10 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (LXXXIX)

Diário do Bolso - 10
(José Roberto Torero)

Putz, Diário! São seis horas e já estou de pé.
Também, com o pesadelo que eu tive!
Começou com a gente correndo pelo meio da rua, perseguido por um monte de laranjas. A gente que eu digo é eu, o Flávio, a Michelle e o Queiroz.
A Michelle até gritou: “Vamos pegar umas vinte e quatro mil para fazer um suquinho”, mas eu fiz um gesto para ela (libras, né?) e ela entendeu que era para continuar correndo.
O Queiroz, que estava carregando aquele cabide de soro de hospital, ficou um pouco para trás. Então algumas laranjas começaram a alcançar o coitado. Ele tropeçava nelas, elas batiam no rosto dele e o Queiroz acabou envolvido pelas laranjas com se elas fossem uma lula gigante. Opa! Lula, não. Polvo! Um polvo gigante.
“Corram! Eu dancei, eu dancei”, ele gritou. E a gente fez isso mesmo. De longe deu para ver as laranjas jogando o coitado num espremedor gigante. Alguém tem que se sacrificar pelo grupo.
Bom, a gente continuou correndo e as laranjas voltaram ao nosso encalço. Perseguição mesmo. Tipo filme de Roliúdi (nem vou procurar para ver como escreve isso). E o pior é que as laranjas iam crescendo. Algumas já estavam do nosso tamanho.
Mas, quando elas estavam quase alcançando a gente, surgiram dois caras de capa preta.
- São Batmans? – a Michelle perguntou.
- Batmans, não. Juízes! – gritou o Flávio. - São o Moro e o Fux.
- Nada como um foro, digo, um Moro Privilegiado – eu disse, porque eu nunca perco a chance de fazer um trocadilho.
Aí os dois capas pretas sacaram suas espadas jedais, uma verde e outra amarela, e ficaram entre nós e as laranjas assassinas. Elas tentavam vir pra cima da gente, mas nossos heróis cortavam todas ao meio.
- Eu tive que apelar. Passei um S.O.S. pelo zap – explicou o Flavinho.
– S. O. S., não, um S.T.F. – eu falei. E os dois riram muito. Eu faço piadas ótimas em sonhos.
Bom, depois de um tempo as laranjas estavam todas em pedaços. A rua estava encharcada de sangue. Digo, de suco. Nós tínhamos vencido.
Para comemorar, fomos numa pizzaria e os juízes usaram as espadas jedais para cortar a pizza.

Mas ela estava péssima. Era uma pizza de laranja.

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Sim, eu sei o que vocês vão perguntar: por que você só indica filme de temática lésbica?
Primeiro, porque, por increça que parível, quando vou pesquisar filmes LGBT para indicar, a grande maioria que encontro é de filmes lésbicos.
Segundo... sim, eu sei que os filmes de temática gay são interessantes, mas os filmes de temática lésbica chamam mais a minha atenção por duas coisas:

a) a presença feminina forte e a abordagem de seus problemas; e
b) a maioria dos filmes lésbicos é realizada por mulheres – lésbicas ou não.

Se estiver a fim de entender o pensamento de algumas destas diretoras, recomendo-lhes hoje um documentário: Lavender Limelight: Lesbians in Film (EUA, 1998), de Marc Mauceri.
Neste documentário, sete diretoras lésbicas ou de temática lésbica – entre elas, nossas já conhecidas Rose Troche (Go Fish / O par perfeito), Maria Maggenti (The Incredibly True Adventure Of Two Girls In Love), Monika Treut (Ghosted) e Cheryl Dunne (The Watermelon Woman) sobre direção, inspiração, identidade sexual e família. Vale a pena saber o que elas – mais Sue Friedrich, Jennie Livingston e Heather McDonald pensam. 
Único troço chato desta indicação: não tem trailer. Mas enfim...

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