsidade ideológica eleitoral. Um procurador regional eleitoral do Rio de Janeiro (não lembro se o nome dele é Sidney Magal, Senhor Madruga ou Sidney Madruga) quis encerrar a investigação sem fazer nenhuma diligência. Mas uma procuradora, uma tal de Maria Helena de Paula (nem sobrenome essa mulher tem) considerou que aquilo era um “arquivamento implícito” e desengavetou o caso. Ah, como tem gente chata no mundo!
Bom, Diário, já vamos pousar. Agora eu vou para o Palácio da Alvorada e fico por lá. Só vou dar uma ligada para dar parabéns pro Ricardo Salles pela entrevista. Aquele tal de Chico Mendes não tem mais nenhuma importância mesmo. Era um seringueironguista que não faz nenhuma falta. Me disseram que ele gostava de um tal de “empate”, onde os seringueiros ficavam na frente das máquinas para impedir desmatamento. Pô, empate é coisa de time pequeno. Eu sou é da vitória!
Por hoje chega, Diário, senão vou me cansar.



PS: Esta foto não é minha. É daquele maluco que matou o John Lennon (um roqueiro ateu anarquista que tirava foto pelado). O nome dele é Mark Chapman. Acho que a gente tem alguma coisa em comum. Deve ser o queixo.

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Agora, falando sério: se Gustavo Bebianno realmente estiver p... da vida com os Besteiraro (o paipai Jair e o filho tuiteiro Carlos – será que ele não tem nada a fazer como vereador no Rio de Janeiro?), vamos ajuda-lo a encontrar uma embaixada para se abrigar?
Afinal, se Bebianno realmente estiver a fim de abrir o bico sobre os podres da famiglia Besteiraro, é bom ele se manter em segurança – lembrem-se que há uma enorme suspeita de que as milícias do Rio de Janeiro não perdoam: mandam inimigos "comer flores pelas raízes"...

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: A Vaca Vermelha (Para Aduma /Red Cow - Israel, 2018), de Tsivia Barkai Yacov, direto da Seleção oficial da Berlinale para o 26º Mix Brasil.
Pela sinopse, o filme consegue falar de uma parte para tratar do todo – o clima e a situação de Israel hoje, sob governo de Benjamin Bestanyahu.
Benny (Avigail Kovari) é diferente de todos a seu redor. Ela tem nome de menino (e não, não é trans; é filha única que perdeu a mãe no nascimento. Ela cresceu só com seu pai fundamentalista, Yehoshua (Gal Toren) em um assentamento judeu fincado no coração do bairro muçulmano Silwan no lado leste de Jerusalém. Aos 17 anos ela está em conflito com todas as verdades que tinha por certas. À medida em que seu pai se torna mais e mais obcecado com a novilha vermelha que ele acredita que trará salvação, Benny afasta-se para longe e para os braços de Yael (Moran Rosenblatt), uma nova jovem mulher em sua vida.
Vejam o trailer, e até a próxima.


DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (C)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
Diário, mudaram meu remédio de novo. Agora, se eu quiser, já consigo mentir (para os outros, nunca para você). Só que, em compensação, ando um bocado deprimido. Me sinto que nem aquela hiena do desenho.
Oh, vida, oh, azar...



Para piorar, neste fim de semana saiu uma reportagem na Folha Comunista de S.Paulo que me deixou mais triste ainda.
Eles descobriram que uma candidata laranja do PSL de Pernambuco recebeu 400 mil reais. Ela disse que gastou em gráfica, mas a gráfica nem existe. Falou que fizeram nove milhões de santinhos e 1,7 milhão de adesivos. E isso a quatro dias da eleição. Quatro dias! Aí é demais. Os caras nem sabem roubar direito. Dá pra não ficar deprimido? Bando de amadores! Quem é que vai cair nessa? Só os que acreditaram no kit gay.
O pior é que o Gustavo Bebianno jogou a culpa no Luciano Bivar. E o Bivar jogou a culpa no Bebianno. Pô, o Bebianno é meu ministro da Secretaria de Governo. E o Bivar é o presidente do Partido do Suco de Laranja, digo, do PSL (pô, esse apelido pegou).
Os dois são meus chapas. Amigos do peito. Daqueles de mijar cruzado no banheiro. Mas agora eu quero distância deles. A coisa pode respingar em mim.
Oh, vida, oh, azar...
O Bebianno até quis falar comigo este fim de semana pelo telefone. Mas não atendi. Ele que se vire. Já chega o Flavinho pra me dar dor de cabeça.
Quem se deu bem nessa foi o ministro do Turismo, o Marcelo Álvaro Antônio (esse cara não tem sobrenome?). Ele fez a mesma coisa em Minas Gerais. Mas agora vão esquecer dele para pegar no pé do Bebianno e do Bivar.
O Delegado Waldir, que é líder do Partido do Suco de Laranja, digo, do PSL na Câmara, tentou defender o pessoal e falou que um só funcionário pode distribuir 9 milhões de santinhos num dia. Como, Waldir? Só se voar de helicóptero e jogar em cima da cidade. Tem gente que quer ajudar e só se compromete.
Enfim, Diário, não está fácil. Cada vez mais tenho vontade de ficar aqui no hospital até o fim do mandato.
E, para piorar, hoje no lanche me trouxeram suco de laranja. A nutricionista deve ser uma esquerdista querendo me provocar.
Oh, vida, oh, azar...

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Eva + Candela (Colômbia, 2018), de Ruth Caudell, vindo da Seleção oficial do Outfest Los Angeles para o 26º Mix Brasil.
Eis a sinopse: 
A ambição profissional de duas mulheres fortes e independentes – Eva (Silvia Varon) e Candela (Alejandra Lara) as une, mas também irá, ao final, separá-las, conforme testemunhamos seu amor intenso se metamorfosear em meio a fases de paixão, sensualidade, amor, conforto e, finalmente, rotina.
Vejam o trailer, e até lá.


14 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCIX)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)

“As quentinhas do Jair”
Poxa, Diário, aconteceu tanta coisa que hoje eu vou fazer só 7 observações curtinhas para não esquecer quando eu tiver esclerosado.
1-) O Marcelo, ministro do Turismo, foi exonerado. A esquerda comemorou, mas ele só foi exonerado para tomar posse como deputado. Amanhã ele volta. É que nem os esquerdopatas dizem: “Ninguém solta a mão de ninguém”, rarrarrá!
2-) A gente tinha conseguido um promotor bacana para cuidar do caso do Flávio lá na Coaf. Mas descobriram as postagens do sujeito a favor da gente e ele teve que pedir para sair do caso. Mas tudo bem, ele vai continuar cuidando de dez casos e nós vamos arranjar outro promotor bacana.
3-) O Vélez disse que o Cazuza falou que “liberdade é passar a mão no guarda” e teve que se explicar com a mãe do Cazuza, porque o cara nunca disse aquilo. Quem disse foram aqueles caras do Cassetete no Planeta. Ou será Cassenta Diário? Ou Planeta Cacete? Sei lá! De qualquer jeito, o Vélez dá mais bola fora que o ataque do Palmeiras.
4-) O Flavinho foi indicado pelo PSL para a mesa do Senado. Ele não é o dono do mundo, mas é filho do dono, rarrá!
5-) O Mourão disse: “O Olavo de Carvalho nem é formado. E nós sabemos que ele não passa nem no teste psicotécnico do Detran”. Aí o Olavo respondeu: “Só um charlatão desprezível debocha de livros que não leu. É você, Mourão”. É fogo-amigo-cruzado. Tem que parar isso aí.
6-) Agora, por causa da proposta de Lei do Moro, que diz que a polícia pode matar por “medo, surpresa, ou violenta emoção”, ninguém mais vai fazer festinha. Já pensou, o cara chega em casa, está tudo escuro, ele acende a luz e o pessoal grita “Surpreeeesa!”. O cara vai descarregar a metralhadora nos convidados. Ratatatá!
7-) Me disseram que o pessoal do Senado está fazendo um bolão: Quem vai pra cadeia primeiro, Aécio ou Flávio? Acho que ninguém vai receber esse prêmio, rarrá!

Caro Diário, essas foram as “Quentinhas do Jair”. Agora dá licença que eu vou fazer minha seção de fisioterapia. Ou será que é “cessão”? Ou “ceção”? Ah, sei lá, pô!

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Princess Cyd (EUA, 2017), de Stephen Cone.
Com vontade de escapar da vida com seu pai deprimido, com quem tem problemas de convívio, Cyd Loughlin (Jessie Pinnick), 16 anos, passa uma temporada na casa de sua tia escritora, Miranda Ruth (Rebecca Spencer), em Chicago, durante o verão. Enquanto está lá, Cyd conhece uma garota da vizinhança, Katie (Malic Withe), por quem se apaixona.
O resto você vê no filme. Vejam o trailer, e até lá.



DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCVIII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
5 de fevereiro de 2019
Diário, quando eu comecei a te escrever não pensei que você seria tão diário. Era mais para ser um semanário, um quinzenário ou um mesário. Mas todo dia acontece alguma coisa no meu governo. Desse jeito, logo, logo eu acabo o meu caderninho.
Ontem, por exemplo, a imprensa marrom (ah, eu sei porque ela é chamada de marrom...) publicou que o meu Ministro do Turismo, o Marcelo Álvaro Antônio, arranjou umas candidaturas laranjas para ficar com o dinheiro do fundo partidário.
Pô, o pessoal não tem dó do baixo clero. Não é fácil, não! Esses políticos ficam longe das grandes falcatruas, dos grandes arranjos. Aí não dá para receber aquelas boladas que os graúdos recebem. Tem que ganhar no miudinho.
Por exemplo, uma saída é empregar uns funcionários fantasmas e ficar com o dinheiro dos caras. Ou então rachar o salário dos seus funcionários ao meio, fazendo a rachadinha. Agência de emprego não faz isso? A igreja não faz isso? O PT não fazia isso? Cafetão não faz isso? Pô! Tenha santa paciência!
Outro jeito era ficar com parte do dinheiro da campanha eleitoral. Por exemplo, caro Diário: uma empresa de areia te dava um milhão para a campanha. Aí você gastava 500 e ficava com os outros 500. E, quando entrava no Congresso, uma lei propondo algum treco do tipo "areia de graça para obras públicas", o deputado ia lá e vetava.
Agora, com essa lei que proíbe empresa de dar dinheiro pras campanhas, tudo ficou meio complicado. Mas sobrou a merreca do fundo partidário. Isso ainda dá pra pegar. É só arranjar uns candidatos laranjas, umas notas frias e pronto.
Ainda bem que eu estou aqui no hospital e não tenho que dar entrevista sobre isso. É só ficar aqui quietinho. Escapei dos debates e estou escapando das entrevistas. Nada mal. Pena que é só mais uma semana.
Ah, e ontem também saiu a proposta de pacote anticrime do Moro. Agora o policial vai ser testemunha, juiz, júri e carrasco, tudo ali, na hora. Vamos desburocratizar a coisa! Isso é que é eficiência!
@DiariodoBolso
PS: Com essa lei do Moro e com a liberação das armas, o pessoal das milícias deve estar bem contente.

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Funny Story (EUA, 2018), de Michael J. Gallagher
Uma estrela de TV, Walter Campbell (Matthew Glave) tenta romper com sua namorada mais nova, Lucy (Daisye Tutor), frustrada com o anúncio de sua gravidez. Em busca de espaço, Walter resolve visitar sua filha Nic (Jana Winternitz), atualmente residente em Big Sur, ressentida com a negligência de seu pai e seus modos de mulherengo. Ele concorda em dar uma carona para a amiga de Nic, Kim (Emily Bett Rickards), que recentemente compareceu ao funeral de sua mãe, está lidando com sua própria bagagem emocional.
Ao chegar em Big Sur, Walter descobre que Nic está vivendo em uma comuna lésbica e, de fato, deve se casar. Nic agradece a aceitação de Walter de sua sexualidade, mas esse vínculo recém-formado corre o risco de ser destruído de uma vez por todas.

Vejam o trailer, e hasta la vista.



DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCVII)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
Hilário Diário, hoje eu estou achando tudo engraçado. Acho que é por causa do remédio que estão me dando. Ou então é porque eu vi a eleição para presidência do Senado pela tevê. Puxa, como eu ri. Meu maxilar está até doendo.
Pra começar teve um senador que votou dobrado. Deve ter sido o Flávio, que ele é que gosta desse negócio de depositar um monte de envelopinhos duma vez, rarrarrá! (esse remédio me faz achar graça até na desgraça).
Aquilo do José Maranhão falar no microfone que ia “Dar uma mijada” foi demais. Deu um molho especial para a votação. Opa?! “Molho”? Poxa, faço piada até sem querer.
Também achei engraçado o Eduardo escrevendo que “se a votação fosse eletrônica ninguém ia perceber a fraude”. Pô, Dudu, claro que não ia. Porque aí não ia ter fraude. Essas minhas crianças..., rarrarrá!
E o tal de Alcolumbre? Nunca vou acertar esse nome. Vou chamar de Vagalume mesmo. O cara usou aquela conversa de que é novo, mas já está há 16 anos no Congresso. E mais suspeito que mordomo em filme de detetive. O STF investiga o sujeito por fraude eleitoral, apresentou notas fiscais frias, já usou verba de gabinete para abastecer os carros dele e o escambau. Mas é um sujeito família. Tanto que colocou o próprio irmão como suplente e deu nome do tio para o aeroporto de Macapá. “Sujeito família”, rarrarrá! Mais uma piada sem querer. Hoje eu estou demais!
Uma coisa boa é que o Vagalume não tem medo de ser cara de pau. Tanto que votou contra a cassação do Aécio em 2017. Diário, vou te contar uma coisa: a única barragem segura no Brasil é a que barra os processos do Aécio.
Bom, o importante é que o DEM, filho da Arena, vai presidir a Câmara e o Senado. Os bons tempos voltaram! Com Rodrigo Mala e Davi Vagalume nossas propostas vão passar pelo Congresso feito um trator.
Opa! Trator, não. Tanque!
Rarrarrá!
PS: Preciso descobrir o nome desse remédio.

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E agora, a nossa indicação para esta séria série, pra gente rir um pouquinho: Lez Bomb (EUA, 2018), roteiro e direção de Jenna Laurenzo. 
Lauren (Jenna Laurenzo - ah, sim, ela é uma das atrizes protagonistas) é uma jovem que ainda está no armário para a sua família. No Dia de Ação de Graças, Lauren leva Hailey (Caitlin Mehner), sua namorada, para a casa dos seus pais, com a intenção de apresenta-la como namorada, saindo do armário de vez. Mas seus esforços são frustrados pela chegada inesperada de seu colega de quarto masculino, Austin (Brandon Micheal Hall), que vai de enxerido. Daí...
Daí você vê o trailer, exige ao distribuidor para trazer o filme para Terra Papagalli, e vê o que acontece.




DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCVI)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
2 de fevereiro de 2019

Pô, Diário, eu preciso parar com esses remédios. Os sonhos estão cada vez mais doidos. Será que estão me dando LSD em vez de Rivotril?
Dessa vez até que começou bem. Mas depois...
Era uma vista bonita, um campo enorme, com grama verdinha e belas árvores. Então, de repente, apareceu uma pastora segurando um cajado e, atrás dela, ovelhas e carneirinhos. Só que as ovelhas estavam todas pintadas de rosa, e os carneiros, de azul.
Até aí, tudo bem. Os carneiros e as ovelhas ficavam pulando sobre uma cerquinha e isso até deixava o meu sono mais gostoso.
Então apareceram uns cordeirinhos vestindo a camisa da seleção da Holanda. E depois eu reparei que a pastora segurava embaixo do braço uma ovelhinha enfeitada com umas penas.
Mas o mais estranho é que tinha um cara barbado numa goiabeira. Depois de morder uma das frutas, ele falou para a pastora:
- Tudo em cima, minha mestra?
- Tudo, meu Senhor!
- Epa! Essa ovelha não é de outro rebanho?
- Só existe o rebanho de Deus. E eu vou levá-lo para o paraíso.
- Então descansa. O paraíso é aqui.
- Aqui?
- Claro. Não está vendo a árvore do conhecimento? – disse ele apontando para a goiabeira.
- Puxa! Eu pensei que fosse uma macieira.
- Prefiro goiaba. Mas da vermelha.
Todos os animais começaram a comer as goiabas que estavam no chão. E aí, Diário, aconteceu uma coisa doida: os bichos começaram a transar feito... animais. Era azul com azul, rosa com rosa, rosa com azul, azul com cordeiro com a camisa da seleção da Holanda e ficou a maior suruba.
A pastora corria de um lado para o outro sem saber o que fazer.
- Relaxa. Prova uma goiabinha – dizia o barbudo.
Para piorar, apareceu um monte de índios perguntando: “Cadê a nossa ovelha, cadê a nossa ovelha?”
A pastora escondeu a ovelhinha índia debaixo da roupa e começou a bater em todo mundo com seu cajado, gritando “Pecadores, pecadores!”
Puxa, foi um sonho terrível! Eu estava até suando. A sorte foi que nessa hora tocou o meu celular secreto e eu acordei. Quando atendi, uma voz disse:
- Presidente, sou eu, o Rodrigo Maia. Ganhamos a presidência da Câmara!
- Grande notícia, Rodrigo! Você é tricampeão, hein? Tamo junto!
- Sabe que, no meu discurso de vitória, eu disse que o Brasil vive um momento de renovação?
- Com você sendo rerreeleito? E pelo DEM? Você é muito cara de pau, Rodrigo!
- As pessoas acreditam em tudo, presidente. São umas ovelhas.
- Umas ovelhas, Rodrigo, umas ovelhas!


PS: A ilustração de hoje foi gentilmente feita por Rafael Terpins.

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Heartland (EUA, 2016), de Maura Anderson.
Após a morte de sua namorada, Lauren (Velinda Godfrey), uma jovem artista, volta a se refugiar na casa de sua mãe sufocante. Mas lá encontrará uma possibilidade de fuga com Carrie (Laura Spencer), a noiva de seu irmão.
Quando Lauren beija Carrie, depois de algumas bebidas, as jovens devem decidir o que fazer com seus sentimentos, assim como a avalanche que está chegando.

Vejam o trailer, e até a próxima.



DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCV)

Diário do Bolso
(José Roberto Torero)
31 de janeiro de 2019 – 06:56

Diário, que vida boa!
Aqui no hospital não entra jornalista, a cama tem uns botõezinhos que deixam ela do jeito que eu quero e a tevê tem uns duzentos canais, fora a Netflix (Opa! Vai aqui uma reclamação: a Netflix não tem nenhum filme do Charles Bronson. Tem que ver isso daí!).
Também passo o dia todo sem cueca (só no camisolão), a persiana abre e fecha por controle remoto e de vez em quando vem alguém fazer uma fisioterapiazinha em mim.
O melhor de tudo é que eu não tenho que participar daquelas reuniões cheias de ministros. Não nasci para isso. Nunca presidi um partido, nunca comandei um movimento social, nunca fui prefeito, governador ou síndico de prédio. O meu negócio não é reunião. Por mim a gente fazia um grupo de zap e resolvia tudo por ali.
Ainda bem que aqui no hospital não tem nada disso. Estou no paraíso. Devia mudar o gabinete para cá de uma vez.
A única hora estranha é quando eu durmo. É que ando tendo uns sonhos meio doidos. Devem ser esses remédios que tão me dando.
Por exemplo, hoje eu sonhei com uma partida de futebol. Era a final do campeonato. O campo estava meio enlameado e tinha um time de amarelo e outro de vermelho.
O juiz marcava tudo contra o time de vermelho. Invertia lateral, não via as faltas dos amarelos, só dava impedimento dos vermelhos e acabou até expulsando o 10 deles.
Quando o juiz apitou o fim do jogo, o time amarelo tinha vencido de 5 a 4. E aí, em vez do cara ir pro vestiário, ele tirou a camisa preta, colocou uma amarela e foi comemorar o título. Abraçou todo mundo, deu beijo na taça e até fez a volta olímpica com os campeões.

Pô, agora que eu me livrei dos ministros, será que cada noite eu vou sonhar com um deles?

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E agora, nossa indicação para esta séria série, que você pode encontrar na Netflix: Elisa y Marcela (Espanha, 2019), de Isabel Coixet.
A trama é simples, baseada em uma história real, contada no livro Elisa y Marcela. Más allá de los hombres, de Narciso de Gabriel (Espanha, Libros del Silencio, 2010 – aliás, alguma editora brasileira estaria disposta comprar o livro e editá-lo na última-flor-do-Lácio-inculta-e-bela para nós?)
No final do século XIX, Elisa Sánchez Loriga (Natalia de Molina) e Marcela Gracia Ibeas (Greta Fernández) se conheceram em La Coruña, tornaram-se amigas, apaixonaram-se... Até então, sua história poderia ser como tantas outras, contada ou silenciada. O que a torna excepcional é que Elisa e Marcela, ambas professoras, não se contentaram em viver em segredo e tramaram uma trama complicada para contornar os preconceitos morais e religiosos daqueles anos cinzentos da Restauração: Marcela assumiu a identidade de Mario Sánchez para casar com Elisa. O engano funcionou, pelo menos o suficiente para o pároco da igreja de São Jorge se casar com eles em 1901, mas logo foram descobertas e forçadas a fugir.
O livro fala de sua jornada, das dificuldades que enfrentaram e do julgamento a que foram submetidas pelas autoridades judiciais, acadêmicas e eclesiásticas e também pela imprensa da época.

O filme também. Assistam antes que desapareça da Netflix.