09 fevereiro, 2019

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (LXXXVIII)

Diário do Bolso - 9
(José Roberto Torero)

Diário, hoje eu acordei mais feliz que besouro na bosta.
É que liberei arma de fogo para todo mundo.
Isso sim é que é direitos humanos. Direito de ter uma arma, pô. O resto é mimimi. 
Ah, como e doce acordar com a sensação de dever cumprido. Quando eu fazia revolvinho com a mão, o pessoal pensava que eu estava fazendo tipo. Na verdade, era o resumo do meu discurso de campanha. Só que para surdos. Desse negócio de libras eu manjo.
Diário, que presidente pode dizer que cumpriu metade do seu plano de governo em 15 dias?! Eu posso. Tudo o que eu tinha que fazer, eu já fiz. Agora é só desfazer. Até escrevi no meu Face esses dias: “Temos muito a desfazer”. Desfazer a Previdência, desfazer a educação, desfazer as reservas indígenas... Mas o que eu tinha que fazer, já fiz. Então foi metade das minhas metas.
O Onyx ficou contentão com a nova lei. Também, nos últimos anos a Taurus despejou um caminhão de dinheiro nele. 
Agora, para completar, acho que vou propor mudar o hino brasileiro. Uma mudancinha de nada. Só um erre a mais na última linha. Aí vai ficar: “Pátria armada Brasil”. Rarrarrá!
Até amanhã, Diário.
PS: Só espero que ninguém venha me encher o saco que nem encheram o do Eduardinho, dizendo que ele gosta de arma porque tem pinto pequeno. Pô, nem é pequeno. É do tamanho do meu.

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E o jornalista Pedro Henrique Maciel Peixoto foi nomeado para o cargo de secretário de Audiovisual da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, do doutor Osmar Terra (MDB-RS).
Tá, mais um jornalista para a área audiovisual. Engole-se. Dependendo do jornalista (se ele entender do riscado), OK.
Aí, vemos a biografia dele: diretor geral e criador dos formatos Pânico na TV, na RedeTV, Vida de Mallandro no Multishow, Pisando na Bola no Sportv e Top TV na Record, entre outros. Como roteirista, fez parte das equipes de criação que implantaram o Vídeo Show diário e o reality musical Fama na Rede Globo.
Pronto... já está começando a feder, porque Pedro Henrique nunca fez um curtametragem (nem nada) para o cinema nem para constar.
Faltou mais dois itens na biografia de PH (para os íntimos):

1- escreveu Identidade Frota: A estrela e a escuridão – uma biografia de Alexandre Frota – agora deputado federal pelo PSL de São Paulo; e
2- Foi indicado para o cargo pelo seu biografado – Alexandre Frota.

Desnecessário dizer que o ex-ator pornô moralista (e não me cobrem falso moralismo: o cara ser ator pornô é uma coisa; o mesmo ex-ator pornô se eleger com um discurso moralista com fedor de hipocrisia é outra coisa) está mais feliz do que pinto (epa!) no lixo, como podem ver em seu Twitter.

Segundo ele, Pedro Henrique Peixoto irá trabalhar para "combater a farra audiovisual que se estabeleceu nos últimos anos".
- Tenho certeza que ele fará um excelente trabalho, inclusive combatendo a farra audiovisual que se estabeleceu aí nós últimos anos. Fiquei muito feliz do Pedro ter sido chamado para esse cargo - comemorou Frota.

DePUTAdo, defina "farra audiovisual que se estabeleceu nos últimos anos".
Seria simplesmente o aumento da produção audiovisual nos últimos 15 anos?
Seria, finalmente, a abertura da TV por assinatura à produção audiovisual independente brasileira, através da Lei 12.485/2011?
Ou seria, simplesmente, mera imitação de Ipojeca... ops, Ipojuca Pontes – cineasta nascido no cinema Novo que nunca se conformou em não ter o mesmo prestígio de seus colegas Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos etc. no cinema brasileiro – e da sua  ação vingativa na Secretaria Especial de Cultura do "governo" Collor (1990-1991), onde o próprio se vangloriava pelo Rio de Janeiro afora que "dali pra frente, nem Luiz Carlos Barreto, nem Cacá Diegues, nem Paulo Thiago iriam fazer cinema!"? (Trecho do depoimento de Paulo Thiago para o livro O cinema da retomada: depoimentos de 90 cineastas dos anos 90, de Lucia Nagib (São Paulo, Editora 34) pela mesma razão: o não reconhecimento como ator?
Já vimos isso, e não foi legal para ninguém – a não ser, é claro, para os hipócritas defensores do "livre mercado" (assim mesmo, sr. revisor, obrigado) nas artes. Estes cavalheiros, na era Collor, ficaram felizes com tio Ipojuca, pois o cinema brasileiro simplesmente SUMIU das telas brasileiras.
Aguardando prontos esclarecimentos...

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E agora, a nossa indicação para esta séria série: Pimp (EUA, 2018), de Christine Crokos
Pimp é uma história de amor urbana nas duras ruas do Bronx. Uma cafetina lutadora chamada Wednesday (Keke Palmer) cresce aprendendo o negócio de seu pai.
Agora que ele se foi, Wednesday é responsável por sua mãe prostituta e por Nikki (Haley Ramm), sua namorada.
O resto fica com o desenrolar da história.
Vejam o trailer, e hasta la vista.



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