Diário do Bolso
- 9
(José Roberto Torero)
Diário, hoje eu
acordei mais feliz que besouro na bosta.
É que liberei
arma de fogo para todo mundo.
Isso sim é que é
direitos humanos. Direito de ter uma arma, pô. O resto é mimimi.
Ah, como e doce
acordar com a sensação de dever cumprido. Quando eu fazia revolvinho com a mão,
o pessoal pensava que eu estava fazendo tipo. Na verdade, era o resumo do meu
discurso de campanha. Só que para surdos. Desse negócio de libras eu manjo.
Diário, que
presidente pode dizer que cumpriu metade do seu plano de governo em 15 dias?!
Eu posso. Tudo o que eu tinha que fazer, eu já fiz. Agora é só desfazer. Até
escrevi no meu Face esses dias: “Temos muito a desfazer”. Desfazer a
Previdência, desfazer a educação, desfazer as reservas indígenas... Mas o que
eu tinha que fazer, já fiz. Então foi metade das minhas metas.
O Onyx ficou
contentão com a nova lei. Também, nos últimos anos a Taurus despejou um
caminhão de dinheiro nele.
Agora, para
completar, acho que vou propor mudar o hino brasileiro. Uma mudancinha de nada.
Só um erre a mais na última linha. Aí vai ficar: “Pátria armada Brasil”.
Rarrarrá!
Até amanhã,
Diário.
PS: Só espero
que ninguém venha me encher o saco que nem encheram o do Eduardinho, dizendo
que ele gosta de arma porque tem pinto pequeno. Pô, nem é pequeno. É do tamanho
do meu.
*********
Tá, mais um
jornalista para a área audiovisual. Engole-se. Dependendo do jornalista (se ele
entender do riscado), OK.
Aí, vemos a
biografia dele: diretor geral e criador dos
formatos Pânico na TV, na RedeTV, Vida de Mallandro no Multishow, Pisando na Bola no Sportv e Top TV na Record, entre outros. Como
roteirista, fez parte das equipes de criação que implantaram o Vídeo Show
diário e o reality musical Fama na Rede Globo.
Pronto... já está começando a feder, porque Pedro Henrique nunca fez um
curtametragem (nem nada) para o cinema nem para constar.
Faltou mais dois itens na biografia de PH (para os íntimos):
1- escreveu Identidade Frota: A
estrela e a escuridão
– uma biografia de Alexandre Frota – agora deputado federal pelo PSL de São
Paulo; e
2- Foi indicado para o cargo pelo seu biografado – Alexandre Frota.
Desnecessário
dizer que o ex-ator pornô moralista (e não me cobrem falso moralismo: o cara
ser ator pornô é uma coisa; o mesmo ex-ator pornô se eleger com um discurso
moralista com fedor de hipocrisia é outra coisa) está mais feliz do que pinto
(epa!) no lixo, como podem ver em seu Twitter.
Se
isso preocupa vocês, imagine uma declaração do ex-ator-pornô-agora-falso-moralista-e-deputado sobre o que espera de seu protegido na Secretaria do Audiovisual que preocupa a nós, profissionais e estudiosos do audiovisual brasileiro:
Segundo ele, Pedro Henrique Peixoto irá trabalhar para
"combater a farra audiovisual que se estabeleceu nos últimos anos".
- Tenho certeza que ele fará um excelente trabalho, inclusive
combatendo a farra audiovisual que se estabeleceu aí nós últimos anos. Fiquei
muito feliz do Pedro ter sido chamado para esse cargo - comemorou Frota.
DePUTAdo,
defina "farra audiovisual que
se estabeleceu nos últimos anos".
Seria simplesmente o aumento da produção audiovisual nos
últimos 15 anos?
Seria, finalmente, a abertura da TV por assinatura à produção
audiovisual independente brasileira, através da Lei 12.485/2011?
Ou seria,
simplesmente, mera imitação de Ipojeca... ops, Ipojuca Pontes – cineasta nascido
no cinema Novo que nunca se conformou em não ter o mesmo prestígio de seus
colegas Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos etc.
no cinema brasileiro – e da sua ação
vingativa na Secretaria Especial de Cultura do "governo" Collor
(1990-1991), onde o próprio se vangloriava pelo Rio de Janeiro afora que "dali
pra frente, nem Luiz Carlos Barreto, nem Cacá Diegues, nem Paulo Thiago iriam fazer
cinema!"? (Trecho do depoimento de Paulo Thiago para o livro O cinema da retomada: depoimentos de 90
cineastas dos anos 90, de Lucia Nagib (São Paulo, Editora 34) pela mesma
razão: o não reconhecimento como ator?
Já vimos
isso, e não foi legal para ninguém – a não ser, é claro, para os hipócritas
defensores do "livre mercado" (assim mesmo, sr. revisor, obrigado)
nas artes. Estes cavalheiros, na era Collor, ficaram felizes com tio Ipojuca,
pois o cinema brasileiro simplesmente SUMIU das telas brasileiras.
Aguardando
prontos esclarecimentos...
*********
E agora, a
nossa indicação para esta séria série: Pimp
(EUA, 2018), de Christine Crokos
Pimp é uma história de amor urbana
nas duras ruas do Bronx. Uma cafetina lutadora chamada Wednesday (Keke Palmer) cresce
aprendendo o negócio de seu pai.
Agora que ele se foi, Wednesday é responsável por sua mãe prostituta e
por Nikki (Haley Ramm), sua
namorada.
O resto
fica com o desenrolar da história.
Vejam o
trailer, e hasta la vista.
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