08 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (LXXXIV)

Diário do Bolso - 5
(José Roberto Torero)

Pô, Diário, tá fogo!
Todo dia eu tenho que voltar atrás.
A palavra que eu mais tenho usado é “des”. Desfazer, despedir, desdizer.
Assim vão mudar meu apelido de “Mito” pra “Desminto”. 
É que nem disse aquele cara segurando a caveira: “Ser ou desser, eis a questão.”
Ontem teve a história do livro didático. A gente publicou um edital e teve que despublicar. Pô, o que é que tem colocar umas propagandas no livro? E por que precisa dessa tal “referência bibliográfica”. O pessoal pega tudo da wikipédia mesmo. O jeito vai ser botar a culpa no Temer.
Antes disso foi a história da base militar. Eu convidei os americanos para fazerem uma base aqui, mas todo mundo reclamou (até os militares) e tive que desconvidar.
Teve também aquele negócio do IOF. Primeiro ia ter, depois não teve, todo mundo me desdisse, me chamaram de confuso, e eu fiquei com fama de ioiô.
O Onyx, que despediu todo mundo, agora está tendo que desdespedir.
O cara da Apex, o tal de Alecxandro, fez tanta besteira em uma semana que teve que ser despachado (o que eu achei bom, porque eu nunca ia acertar o nome dele).
A Reforma Agrária ia ser suspensa e foi dessuspensa (na verdade, vai ser suspensa mesmo, mas a gente não pode sair contando por aí em memorando).
Parece que o mundo apertou aquele botão rewind do gravador e está tudo voltando para trás. Até o Olavo de Carvalho entrou nessa e disse que a Terra não gira em volta do Sol. Assim o cara me desmoraliza.
Bom, Diário, o que eu sei é que por estes dias tudo que era para ser desfoi. Assim fica difícil. Meu governo tá dando pra trás. E quem dá pra trás é boiola.

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E agora, a nossaindicação para esta séria série: Querida mamãe (Brasil, 2017), de Jeremias Moreira Filho e Dani Carvalho. Certo, não teve muita repercussão – nem de crítica, nem de público – apesar de ser baseada em peça de Maria Adelaide Amaral (a Levinha, grande amiga de Caio Fernando Abreu...) Quem sabe, a exibição na TV por assinatura e/ou o lançamento em DVD ajudem a mudar este fato. Quem sabe, vendo o trailer, você possa saber se mereceu o gelo dos coleguinhas críticos.


A sinopse é bem simples:
Heloisa (Letícia Sabatella) é uma médica recentemente divorciada que mantém um relacionamento conflituoso com sua mãe Ruth (Selma Egrei). Heloisa culpa Ruth por seu mau relacionamento com sua própria filha, Priscila (Bruna Carvalho), seu casamento fracassado e até mesmo sua carreira de sucesso. A difícil relação fica ainda pior quando Ruth, após ser diagnosticada com câncer, descobre que Heloisa se apaixonou por Leda Amarante (Cláudia Missura), pintora que conheceu no hospital onde trabalha.
O novo relacionamento não é bem aceito por sua família, muito menos por Ruth, o que piora o atrito entre eles.

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