Diário do Bolso
– 11
(José Roberto Torero)
Porra, Diário,
eu vou ter que começar a te chamar de Madrugário, porque eu não escrevo mais de
dia, só escrevo de madrugada. Que insônia do cacete!
Também, como é
que dá para dormir com um barulho desses? A Janaína falou contra o foro
privilegiado, a Regina Duarte quer saber quem é quem em Brasília e até o Olavo
xingou o PSL (que já está sendo chamado de Partido do Suco de Laranja).
Mas o pior é que
o Mourão já está mostrando as garras. Ele falou na cara dura contra o Ernesto
Araújo, está se encontrando com uns líderes estrangeiros e ainda recebeu elogio
de índio. Será que o Mourão vai ser o meu Temer? Bem que me disseram que
general não gosta de ser mandado por capitão. Aquele dia que eu cheguei no
gabinete e ele estava sentado na minha cadeira foi bem estranho. Na hora até
acreditei quando o Mourão disse que só estava deixando a cadeira quentinha por
causa da minha hemorroida, mas não sei não...
O que eu sei é
que está foda. Liberei as armas e eu que estou no meio do tiroteio!
Daqui a pouco
vão começar a perguntar com quem que o Flávio aprendeu a fazer a Rachadinha. E
vão dizer que foi comigo. E se começam a fuçar as minhas contas, a do Eduardo e
a do Carlinhos?
Mas quem é que
não faz essas tretas? O Onyx não pegou a verba de gabinete com aquelas notas
frias? Eu não embolsei os 33 mil da verba de mudança e continuei em Brasília?
Isso prova que a gente é honesto, pô. Neste bolso não entra dinheiro da
Petrobrás!
O negócio é saber
o que eu faço agora. Mando o garoto manter a história até o fim? Mas o que a
gente pode inventar? Que ele vendeu uma frota de Brasília 75 e todas custavam
dois mil reais?
Ou será que eu
tenho que sacrificar o meu próprio filho, feito o Abraão (ou foi o Moisés?)?
Olha, Diário,
não é fácil ser pai. Um foi pego na Rachadinha, outro tem pinto pequeno e
chamam o terceiro de viado.
Eu devia ter
feito aquela vasectomia.
*********
Já falamos
de Cheryl Dunne no post anterior, e também quando indicamos The Watermelon
Woman. Agora nós falamos dela de novo, ao a indicamos outro filme seu: My Baby's Daddy (EUA, 2004), de Cheryl
Dunne (https://www.imdb.com/title/tt0332712/).
Era uma vez
três cavalheiros: Loonie (Eddie Griffin),
Dominic (Michael Imperioli)
e G (Anthony Anderson)
– três amigos solteiros que sempre se consideraram grandes
aventureiros. Mas a festa termina quando suas respectivas parceiras de uma
noite só lhes dizem que estão grávidas. Prontos ou não, eles têm que passar de
foliões para pais.
Legal,
mas... onde entra o tema LGBT nesta história?
Por conta
de Nia (Joanna Bacalso),
a parceira de Dominic por apenas uma noite. É que Nia mantém um relacionamento
amoroso estável com Vênus (Naomi Gaskin),
sua melhor amiga.
Como
Dominic é obcecado apenas com sua carreira como produtor musical e não se
envolve em nada com a criança, as duas mulheres decidem criar o bebê sozinha.
Após a primeira reação negativa que duas mulheres criam seu filho, vendo os
três juntos, Dominic entende o que é formar uma família real.
This
is the trailer (no IMDb).
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