11 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XCII)

Diário do Bolso - 13
(José Roberto Torero)

Diário, que dia...
Esse negócio de discurso não é comigo. O meu foi escrito durante o voo. Eu tinha 45 minutos para falar. Mas meu estilo é mais tuíter. Então rabisquei um negócio que dizia assim: “In my govern go to be all diferent, is ok?”. Bem resumidinho e já estava até em inglês.
Mas o pessoal que estava no avião disse que era curto demais. Aí cada um deu uma mexida. Quando o Moro mexeu pôs o nome dele, quando o Ernesto mexeu pôs o nome dele e quando o Paulo Guedes mexeu pôs o nome dele. Ficou um negócio meio puxa-saco, mas pelo menos ficou mais comprido. Deu quase sete minutos. Meu recorde!
Na internet falaram que eu parecia um robô, sem nenhuma emoção. Mas emoção é coisa de viado.
Depois almocei num restaurante bem fubeca. Acho que pega bem se fazer de pobre. Mas por pouco não tomei um suco de laranja. Sorte que lembrei que o pessoal podia fazer piada e troquei por um refrigerante.
Falando em laranja, estão dizendo que vai ter um boneco “Inflávio” na Paulista. E já estão chamando a gente de Família Embolsonaro, Bolsotralhas e outras porcarias. A maldade das pessoas não tem limite.
Olha, Diário, acho que até que eu não me saí mal na minha primeira viagem internacional. Opa! Primeira, não, que eu levei os garotos pra Disney. E lá foi um inferno, porque os três corriam o tempo todo brincando de milícia, polícia e ladrão.
Falando em milícia, parece que o negócio. Agora vai feder. E esse ano nem no carnaval vai dar para esquecer do assunto, porque tem aquele samba da Mangueira que fala da Marielle. Tem gente que nem morta morre!
No ano que vem tem que acabar com isso aí. Em vez de escolas de samba, as igrejas evangélicas é que deviam fazer desfiles. Tudo sobre a Bíblia. Gostei dessa ideia! Vou ligar para o Crivella!
Ou não.
Porque estou começando a desconfiar que no ano que vem posso não ser mais presidente. Vi agora a edição de ontem do Jornal Nacional. Os caras detonaram o Flávio e logo depois fizeram uma matéria toda simpaticona sobre o Mourão. Como se ele fosse um estadista.
Que isso tá com cara de golpe, tá.
A maldade das pessoas não tem limite.

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Já que indicamos filmes para esta séria série, façamos uma indicação diferente: de um projeto de vaquinha virtual (o termo crowdfunding ainda é difícil de engolir...) para a realização de um filme.
O projeto se chama Deixa eu te pedir uma coisa?, roteiro e direção de Pê Moreira.
A sinopse:
Depois de ver uns amigos casando e pensar muito nessa vontade, Letícia (Ane Dilei Marcelino) decide pedir Mari (Diana Deyse) em casamento na noite do próximo sábado. Acontece que Mari teve exatamente a mesma ideia. Daí...
Parece filme da Sessão da Tarde. Alguns detalhes a respeito do projeto nos levam justamente a isso:

"Deixa eu te pedir uma coisa?" é um curta-metragem que será a nossa forma de botar pra fora a vontade de ver uma produção com protagonistas lésbicas em que suas sexualidades não são uma questão.
A gente queria ver uma comédia romântica tipo Sessão da Tarde em que o único drama é quando o mocinho tem que correr atrás da mocinha no aeroporto pra dizer que a ama ou coisa assim - só que com sapatonas.
É verdade que as produções por e com mulheres lésbicas têm aumentado no Brasil, mas dos filmes em que a gente tem esbarrado, ser lésbica ainda é motivo de conflito. Mesmo quando em raras vezes é só uma conversa ou é sutil.

Mesmo assim, pode ser bacana e divertido um curta-metragem assim.
Se você também acha isso, que tal colaborar na vaquinha e ajudar a realizar o filme?
Maiores detalhes estão na página do projeto no site Benfeitoria. O prazo final é 16 de fevereiro de 2019 – isto é, falta pouco.

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E agora, nossa indicação para esta séria série: The Hour Glass (EUA, 2017), de James M. Perry.
Qualquer semelhança desta sinopse com a história de tantos astros mirins da mídia americana (tipo assim, Lindsey Lohan...) é mera coincidência. Ou não?
A ex-estrela infantil Toni Brooks (Emma Orelove) teve uma carreira promissora depois de estrelar uma sitcom. Agora ela é mais conhecida por várias prisões relacionadas a drogas. Sua irmã Ruth (Bianca Sanchez), que é lésbica, agora mora com ela.
Toni deve assumir o controle de sua vida enquanto luta contra o vício, suas amizades e sua auto-estima.
Vejam o trailer.



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